Andre Agassi, 50 anos: veja 10 histórias da lenda que odiava tênis, mas se tornou um dos maiores - ESPN
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Andre Agassi, 50 anos: veja 10 histórias da lenda que odiava tênis, mas se tornou um dos maiores

Um dos maiores nomes da história do tênis completa 50 anos nesta quarta-feira. Nascido em Las Vegas, Andre Agassi cumpriu a profecia do pai, que sonhou e batalhou para ter um filho como jogador profissional, e empilhou títulos em uma carreira com exatas duas década de duração. Ele parou em 2006.

Foram oito troféus de Grand Slam (quatro Australian Open, duas vezes o US Open e mais Roland Garros e Wimbledon), mais 52 títulos da ATP e a medalha de ouro em Atlanta-1996. Tudo isso mesmo com ódio do tênis – Agassi contou o segredo que escondeu durante toda sua carreira em sua autobiografia.

Mesmo sem gostar do esporte que mudou sua vida, Agassi inspirou uma geração de tenistas e torcedores, com suas constantes mudanças de visual, seu jeito autêntico dentro e fora das quadra e a trajetória de anti-herói, de quem aparece muito cedo, alcança o sucesso, perde tudo e depois recomeça.

Abaixo, o ESPN.com.br separou dez histórias sobre a carreira de Agassi, desde quando era uma promessa no estado de Nevada, nos Estados Unidos, até colocar o mundo do tênis aos seus pés. Parabéns, campeão!

Um milhão de bolas por ano

Andre Agassi tinha uma meta imposta pelo pai, que sonhava em transformá-lo no número 1 do mundo. Ainda garoto, a partir dos sete anos, tinha que rebater 2,5 mil bolas por dia. Dessa forma, calculava o pai, seriam quase 1 milhão de bolas por ano. E, na cabeça do patriarca da família Agassi, "uma criança que consegue bater 1 milhão de bolas por ano será imbatível"...

Ganhou de estrela da NFL aos 9 anos

A confiança de Mike Agassi no talento do filho era tão grande que ele chegou a apostar 10 mil dólares em uma partida entre Andre, então com nove anos, e Jim Brow, um dos maiores jogadores de futebol americano da história. O ex-astro da NFL jogou dois sets, perdeu ambos por 6-3 e depois recuou do valor. No fim, apostaram "apenas" 500 dólares, ganhos por Andre com nova vitória, por 6-2.

Já jogou com calça e maquiagem

Prodígio do tênis, Agassi ingresso na academia Bollettieri, campus com algumas das maiores promessas do esporte. Lá, rebelou-se pelas regras impostas e passou a mostrar os primeiros traços de rebeldia. Certa vez, em um torneio na Florida, entrou em quadra de calça jeans, brinco e delineador. Mesmo assim, conseguiu vencer o adversário.

Trocou panda de pelúcia pela escola

Agassi conseguiu quebrar um pouco das regras da Bollettieri, e tudo graças a um urso panda de pelúcia. Ele ganhou o brinquedo durante uma visita ao Busch Gardens, parque da Disney em Tampa, na Florida. O dono da academia, Nick, se encantou pelo bichinho e quis comprá-lo para a filha. Andre não vendeu, mas fez uma troca: daria o urso em troca de estudar à distância e receber convites para disputar torneios fora. Deu certo!

Campeão no Brasil

O americano virou profissional em 1986 e demorou pouco mais de um ano para vencer o primeiro título. E foi em solo brasileiro! Agassi entrou como convidado ao ATP de Itaparica, na Bahia, e avançou à final para enfrentar o brasileiro Luiz Mattar. Fez 7-6 e 6-2, garantiu o prêmio de 90 mil dólares e deu início à história de conquistas. Ao todo na carreira, Agassi venceu 60 títulos.

Rivalidade com Sampras

Antes de Roger Federer e Rafael Nadal exterminarem recordes e levarem o tênis a outro patamar, a rivalidade maior era entre Agassi e Sampras. Os dois americanos se enfrentaram 34 vezes, com 20 vitórias de Sampras. Em finais de Slams, Agassi também levou a pior, com um só título (Australian Open de 1995) e quatro vices.

E pensar que Agassi debochou daquele que seria seu rival... Antes de uma partida em Roma, ele viu Sampras treinando e disse à sua equipe: "Ele pode ficar contente se conseguir se classificar para os torneios". O garoto desajeitado amadureceu, elevou o jogo e virou a maior pedra no sapato de Agassi.

A peruca

Agassi foi dos longos cabelos no início da carreira ao visual completamente careca nos últimos anos como profissional. No meio disso tudo, chegou a usar uma peruca para disfarçar a calvície e manter o estilo. Isso acabou no fim de 1994, quando, por iniciativa da então namorada e futura esposa Brooke Shields, fez uma cerimônia em sua casa para raspar a cabeça. Passou a jogar assim a partir do ano seguinte.

Vingança contra Becker

Sampras era o maior rival, mas era com Boris Becker que as coisas pegavam fogo. O ódio era tanto que, em 1995, após ler declarações desrespeitosas do inimigo nos jornais, Agassi dedicou o verão inteiro a um só propósito: eliminar Becker do US Open, em Nova York. Dito e feito: o "Verão da Vingança" acabou com Andre eliminando o alemão na semifinal do trdicional torneio americano. O título? Este ficou com Sampras.

A dança cancelada

Em sua autobiografia, Agassi deixa claro que sempre teve uma queda por Steffi Graf, a tenista alemã que venceu 22 Slams e é uma das maiores da história do esporte. A primeira chance de se aproximar dela aconteceu em 1992, quando ambos venceram Wimbledon. Existia uma tradição de que os campeões das chaves masculina e feminina dançavam juntos na festa formal do torneio, no All England Club.

Agassi faturou o primeiro grande título da carreira e se aprontou todo para, enfim, conhecer sua musa e conduzi-la na pista de dança. Mas a sorte do americano acabou na quadra, pois a tradicional dança foi cancelada... O destino, claro, uniu os dois tenistas em 1999, quando ambos encerraram seus relacionamentos e deram início à história que perdura até hoje. Estão casados desde 2001 e têm dois filhos.

Uso de drogas e versão inventada

Antes de se relacionar com Steffi Graf, Agassi foi casado por dois anos com Brooke Shields. O relacionamento com o atriz acabou mal, a ponto do tenista americano aceitar uma sugestão de um amigo e experimentar a droga metanfetamina. Andre não contou a ninguém, mas os resíduos foram descobertos em um exame de doping da ATP.

Agassi, então, teve que escrever uma carta para explicar o consumo da substância e correr o risco de ser suspenso por três meses. Foi o que ele fez, mas não com a versão verdadeira. Agassi diz que bebeu um refrigerante batizado sem querer e pensou que as drogas sairiam do sistema rapidamente. A ATP analisou a carta e decidiu absolver o tenista, sem qualquer tipo de punição.

Leilão de aliança

O casamento entre Agassi e Brooke Shields rendeu outra história curiosa. Logo após o término, o tenista exigiu aos advogados que fizessem o "divórcio mais rápido da história" e entregou sua aliança de platina a um amigo, que a levaria a uma casa de penhores. Dito e feito: Agassi aceitou a primeira oferta, pegou o dinheiro e fez uma doação à sua escola, em Las Vegas.