Palácio Imperial de São Cristóvão
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    Palácio Imperial de São Cristóvão

    Palácio Imperial de São Cristóvão
    Paço de s. Cristóvão – Museu Nacional/UFRJ - Quinta da Boa Vista
    XVIII,XIX
    Século XIX e algumas modificações no século XX
    Brasil

    José Domingos Monteiro (arquiteto), José da Costa e Silva (arquiteto), John Johnston (construtor),  Manuel da Costa (arquiteto),  Joseph Pierre Pézérat (engenheiro), Manuel de Araújo Porto Alegre (arquiteto), Theodore Marx (arquiteto) Mario Bragaldi (pintor, cenógrafo e arquiteto), Auguste Marie François Glaziou (paisagista), Joaquim Bethencourt da Silva (engenheiro), Paul Villon (paisagista), Luiz Reis (arquiteto e paisagista).

    Rio de Janeiro - RJ
    - 22. 90566
    - 43. 22599
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    O Paço de São Cristóvão domina, do alto de uma pequena colina, a paisagem de áreas verdes da Quinta da Boa Vista, um importante parque público, espaço de lazer e área de preservação ambiental, que conta ainda com o Jardim Zoológico e o Museu da Fauna.

    Embora sua área se encontre reduzida à quase a metade de seu período real e imperial, o jardim da Quinta, ainda hoje, mantem seu carater de jardim palaciano e contribuí para a permanência do carater palaciano da arquitetura do Paço.

    Do período imperial, o jardim de feições românticas, projetado, por encomenda de D. Pedro II, pelo paisagista francês Auguste Marie Glaziou, em 1859-1867, se preserva na área da Quinta à frente do palácio. Seus gramados, lagos, passeios, pontes e grutas artificiais, traçam caminhos sinuosos e dotam o jardim de um aspecto natural, alinhado à linguagem dos jardins ingleses.

    Cortando o jardim, a Alameda das Sapucaias (espécime nativa do Brasil), também projetada por Glaziou, com seu traçado retilíneo, cria um caminho ascendente e imponente do porão principal da Quinta ao palácio, o que dá ao jardim uma configuração eclética.

    Do período republicano, por volta de 1910 – portanto, quando o palácio já era a sede do Museu Nacional – a Quinta foi parcialmente remodelada, sob a administração do Município da cidade do Rio de Janeio, pelo arquiteto Luiz Reys, que projetou o Jardim Terraço, no pátio em frente ao palácio. Cercado de balaustradas, canteiros, passeios e escadarias, bancos e jarrões, compostos geometricamente em simetria, Luiz Reys, pontua o jardim romântico e inglês de Glaziou com um jardim à italiana.

    A Quinta preserva, em coexistência, elementos arquitetônicos e escultóricos do período imperial, como os portões, embora em parte modificados, e do período republicano, como o mirante conhecido como Pagode Chinês, atribuído ao paisagista Paul Villon, o Templo de Apolo, um recanto de sombra construído numa pequena ilha sobre um dos lagos, as esculturas "A serpente" e "O canto das sereias" da escultora laureada Nicolina Vaz, os bustos de Auguste Marie Glaziou, José Bonifácio e Nilo Peçanha e as estátuas de D. Pedro II e de D. Leopoldina.

    Diferente dos jardins da Quinta da Boa vista, aberto ao uso e lazer público, já nos períodos reais e imperiais, há ligado à ala sul – ala dos aposentos particulares do palácio – um pequeno jardim privado. O Jardim das Princesas, destinado ao lazer da Família Imperial, possui bancos, fontes e guirlandas em suas baixas muradas decorados com cacos de louças e conchas embrechados.

    O palácio que encontramos hoje, em projeção no terreno e em volumetria, se definiu e se assemelha ao Paço do período imperial de D. Pedro II.

    Em projeção no terreno, as alas do palácio, construídas em sucessivas obras de ampliação, se desenvolvem em torno de dois grandes pátios internos – o pátio da escadaria e o pátio do chafariz – desenhando uma planta de composição simétrica, em um formato em “8”.

    Volumetricamente, o palácio hoje possui três pavimentos (considerando o térreo como primeiro pavimento). O terceiro pavimento, no entanto, só foi uniformizado nas obras de 1910, no período do palácio já como sede do Museu Nacional. Até então, graças à sua construção paulatina em alas, os blocos eram compostos irregurlamente, com dois e treês pavimentos.

