RCAAP - Paiva Couceiro e a contra-revolução monárquica (1910-1919)

Document details

Paiva Couceiro e a contra-revolução monárquica (1910-1919)

Author(s): Coimbra, Artur Ferreira

Date: 2000

Persistent ID: http://hdl.handle.net/1822/6989

Origin: RepositóriUM - Universidade do Minho

Subject(s): 946.9.071


Description

Dissertação de Mestrado em História das Instituições e da Cultura Moderna e Contemporânea

A contra-revolução monárquica sucedeu quase de imediato à proclamação da República, em 5 de Outubro de 1910 e teve como objectivo primordial organizar um movimento politico-militar capaz de derrubar as instituições do novo regime e restaurar a situação vigente até àquela data. A história da I República é pontuada, desde os seus alvores, por um esforço contra-revolucionário levado a cabo por sectores descontentes com as medidas decretadas pelos governos republicanos e que, incluindo o clero e forças politicas conservadoras e radicais, tinham nos monárquicos de diversas tendências (dos integralistas aos monárquico-constitucionais...) os seus mentores mais salientes e inconformados. O chefe carismático da contra-revolução monárquica foi sem dúvida Henrique de Paiva Couceiro, um dos poucos realistas que resistiu em armas à revolução republicana e que, refugiado político na Galiza, comandou duas frustradas incursões no norte do País, em 1911 e 1912. No início de 1919, conseguiu subverter as instituições da parte do território continental que ia do Minho à linha do Vouga, restaurando a monarquia durante 25 dias. Em nome do Rei e estrategicamente, restaurou a Carta Constitucional de 1826. Contudo, o seu objectivo maior era o regresso à Monarquia Integral, medieval, católica e corporativa. Foi fugaz a experiência da Monarquia do Norte, durante a qual uma Junta Governativa presidida por Couceiro revogou toda a legislação republicana promulgada desde 5 de Outubro de 1910, restaurou a bandeira e o hino monárquicos e legislou intensa e infrutiferamente. A sublevação monárquica de 1919 haveria de abortar, ao não lograr obter apoios fundamentais que poderiam garantir a sua sobrevivência. O malogro da breve experiência monárquica era inevitável. Porém a ideia e a expectativa da restauração realista mantiveram-se até à emergência do Estado Novo, acabando o “monárquico de coração”, Oliveira Salazar, por ser o carrasco de quantos ainda sonhavam no regresso ao 4 de Outubro de 1910...

La contre–révolution monarchique est survenue presque immédiatement après la proclamation de la République, le 5 octobre 1910, et elle a eu comme principal objectif l’organisation d’un mouvement politique et militaire, capable de renverser les institutions du nouveau régime, en rétablissant la situation en vigueur jusqu’à cette date. L’histoire de la Première République est marquée, depuis ses débuts, par un effort contre-révolutionnaire conduit par les secteurs mécontents des mesures décrétées par les gouvernements républicains. Cet effort, qui a l’appui du clergé et des forces politiques conservatrices et radicales, avait entre les monarchiques de diverses tendances (dés les integralistes aux monarchiques constitutionnaux…) ses conseilleurs les plus remarquables et inconformés. Le chef suprême de la contre-révolution monarchique a été, sans doute, Henrique de Paiva Couceiro, l’un des rares réalistes qui a résisté vigoureusement à la révolution républicaine. Réfugié en Galice, il a commandé deux invasions échouées dans le Nord du pays, en 1911 et 1912. Au début de 1919, il a réussi à subvertir les institutions de la partie du territoire continental qui va du Minho jusqu’à la ligne du Vouga, en rétablissant la monarchie pendant vingt-cinq jours. Au nom do Roi et stratégiquement, il restaure la Carte Constitutionnel de 1826. Cependant, son objectif plus profond était le retour de la Monarchie Intégral, médiéval, catholique et corporative. Ça a été fugace l’ experience de la Monarchie du Nord, pendant laquelle un comité gouvernemental présidé par Couceiro a révoqué toute la législation républicaine promulguée depuis le 5 octobre 1910. Il a aussi restauré le drapeau et l’hymne monarchiques, a legislé intensivement et infructueusement. Le soulèvement monarchique de 1919 devrait échouer à cause de ne pas avoir obtenu des appuis essentiels. L’échec de la brève expérience monarchique était inévitable. Cependant, l’idée et l’expectative de la restauration réaliste se sont maintenues jusqu’à la naissance de l’État Nouveau, en devenant Oliveira Salazar, le «monarchique de cœur», l’exécuteur de ceux qui rêvaient encore au retour du 4 octobre 1910...

Document Type Master thesis
Language Portuguese
Advisor(s) Cunha, Norberto
Contributor(s) Universidade do Minho
facebook logo  linkedin logo  twitter logo 
mendeley logo