Que futuro para Schmidt? Contestação aumenta em época com investimento de 97 M€ em reforços

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Do céu ao inferno. Assim poderia ser descrito, de uma forma muito sucinta, o percurso de Roger Schmidt no Benfica. Depois de uma época de estreia na qual conquistou a Liga Portuguesa e alcançou os quartos de final da Liga dos Campeões, sendo aclamado como um revolucionário pelo universo encarnado, as coisas não estão a correr de feição em 2023/24 e a contestação tem vindo a aumentar de tom.

E se a relação com os adeptos já não era a melhor, tudo piorou nesta quinta-feira, depois de as águias terem sido afastadas pelo Marselha nos quartos de final da Liga Europa. Uma eliminação que surgiu aos pés do nono classificado da liga francesa e perante um adversário que vinha de cinco derrotas consecutivas. Pior: o Benfica até tinha vencido o encontro da primeira mão, pelo que tudo parecia estar bem encaminhado tendo em vista o apuramento para as meias-finais. O emblema da Luz falhou, por isso, um objetivo que parecia, claramente, estar ao alcance de uma equipa que não se pode queixar de falta de investimento.

Milhões e mais milhões

O Benfica investiu quase 100 milhões de euros - 97 milhões, para sermos mais precisos - em reforços para atacar esta temporada. Significa isto que desembolsou uma verba significativamente superior à do Sporting, que gastou 60 milhões de euros, e que é praticamente o dobro daquela que o FC Porto investiu em novos jogadores - os dragões gastaram 45 milhões de euros em 2023/24.

No último mercado de verão, o Benfica fez inclusive a maior contratação da história não só do clube, como também do futebol português, quando foi buscar Orkun Kökçü ao Feyenoord por 25 milhões de euros - sendo que a transferência ainda pode ascender aos 30 milhões, mediante o cumprimento de objetivos.

É curioso verificar igualmente que, só para esta época, os encarnados gastaram 38 milhões de euros no reforço da posição de ponta de lança: 20 milhões em Arthur Cabral, e outros 18 na contratação de Marcos Leonardo. Nenhum dos dois, contudo, tem-se conseguido afirmar no onze titular.

O desempenho desportivo em 2023/24

A questão é que este avultado investimento, um dos maiores da história do Benfica, não está a ter o retorno desportivo esperado. As águias deram o pontapé de saída na temporada a conquistarem a Supertaça Cândido de Oliveira, com uma vitória diante do FC Porto, é certo. No entanto, nesta altura, o cenário mais provável é que acabem a temporada sem levantar mais nenhum troféu.

Afinal, a equipa foi afastada tanto da Taça de Portugal, como da Taça da Liga, nas meias-finais, tendo sido agora eliminada da Liga Europa nos quartos de final. Um adeus às competições da UEFA que surge já depois de ter caído da Liga dos Campeões, na sequência do terceiro lugar alcançado na fase de grupos da prova milionária.

Assim sendo, resta ao Benfica a luta pela revalidação do título de campeão nacional. Mas, nesse capítulo, as coisas também não afiguram fáceis: atualmente, e numa altura na qual nos encontramos a somente cinco jornadas do final do campeonato, a formação de Schmidt está a sete pontos do líder Sporting.

Será uma (dispendiosa) saída a solução?

Há pouco mais de um ano, no início de abril do ano passado, Schmidt teve um enorme voto de confiança da direção benfiquista, que lhe renovou o contrato por mais dois anos - o vínculo do técnico alemão expirava no final desta época, mas foi prolongado por dois anos, até junho de 2026. Além do aumento da cláusula de rescisão, que passou dos 10 para os 30 milhões de euros, Schmidt beneficiou, naturalmente, de uma melhoria salarial.

Desta forma, o Benfica terá de abrir os cordões à bolsa se quiser terminar a ligação com o atual treinador, como já começa a ser exigido por alguns adeptos encarnados. Segundo o jornal 'Record', despedir Schmidt e a sua equipa técnica custaria qualquer coisa como 22 milhões de euros.

Posto isto, impõem-se algumas questões: será que a solução para os problemas do Benfica passa por gastar uma autêntica fortuna no despedimento do treinador, sendo que, posteriormente, terá de se investir na contratação de um sucessor? Ou deve o clube confiar novamente em Schmidt para dar a volta à situação? Certamente as próximas semanas serão decisivas para o futuro do técnico encarnado.