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Quem é Ronan Farrow, jornalista que expôs os abusos sexuais de Hollywood - Jornal O Globo
RIO — "O histórico da minha família me fez entender desde cedo o que é abuso". Assim Ronan Farrow, único filho “oficial” de Woody Allen e Mia Farrow, explicou sua dedicação em investigar os escândalos sexuais que assombram Hollywood. Com 30 anos recém-completados, ele é o autor da reportagem que expôs o
comportamento criminoso de Harvey Weinstein
e mudou a meca do cinema para sempre.
Dando voz às vítimas do todo poderoso produtor americano,
figurão até então intocável dos grandes estúdios
, ele abriu os olhos do público para o lado obscuro da indústria do entretenimento. Publicado na “New Yorker” em outubro, com o depoimento de 13 mulheres, o texto explosivo foi a pedra de toque de uma onda de denúncias e manifestações pela igualdade de gênero.
A atriz, de 34 anos, conta que conheceu Weinstein em 2011, na Alemanha, durante uma premiação."Pouco tempo depois de nos conhecermos, Harvey me convidou para assistir à projeção de um filme em sua casa. Lá, ele sugeriu fazer uma massagem em mim, mas eu disse que faria nele. Assim consegui escapar", explicou ela.
Lena Headey
A estrela de "Game of thrones" revelou que, durante o Festival de Veneza, em 2005, durante um passeio, Harvey Weinstein "fez alguns comentários e gestos sugestivos". Anos depois, ao reencontrar o produtor, Lena disse que ele insisiu em questionamentos sobre sua vida amorosa e a convidou para seu quarto de hotel. "Ele ficou furioso quando neguei".
Julianna Margulies
A atriz de "The good wife" contou que uma assistente de Weinstein a convidou para o quarto do produtor com a desculpa de terem uma reunião de negócios, mas a atriz a obrigou a ir junto. "Ele abriu a porta num roupão, havia velas acesas e jantar para dois". Ela conta que ele apenas olhou feio para as duas e bateu a porta.
Ashley Judd
A atriz foi uma das primeiras a vir a público
. Ela conta que foi assediada por Weinstein num quarto de hotel há 20 anos. Ele teria aparecido na porta de seu quarto, durante as filmagens de "Beijos que matam", vestindo apenas um roupão e perguntado se ela lhe faria uma massagem ou o observaria enquanto tomava banho.
Asia Argento
A Atriz italiana
acusou Weinstein de assediá-la em 1997
, quando ela tinha 21 anos. Na época, ela foi convidada por um dos produtores de Weinstein para uma festa no Hotel du Cap, na França. Quando chegou lá, Weinstein pediu que ela fizesse massagem em seus pés, e a obrigou a receber sexo oral.
Em seu Instagram, a atriz revelou que Weinstein a assediou pela primeira vez quando tinha 17 anos. "Depois de recusar álcool e anunciar que tinha aulas na minha escola de manhã, eu saí do quarto desconfortável, mas intocada. Anos depois, não conseguia me lembrar se ele tinha me assediado ou não."
Angelina Jolie
"Tive uma experiência ruim com Weinstein na minha juventude e escolhi nunca mais trabalhar com ele de novo e avisar outras pessoas que viessem a fazê-lo", disse a atriz. Segundo ela, o caso ocorreu durante o lançamento de "Corações apaixonados" (1998). "Este comportamente contra mulheres é inaceitável em qualquer campo e em qualquer país".
Gwyneth Paltrow
O executivo contratou a atriz aos 22 anos para fazer o papel principal em "Emma" (1996), adaptação de Jane Austen. Seghundo ela, Weinstein
a chamou a seu quarto de hotel para uma "reunião de trabalho"
que resultou no produtor "passando a mão nela e sugerindo que eles fossem ao quarto para massagens".
Cara Delevingne
"Fui a uma reunião sobre um novo filme com ele e um diretor no lobby de um hotel (...) Quando cheguei (no quarto), estava aliviada por encontrar outra mulher no quarto e pensei imediatamente que estava segura. Ele pediu para eu e ela nos beijarmos", escreveu a modelo e atriz de 25 anos.
Leia o relato completo aqui
.
Rosanna Arquette
Em seu relato, a atriz, de 58 anos, revelou que o encontro com Weinstein aconteceu nos anos 1990, quando ela esteve com ele em um hotel para discutir sobre o roteiro de um filme. O produtor a recebeu vestindo um roupão e pediu que ela fizesse massagem em seu pescoço. Arquette ainda revelou que ele botou sua mão sobre seu pênis.
A primeira vez que a atriz francesa foi assediada por Weinstein foi em 1994, em Nova York. Mas nada chegou a acontecer. No ano seguinte, durante uma visita a Paris, ela aceitou, depois de muita insistência, o convite de visitar o produtor em seu hotel, mas conseguiu se livrar de suas investidas.
Mira Sorvino
A atriz, de 49 anos, esteve nos filmes "Mimic" (1997) e "Brincando de Seduzir" (1996), produzidos pela empresa de Weinstein. Ela contou que em 1995 o produtor a perseguiu em seu quarto de hotel, e, em uma ocasião, apareceu no meio da noite em seu apartamento. "Quando abri a porta, fiquei apavorada", explicou ela.
Rose McGowan
A atriz de 44 anos relatou um incidente ocorrido num quarto de hotel durante o Festival de Sundance. Embora a atriz e cineasta tenha se recusado a comentar na época, em 1997, ela sempre insinuou que tinha sido assediada por um magnata dos estúdios.