    Destacam-se em sua composição, os dois torreões, que ladeiam simetricamente o bloco frontal e a fachada principal do palácio.

    A fachada principal, assim como a própria edificação, preserva as características volumétricas do bloco frontal do Paço do período imperial de D. Pedro II.

    Sua composição formal é marcada pela simetria de seus blocos e pela distribuição e alinhamento equidistante de seus elementos arquitetônicos e decorativos em suas esquadrias e colunas, frisos e gradis.

    O eixo de simetria é salientado pelo avanço do corpo central (três portas principais no térreo e três janelas-balcão no segundo e no terceiro pavimento), encimado por um frontão triangular e pelo tratamento, em destaque, de suas esquadrias, que revelam na fachada as áreas e o plano nobre do palácio.

    Na distribuição de seus blocos, a fachada revela, apesar de sua imponente altura, uma composição quadrangular/retangular de sentido horizontal. Vemos, nesse contexto, o tratamento dado aos três pavimentos do palácio, sendo todo o primeiro pavimento (térreo) embasado em pedra gnaiss e o segundo e o terceiro pavimento em alvenaria. O segundo pavimento é ainda destacado, como plano nobre, por seu grande pé-direito, exteriorizado na fachada.

    Em 2009, as fachadas do bloco frontal foram restauradas, recuperando as cores, do período imperial, amarela ocre de suas alvenarias (argamassas e pintura à base de cal) e esquadrias e estuques decorativos em branco.

    As fachadas secundárias seguem o alinhamento compositivo da fachada principal, mesmo nas alas do terceiro pavimento pavimento, acrescidas após o período imperial, no período do palácio como sede do Museu Nacional, nas obras de 1910.

    Destaca-se na fachada sul, o portal preservado, que ligava o palácio ao Jardim das Princesas, um pequeno jardim de lazer privado da Família Imperial.


    Portal de entrada

    As portas da entrada principal do palácio seguem a composição simétrica da composição da fachada e servem como elemento de marcação de seu eixo central.

    De grande porte, em madeira e ferro, as portas se destacam por sua cor verde, referência simbólica à Casa de Bragança e preservam os símbolos reais, como uma cabeça de leão e as iniciais PII de D. Pedro II, encimadas por coroa e envoltas por ramos de café, símbolo da riqueza do Brasil Imperial no século XIX.

    Janelas e pormenores decorativos

    Ainda hoje encontramos nas fachadas elementos arquitetônicos e decorativos remanescentes do palácio residencial imperial e, em especial, do período de D. Pedro II.

    Ornando as esquadrias e frisos encontramos, ainda preservados, relevos em estuques, representandos elementos fitomórficos, mitológicos e elementos simbólicos imperiais.

    Documentos da Mordomia da Casa Imperial (livro de registros administrativo do Paço) indicam que esses estuques podem ser de autoria e execução do arquiteto e cenógrafo italiano Mario Bragaldi, que trabalho no palácio por volta de 1860.

    O medalhão com as iniciais coroadas de PII, das portas principais, se repetem nos gradis de ferro, em cinza, do terceiro pavimento.

    Entre os relevos, destaca-se o brasão com os dois dragões alados, voltados para um medalhão central, que outrora ostentava a insígnia do Império do Brasil, e que, ainda hoje, é usada como referência histórica aos dragões da independência.

    Um brasão do Império, que no século XIX, ornava o frontão triangular sobre o corpo central da fachada, foi substiuído, em 1889, pelo brasão, da então, recém-proclamada República. Hoje o frontão não ostenta nenhum desses brasões.

    Tipologia e contexto estético

    O Paço de São Cristóvão alinha-se a tipologia dos palácios residenciais reais portugueses do Palácio de Mafra e do Palácio da Ajuda.

    O palácio, tanto por sua composição volumétrica e formal, quanto pelas características de seus elementos arquitetônicos e decorativos, apresenta uma linguagem classicista, tais como o frontão triangular, os frisos que marcam os pavimentos e a sobreposição das colunas com capiteis dóricos e jônicos, e revelam em seus detalhes, o gosto pelas feições (neo)clássicas do século XIX.

