Catedral de Astorga

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Catedral de Astorga
Catedral de Astorga
Fachada da catedral
Tipo
Estilo dominante gótico tardio, renascentista, barroco
Arquiteto Juan de Colonia e seu filho Simón de Colonia (original gótica)
Rodrigo Gil de Hontañón (atribuída, ampliação renascentista)
Construção 1471século XVIII
Religião catolicismo
Diocese Astorga
Website www.catedralastorga.com
Património Mundial
Designação Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha (elemento associado)
Ano 2015
Referência 669 en fr es
Património nacional
Classificação Monumento
RI-51-0000663
3 de junho de 1931
Geografia
País Espanha
Cidade Astorga
Comunidade autónoma Castela e Leão
Província Leão
Coordenadas 42° 27' 28" N 6° 3' 25" E

A Catedral de Astorga, dedicada a Santa Maria, é a sé episcopal da Diocese de Astorga, documentada desde o século III com o título de apostólica. Situa-se na cidade de Astorga, na província de Leão, comunidade autónoma de Castela e Leão, Espanha.

Desde 2015 que a catedral é um elemento associado do sítio do Património Mundial da UNESCO "Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha".[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Antes do edifício atual, havia uma igreja pré-românica, que foi substituída por outra românica. Esta última foi consagrada em 1069 pelo bispo Pedro Núñez[3] e pode ter sido concluída em meados do século XIII, no entanto não há muitos registos acerca da sua construção.[4] Segundo outros autores, a igreja de 1069 foi reconstruída em 1087 pelo bispo Osmundo e no século XIII, quando era bispo Pedro Fernández. Esta última reconstrução serviu de base à ampliação definitiva, que foi iniciada em 1471[3] em estilo gótico (naves e capelas) e nos séculos posteriores foram construídos o portal meridional, duas capelas perpendiculares na nave de estilo renascentista e a fachada principal de estilo barroco do século XVIII.[4]

As partes góticas do edifício foram construídas entre finais do século XV e no primeiro terço do século XVI. Ao longo deste século, as obras teriam sido inicialmente dirigidas por Francisco de Colónia.[3] Segundo outros autores, a obra gótica tem possíveis vínculos com os arquitetos Juan de Colonia (filho de Francisco) e seu filho Simón de Colonia. A direção das obras foi depois atribuída, ainda no século XVI, a Rodrigo Gil de Hontañón[4] o qual foi precedido, segundo outros autores, pelo seu pai Juan Gil de Hontañón. Os elementos renacentistas, presentes especialmente no cruzeiro e na porta sudeste, devem-se a Rodrigo Gil de Hontañón.[5] Com planta retangular e capelas absidiais em forma de estrela, muito claras, tem semelhanças arquitetônicas com o gótico alemão.[4]

Em finais do século XVII foi iniciada a construção da atual fachada principal, a qual tem estilo barroco churrigueresco, com três portas com arcos e flanqueada por duas torres com mais de 60 m de altura. Está organizada em forma de retábulo em pedra, com abundante decoração. A torre da esquerda, datada de 1678, foi afetada pelo sismo de Lisboa de 1755 e pela Guerra Peninsular, e só foi finalizada em 1965. A torre da direita começou a ser construída em 1692 e foi terminada em 1704.[5] Sobre umas das pequenas torres que coroam o exterior da cabeceira encontra-se uma estátua de Pedro Mato, um personagem lendário ligado à Batalha de Clavijo.[5]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Vista do interior

A catedral tem planta basilical com três naves que se prolongam sobre a planta românica, capelas entre contrafortes,[6] um falso cruzeiro[5] e uma cabeceira de três absides poligonais. As abóbadas são de cruzaria e os pilares que as sustentam não têm capitéis, mas estendem-se unindo-se aos nervos das mesmas.[6] A fachada é flanqueada por duas torres[5] quadradas, com coruchéus de ardósia. O claustro, da autoria de Gaspar López, é de estilo neoclássico e datado de 1755.[6] A orientação do edifício é incomum, porque a sua cabeceira está orientada a nordeste, quando o normal estar orientada a leste.[carece de fontes?]

No interior, o presbitério abriga um retábulo-mor que é uma obra prima do romanismo em Espanha, do escultor Gaspar Becerra. O coro da nave central é de estilo flamengo,[carece de fontes?] com cadeirado em nogueira e grade do século XVII. Há várias capelas: sete nas partes laterais das três naves, três na cabeceira, uma em cada braço do falso cruzeiro e duas na base de cada uma das torres. Entre elas destacam-se especialmente a capela de Nossa Senhora da Majestade, em cujo retábulo se encontra a imagem da Virgem da Majestade, do século XII; a Capela-Mor, na qual se encontra um retábulo de estilo renascentista da autoria de Gaspar Becerra; e a capela do retábulo de São Miguel, um exemplo da arte hispano-flamenga do século XVI. A cripta foi construída em 1521 abaixo do presbitério para ser o panteão dos marqueses de Astorga.[7] O claustro, de estilo neoclássico, foi construído em 1755 e é constituído por cinco arcadas em cada ala, unidas por pilastras jónicas. Na sacristia, de 1772, destaca-se um altar-relicário em estilo rococó. Do conjunto catedralício fazem também parte o Museu Diocesano e o Arquivo Diocesano.[8]

O edifício forma um complexo catedralesco que compreende três áreas diferenciadas:

  • A igreja.
  • O arquivo diocesano, arquivo capitular e museu
  • O Hospital de São João Batista, fundado na Idade Média

O Palácio Episcopal de Astorga, quase adjacente à catedral, é uma obra modernista do arquiteto Antoni Gaudí, que com a catedral forma um conjunto harmonioso, apesar dos diferentes tempos em que foram construídos.[carece de fontes?]

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. Caminhos de Santiago de Compostela: Caminho francés e Caminhos do Norte de Espanha. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 13 de agosto de 2020.
  2. «Chemins de Saint-Jacques du Nord d'Espagne. Candidature d'incription sur la liste du Patrimoine Mondial. Proposition d'extension de lincription du Chemim de Saint-Jacques» (PDF) (em francês). Centro do Património Mundial. whc.unesco.org. 2015 
  3. a b c Alonso González 2000, p. 94.
  4. a b c d Gómez Moreno 1925, [falta página].
  5. a b c d e Alonso González 2000, p. 103.
  6. a b c Rivera Blanco 1995, p. 335.
  7. Luengo Martínez 1978, p. 89-99.
  8. Alonso González 2000, pp. 105-106.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Alonso González, Joaquín (2000), Astorga. Ciudad Bimilenaria, ISBN 84-8183-073-9 (em espanhol), Ámbito </ref>
  • Gómez Moreno, Manuel (1925), Catálogo Monumental de la Provincia de León (em espanhol), Madrid 
  • Luengo Martínez, José María (1978), La cripta de los Marqueses de la ciudad, en la Catedral de Astorga (PDF), Tierras de León: Revista de la Diputación Provincial, ISSN 0495-5773 (em espanhol), 18 (30-31) 
  • Rivera Blanco, Javier (1995), Catálogo monumental de Castilla y León. Bienes inmuebles declarados, ISBN 84-7846-433-6, I, Leão: Junta de Castela e Leão 


Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha A Catedral de Astorga é um elemento associado sítio "Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha", Património Mundial da UNESCO.
Ícone de esboço Este(a) artigo sobre capela, igreja ou catedral é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.