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Eva Green
"Eu o encontrei em uma reunião de negócios em Paris, e ele se comportou de maneira inapropriada ao ponto de eu ter que o empurrar. Consegui sair sem que nada acontecesse, mas a experiência me deixou chocada e com nojo", disse a atriz francesa
Minka Kelly
Conhecida por ter interpretado Lyla Garrity na série 'Friday Night Lights', Kelly disse que conheceu Weinstein em um evento da indústria e, no dia seguinte, em uma reunião de negócios, ele disse que "sabia que ela e ele tinham um sentimento mútuo quando se viram". Ele ainda a ofereceu uma vida de luxo se ela o namorasse
A atriz francesa contou que Weinstein a convidou para um drink em seu quarto hotel, onde ficaram sozinhos após a saída do assistente do produtor. Lá, ele tentou a beijar no sofá e se defendeu do assédio. "Não tive medo dele, pois sempre soube que tipo de pessoa ele era", ela disse ao jornal The Guardian
Mas, para entender as razões que levaram Farrow a insistir na polêmica pauta, fazendo dela quase uma missão enquanto tantos outros tratavam o assunto com medo e até como tabu, é preciso conhecer a sua trajetória. Ex-conselheiro de Hillary Clinton e colaborador de jornais importantes como “Los Angeles Time”, “The Wall Street Journal” e “The Guardian“, além de comentarista do canal NBC, ele usou toda a sua influência e contatos para levar a apuração adiante.
HISTÓRICO FAMILIAR CONTURBADO
Nascido em 1987, ele tinha quatro anos quando sua mãe acusou o pai de molestar sexualmente Dylan, filha adotiva do casal. Ronan nunca acreditou na inocência do pai, que sempre negou as acusações. Allen, aliás, foi o primeiro alvo do jornalista. Durante a cerimônia do Globo de Ouro de 2014, que deu ao cineasta um prêmio pelo conjunto da sua obra, ele tuitou:
“Perdi a homenagem a Woody Allen. Eles lembraram da vez em que uma mulher confirmou publicamente que sofreu abuso dele quando tinha sete anos antes ou depois de citar ‘Noivo neurótico, noiva nervosa’?”.
Outro tweet mordaz, publicado em 2012, fez referência à relação de Allen com Soon-Yi Previn, filha adotiva de Mia Farrow com o maestro André Previn. O cineasta, que também adotou Soon-Yi ao se casar com Mia, acabou iniciando um relacionamento amoroso com a própria filha adotiva em 1992. Ressentido, Ronan não fala mais com o pai.
“Feliz dia dos pais — ou, como dizem na minha família, feliz dia dos cunhados”, escreveu em seu perfil na rede social.
Muitos acreditam, inclusive, que Ronan não é filho biológico de Allen. Sua semelhança com Frank Sinatra, ex-marido de Mia Farrow, é gritante. Em um texto de 2015, ele continuou atacando Allen, denunciando “uma cultura de silêncio e impunidade” em torno do cineasta, num artigo publicado no “Hollywood Reporter”.
Talvez mordido com o que considera uma injustiça dentro de sua própria família, decidiu ir atrás de Weinstein um dos mais poderosos predadores sexuais de Hollywood.
Os abusos de Weinstein não eram exatamente secretos. Nos bastidores de Hollywood, corriam várias denúncias sobre o produtor, mas elas acabavam invariavelmente sendo abafadas pela indústria e pela própria imprensa.
Mesmo com as informações e com mulheres dispostas a tornarem suas denúncias públicas, no entanto, muitos veículos temiam enfrentar um homem com tanto dinheiro e poder. Esse teria sido o motivo pelo qual Ronan preferiu publicar sua reportagem na “New Yorker”, e não na NBC, rede de TV onde trabalhava (o canal, no entanto, garante que não boicotou as investigações).
Ao todo, foram dez meses de trabalho, com declarações de mulheres como Asia Argento, Léa Seydoux e Mira Sorvino (atriz que, ironicamente, foi revelada para o cinema por Woody Allen).
Estrela do novo projeto de Woody Allen, "A rainy day in New York", Selena Gomez ficou em cima do muro ao ser questionada sobre o assunto pela revista "Billboard". "Para ser honesta, não sei como responder", disse ela.
A estrela de "Café Society" elogiou a experiência de trabalhar com Woody Allen, chamando o diretor de "muito estimulante". A declaração foi feita em junho de 2016.
Kate Winslet
Ela é protagonista de Roda Gigante. Questionada pelo "The New York Times", respondeu: "Não conhecia o Woody e não sei nada sobre a família dele. Enquanto atriz, é preciso se distanciar. Não sei se as histórias são verdadeiras."
Cate Blanchett
Ganhou o Oscar por "Blue Jasmine". "É uma situação obviamente longa e dolorosa para a família, e eu espero que eles encontrem algum tipo de resolução e paz", limitou-se a dizer sobre o imbróglio.
Frequente colaboradora do diretor, estrelou "Match Point", "Scoop" e "Vicky Cristina Barcelona". Em 2014, disse ao "The Guardian": "Não sei nada sobre isso (
as acusações
). Seria ridículo eu tomar algum partido, de um lado ou de outro."
Diane Keaton
Outra atriz recorrente nos filmes de Woody Allen e ex-namorada do diretor, Keaton saiu em defesa dele: "Não tenho nada a dizer sobre isso, exceto que eu acredito no meu amigo."
As consequências seguem abalando Hollywood: denúncias em série contra atores, produtores, cineastas e jornalistas surgiram desde então. Paralelamente, um movimento nunca antes visto por melhores condições de trabalho para as mulheres começou a ganhar corpo, desaguando nos discursos da cerimônia do Globo de Ouro, no último domingo. E essa história, é claro, não deve parar por aí.