    BIENE, Maria Paula van. O Paço de São Cristóvão, antigo palácio real e imperial e atual palácio-sede do Museu Nacional/UFRJ: a definição de uma arquitetura palaciana. Tese (Doutorado em Artes Visuais) – Universidade Federal do Rio de Janeiro: Escola de Belas Artes: Rio de Janeiro, 2013.

    Maria Paula van Biene. Doutora em artes visuais/História e crítica de arte.

    Propriedade resultante do desmembramento da antiga fazenda dos jesuítas, foi cedida pelo comerciante Elias Antônio Lopes para instalação da Família Real portuguesa. Foi Paço Real, de 1808 a 1822; Paço Imperial, de 1822 a 1889, sede plenária da primeira Constituição, em 1822, e sede do Museu Nacional, que em 1846 seria incorporado à Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro.
    1565-1759 – Fazenda da Companhia de Jesus.

    ?-1808 – Quinta e casa de chácara do comerciante Elias Antonio Lopes.

    1808-1889 – Palácio residencial.

    1808-1822 – Paço Real (Família Real portuguesa – D. João VI, D. Pedro I).

    1822-1889 – Paço Imperial (após a independência do Brasil – Família Imperial brasileira – D. Pedro I e D. Pedro II).

    1889-1892 – propriedade do Republica Federativa do Brasil, Ministério da Fazenda.

    1890 – Leilão do Paço, leilão dos bens da Família Imperial exilada.

    1891 – Sede plenário da primeira Constituição republicana brasileira.

    1892-atual – Sede do Museu Nacional, incorporado em 1946 à Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    Proprietários:

    Quinta da Boa Vista – primeiros proprietários: Companhia de Jesus, até 1795;

    Quinta da Boa Vista e casa de chácara – comerciante Elias Antonio Lopes, até 1808;

    Quinta da Boa Vista e Paço de São Cristóvão – palácio residencial da Família Real e Imperial, até 1892;

    Quinta da Boa Vista e palácio – sede da primeira Constituinte da República, até 1892;

    Quinta da Boa Vista e palácio – sede do Museu Nacional, UFRJ/ Ministério da Educação / União (Governo Federal), de 1892 a hoje;

    Quinta da Boa Vista (parque) – Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.

    Proprietário atual: União (Governo Federal) – Ministério da Educação – Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    Tombamento pelo IPHAN – 11 de maio de 1938 – Livro do Tombo Histórico, insc. nº 23, Livro história, fls. 5. – Livro do Tombo das Belas Artes, insc. nº 51, Livro Belas Artes, fls. 10.

     

    Programa geral, tipologia e planta

    No Paço de São Cristóvão encontramos em seus aspectos internos, o alinhamento tipológico com os palácios residenciais portugueses, que conjugavam moradia e Estado centralizados na figura real e imperial. O programa do palácio – identificado através de documentos históricos e relatos do século XIX – já desde a época de D. João VI, definia-se em espaços e ambientes distribuídos em alas e setorizados hierarquicamente.

     

    Piso 0

    A composição da entrada principal se dava, no período de D. João VI e de D. Pedro I, através de uma escadaria externa, no centro da fachada principal da edificação, diretamente ao plano nobre (segundo pavimento).

    No período de D. Pedro II, a fachada frontal e principal é remodelada, junto ao acréscimo do pavimento superior do bloco frontal do palácio, obras à cargo de Manuel de Araújo Porto Alegre (década de 1840 e 1850) e seguidas por Bethencourt da Silva (década de 1860). Datam desse período – meados do século XIX –, as portas atuais e o acesso ao plano nobre do palácio, através do grande hall (como um vestíbulo) e por um pátio interno (primeiro átrio), onde se encontra uma imponente escadaria de mármore.

     

    Piso 1

    No piso nobre do palácio estão os grandes salões, com altos pés-direitos de cerca de 7 m de altura, que compunham as salas de aparato e oficiais e são as atuais salas de exposições do Museu Nacional.

    Na ala frontal do palácio stá a galeria que ocupava toda a fachada, e que unia dos dois torrões.

    No torreão norte, estão a antiga Sala dos Diplomatas e Sala do Trono, usada para as audiências do beija-mão, a Sala dos Diplomatas, usada para encontros de Estado.

    No torreão sul, está a antiga ala destinadas aos aposentos particulares imperiais, destacam-se três pequenas salas: o antigo gabinete de D. Pedro II, local de despacho e audiências particulares e duas pequenas sala adjacentes, além da capela, onde aconteciam diariamente as missas matinais.

    Na Casa de Jantar, ou sala de comer, o rei/imperador fazia algumas das suas refeições diárias assistido pela corte ou ocasionalmente recebiam em grandes jantares cerimoniais.

    Os aposentos de caráter privado e particular, frequentemente descritos como acanhados, eram numerosos, formando apartamentos, com conjuntos de salas e saletas com funções específicas, como quarto do guarda-roupa, do toucador, de música, de dormir.

    Enquanto o acesso externo ao andar nobre se da pela escadaria de mármore de carrara no pátio, outras escadas internas ligam os andares.

     

    Exterior

    As repartições de serviços do Paço ficavam fora do palácio, no lado norte e oeste da Quinta da Boa Vista e configuravam um complexo arquitetônico dividido em dois grupos setorizados e hierarquizados, diferenciando-se por suas funções.

    Um grupo se concentrava como um anexo ao Paço no lado norte, que atendia às demandas domésticas do palácio e, portanto, de serviços mais imediatos, tais como as cozinhas e a mantieira. Durante o período imperial de D. Pedro II, a construção de uma torre criou um acesso direto dessas repartições ao interior do palácio.

    O segundo conjunto de edificações, mais afastado do palácio, se espalhava na planície oeste e abrigava as repartições ligadas às plantações e aos animais, o que representava um cotidiano de trabalho mais pesado e demandava um grande número de trabalhadores.

    Ainda nesse conjunto, além das escolas, do hospital, da farmácia e da igreja de Santa Ana havia as senzalas e numerosas casas de moradias, que abrigavam pessoas e famílias agraciadas pela benevolência real e imperial.

     

     

    Piso 0, divisão 1 Hall de Entrada

    O forro recebe tratamento apainelado em toda sua extensão com plano de traçados geométricos formando uma molduração regular de frisos com caneluras. Nas paredes pilastras de capitel coríntio com acanto em volutas.

     

    Piso 1, divisão 2 Antesala da Imperatriz

    O plano do forro recebe tratamento com lacunários rasos, e ornamentação branco e ouro associando elementos decorativos em talha e baixo-relevo de estuque. Ao centro, um compartimento retangular reentrante cria um espaço semelhante a um grande “caixotão” dividido em três seções por dois frisos de discos, sendo estas: medalhão esférico central com roseta, folhagens de acanto e pássaros esvoaçantes; e dois painéis laterais retangulares que recebem a mesma ornamentação do medalhão central. Os três compartimentos são delimitados por uma modinatura clássica de folhas de louro. No entorno deste conjunto é criado um sistema de enquadramento ressaltado com oito painéis retangulares guarnecidos de arabescos com rosetas; e quatro cantoneiras quadrangulares com rosetas, cercados por um finíssimo friso dourado. Sustentando todo o ressalto, uma sequência de mísulas esculpidas com volutas e ornatos pingentes.
    Acima da cornija simples com frisos de caneluras, a área da sanca recebe primorosa decoração com sequência de dezesseis painéis com ornamentação variada, destacando-se do repertório clássico folhagens espiraladas que recebem médias-figuras de Amores, cártulas coroadas contendo a sigla PII, máscaras femininas gênero Marot e rosetas.
    Sobre as passagens, um portal ressaltado de madeira trabalhada tem a arquitrave decorada com máscara feminina ao centro, de onde partem arabescos e folhagens espiraladas, e a “saia” arrematada por um rendilhado de trifólios. A cornija é composta de frisos simples com caneluras em dourado. O conjunto é encimado por um ornato esculpido de dois Amores portando uma cártula coroada contendo a sigla PII e um festão de frutas com enrolamentos de acanto.  

     

    Piso 1, divisão 4

    O forro abobadado recebe tratamento apainelado em toda sua extensão com plano de enquadramento de caixilhos em cruz. Os traçados geométricos regulares da molduração criam um compartimento quadrangular central contornado por diferentes outros compartimentos sem ornamentação, sendo apenas as seções retangulares das extremidades guarnecidas de florões. Os cruzamentos da larga molduração são arrematados por rosetas, e todo conjunto leva uma cercadura composta por um toro clássico de laçaria e folhas de louro, seguido de frisos simples com ressaltos.
    A cornija é composta por uma sequência de mísulas com volutas e acanto e encimada por um friso simples com caneluras.

