28 de maio: a história do dia que em 48 anos só foi feriado duas vezes - Expresso
Exclusivo

Sociedade

28 de maio: a história do dia que em 48 anos só foi feriado duas vezes

Salazar e Carmona nas comemorações do 10º aniversário do 28 de Maio de 1926, em Braga
Salazar e Carmona nas comemorações do 10º aniversário do 28 de Maio de 1926, em Braga
foto Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian

Um dos mais célebres discursos doutrinários do salazarismo - “Não discutimos Deus e a virtude; não discutimos a Família e a sua moral...” - foi proferido num feriado ocasional, a 28 de maio. A ditadura do Estado Novo durou meio século, mas teve uma relação ambígua com o dia em que nasceu, em parte por razões economicistas, em parte porque o 28 de maio não celebrava a chegada de Salazar ao poder, como se pode constatar neste artigo, publicado originalmente em 2017

O golpe começou na ‘cidade dos arcebispos’. Em Lisboa, 400 quilómetros a sul, eram muitos os que não queriam acreditar que o pronunciamento militar de 28 de maio de 1926, marcava o início de uma ditadura que duraria 48 anos; o vespertino “Diário de Lisboa” dedicou toda a primeira página ao movimento que eclodira nessa madrugada, e reportava que “à hora que escrevemos estas linhas − 2 da tarde − sabe-se que o movimento está circunscrito à divisão de Braga, que foi revoltada pelo general sr. Gomes da Costa”.

O “governo, na sua função, garantindo que o movimento não teve repercussão, tomou as suas medidas”, e declarou ao vespertino que “não decretaria nenhumas medidas excepcionais, para Lisboa, pelo menos, e que a vida normal da cidade não se alterará”. O Diário de Lisboa informava ainda que “o conselho de ministros reuniu às 13 horas, no Governo Civil, onde se conservaram desde madrugada o sr. António Maria da Silva e o sr. dr. Barbosa Viana”.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mgoucha@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas