Agnaldo Timóteo morre aos 84 anos por complicações causadas pela Covid-19
Morreu neste sábado (3) de Covid, aos 84 anos, o cantor Agnaldo Timóteo. Ele estava internado no Rio desde o dia 17 de março.
O vozeirão veio lá de Caratinga, no interior de Minas Gerais. Foi lá que Agnaldo Timóteo nasceu em 1936. Muitas vezes foi feliz soltando a voz. Ouvir Ângela Maria no rádio despertou a paixão de Agnaldo pela música.
Por força do destino, foi a própria Ângela Maria que muitos anos depois, enquanto se apresentava em Belo Horizonte, deu a Agnaldo Timóteo o que ele considerava melhor conselho da vida. Agnaldo já se apresentava nas rádios imitando Cauby Peixoto. E era conhecido como o Cauby mineiro. Ângela Maria disse a ele que precisava vir tentar a carreira no Rio.
“Eu fui motorista da Ângela por três meses: fevereiro, março e abril de 1965. Hoje somos dois colegas no mesmo disco”, disse Timóteo em uma entrevista.
Agnaldo Timóteo alcançou a fama no fim dos anos 60 com ''Meu Grito'' de Roberto Carlos. Sua voz era potente também na torcida pelo time do coração, o Botafogo. Gravou mais de 50 discos.
A popularidade deu a Agnaldo Timóteo mais de meio milhão de votos como deputado federal pelo PDT, em 1982. Além de ser reeleito como deputado federal, Agnaldo depois ganhou para vereador pelo Rio. E duas vezes ocupou a Câmara Municipal de São Paulo.
Aos 82 anos, Agnaldo teve um Acidente Vascular Cerebral e ficou internado em estado grave. Mas deixou o hospital sem sequelas e voltou às atividades.
No programa 'Conversa com Bial', em dezembro de 2019, o cantor falou sobre sua recuperação. “Você sabe que as pessoas que entendem Agnaldo Timóteo, que gostam de Agnaldo Timóteo, rezaram muito por mim e Deus atendeu e eu estou aqui”.
Em março, Agnaldo Timóteo, 84 anos, acabou entrando para uma lista extensa dos contaminados pelo coronavírus. A doença que trouxe tanta tristeza ao mundo tira de cena mais uma estrela.
“Agnaldo Timóteo é uma das últimas grandes vozes masculinas da música brasileira. Era uma época em que a tecnologia não disfarçava efeitos vocais. O cantor tinha que ter muita extensão vocal e tinha que ter afinação perfeita”, comenta Artur Xexéo.
“Era um ser humano de primeira grandeza. Uma pessoa preocupada com outro ser humano. Ele sempre falou isso: 'eu espero que esse possa ser um dia um mundo de todos os irmãos", diz Ronnie Von.