    Os arcos de passagem são decorados com frontões coroados por um ornato composto de máscara feminina gênero Marot, concha e enrolamentos de acanto e guarnecidos de quatro rosetas. Os arcos recebem em todo seu entorno, um caixilho de toro clássico de laçaria e folhas de louro.

     

    Piso 1, divisão 5

    Painéis de sobreporta compostos de frisos com ressaltos e guarnecidos de medalhões esféricos com motivos arcaizantes de figuras e bustos perfilados, ao estilo das medalhas de Pisanello.

     

    Piso 1, divisão 6 Sala do Segredo

    O plano do forro simplificado apresenta uma larga molduração cruciforme decorada apenas com ornatos pingentes aplicados aos quatro cantos onde as molduras planas se cruzam, deixando os compartimentos criados libertos de ornamentação.

    Por outro lado, a cornija composta de um conjunto de frisos com caneluras, é enriquecida com ornatos esculpidos e medalhões em baixo-relevo. Posicionadas onde as molduras do teto encontram o friso superior da cornija, o destaque fica por conta das mísulas coroadas com ornatos de concha e sustentadas por puttis que fazem o papel de atlantes. Na extensão mais ampla entre dois frisos, uma sequência de medalhões de gosto arcaizante ao estilo das medalhas de Pisanello, são guarnecidos de bustos femininos e masculinos de perfil. Entre eles se destaca um medalhão contendo a sigla PII, posicionado no cerne da composição de cada parede.

    Os portais adornando as entradas são encimados por três ornatos equidistantes de conchas com volutas, os quais são suportados por três modilhões românicos com guirlanda. Tais elementos decorativos dividem o portal em duas seções idênticas guarnecidas de um ornamento retilíneo horizontal de folhas espiraladas.

     

    Piso 1, divisão 7 Salas Centrais

    As salas centrais são ligadas por arcos de passagem decorados com frontões coroados por um ornato composto de máscara feminina gênero Marot, concha e enrolamentos de acanto, e rosetas. O frontão é emoldurado por frisos simples com caneluras. Os forros recebem tratamento apainelado em toda sua extensão formando compartimentos quadrangulares e retangulares, regulares e simétricos, delimitados por uma larga molduração do tipo “caixilhos em cruz”. Rosetas e florões compõem a ornamentação dos tetos, detalhando a cercadura ou no interior dos compartimentos. Colunas com capitel dórico encimado por mísulas com cabeças de carneiro.

     

    Piso 1, divisão 11 Sala do Trono

    Cornija composta por um friso de dentículos e pintura ilusionista de frisos de relevo fingido.

     

    Piso 2, divisão 1 Aposentos do Imperador

    Antiga ala dos aposentos particulares, o atual Gabinete da Direção do Museu preserva a pintura em azul claro e ornatos em madeira e estuques em dourado.

     

     

    Piso 1, divisão 3 Saleta com Cúpula

    A decoração do forro caracteriza-se pela pintura da cúpula representando a abóbada celeste com florão trabalhado ao centro. Na base da esfera, pintura em pochoir ou stencil de cinta com motivos de arabescos, folhas e flores estilizadas. No detalhe, arremate nos quatro vértices com pequeno painel triangular de cantoneira guarnecido de ornato com arabescos e folhas de acanto.

     

    Piso 1, divisão 11 Sala do Trono

    A pintura decorativa ilusionista assinada pelo arquiteto e cenógrafo italiano Mário Bragaldi e datada de 1860, corresponde a elementos de arquitetura pintados, esculturas simuladas e estuques fingidos característicos das decorações pictóricas barrocas. A estrutura formal parietal de divisão em três seções indica o esquema clássico de lambris de apoio, onde a parte superior da parede recebe a ornamentação principal, e a central e o silhar são pintados em trompe l’oeil simulando sistema de ensambladura de painéis retangulares. Os mais estreitos são decorados com ornatos em baixo relevo fingido sobre fundo dourado, e as molduras são pintadas em chiaro-scuro.

    A seção parietal superior é separada das demais por uma cercadura dupla composta de um friso florentino entalhado e um friso de óvalos, e é carregada de figuras e ornatos arquitetônicos fingidos. Destaque para os atlantes e as cariátides, escorçados e iluminados por baixo, que sustentam vigorosamente a cornija; e para o frontão barroco ondulado com volutas, ricamente trabalhado com mascarão com folhas e frisos de óvalos e folhas. O frontão é guarnecido de suntuosa cártula com rolos portando a sigla P II, encimada por uma coroa e ladeada por duas médias-figuras de anjos que seguram coroas de louros. Completam a ornamentação, enrolamentos de folhas de acanto, gavinhas e abaixo do frontão, outra cártula com rolos e cabeça de leão.

    A ampla cornija é intervalada por saliências semelhantes a finos consolos e trabalhada com moldurações diversas: na parte central, um largo friso clássico de folhagens de acanto espiraladas e mascarão com folhas simula um baixo relevo sobre fundo dourado. Há ainda um friso com dentículos e outros mais estreitos com folhas e óvalos.

    O forro abobadado tem a parte convexa ou sanca pintada com extensa barra repetindo o baixo relevo de folhagens espiraladas sobre fundo dourado, intercalado por seis painéis hexagonais com pintura imitando um conjunto de baixos relevos representando grupos de amores brincando. O teto apresenta esquema de compartimentação regular e simétrica, formando polígonos mistilíneos (lados retos e curvilíneos) variados. O grande compartimento central apresenta um painel principal com temática neoclássica, ladeado por dois outros compartimentos idênticos com pintura em trompe l’oeil de cúpula esférica de caixotões e rosetas. No interior destes, ornamentação de estuque fingido com quimeras, gavinhas e folhas de acanto espiraladas. Da pintura neoclássica destacam-se figuras mitológicas dos deuses do Olimpo, com Júpiter ao trono e uma águia, um dos símbolos de poder, aos seus pés; a sua direita, Vênus e o Cupido (beleza e amor) e Marte (guerra e agricultura); a sua esquerda: Mercúrio (comércio e comunicações) e Minerva (sabedoria). Todo o conjunto é cercado por uma modinatura composta de frisos clássicos de óvalos, de folhas e de rosetas, e pintada simulando o relevo plástico do estuque.

    Os cantos do teto são decorados com quatro cártulas com rolos guarnecidas de figuras femininas representando quatro virtudes cardinais: sapiência, justiça, fortaleza e temperança. Entre elas, a sequência de brasões reais revela a genealogia da Família Imperial do Brasil. Nessa heráldica, estão os escudos do Brasil-Reino e do Império de D. Pedro II, de Portugal da Casa de Bragança, de D. João VI, a esfera armilar adotada por D. Pedro I, o leão de Castela de D. Carlota Joaquina, as armas dos Habsburgos de D. Leopoldina, as armas de Leuchtemberg de D. Amélia e o brasão do Reino das Duas Sicílias de D. Thereza Cristina. Os brasões são arrematados com o recorrente friso fingindo em baixo relevo de folhagens espiraladas sobre fundo dourado.

     

    Piso 1, divisão 10 Sala dos Diplomatas

    O forro abobadado possui ornamentação pintada que mescla elementos trabalhados sobre papel e posteriormente aplicados no suporte. O teto apresenta um grande compartimento retangular, cujos quatro vértices suavemente arredondados, acompanham a curvatura dos painéis de cantoneira. Mais arejado e claro, possui no centro uma cártula com rolos ricamente trabalhada com volutas, folhinhas de hera e quatro pequenas máscaras ornando as curvas dos enrolamentos. O rendilhado que acompanha a cercadura do compartimento, sugere o gosto decorativo francês de Berain e Audran, e apresenta em sua composição sinuosos arabescos formando ornatos que se juntam a folhagens espiraladas, pequenos festões e cornucópias de frutas. Nos quatro cantos destaque para o Caduceu de Mercúrio, símbolo do comércio. Nos painéis de cantoneira uma grande cártula com rolos encimada por uma máscara, é guarnecida de medalhões ovais com pintura de Amores portando elementos da fauna e flora dos quatro continentes.

    Uma larga moldura clássica de folhagens de acanto espiraladas percorre e contorna todo o teto, sendo arrematada por cártulas com rolos, ora ornadas com máscara e motivos de joalheria, ora guarnecidas de brasões com as iniciais P2.

    A sanca é decorada com um friso pintado à imitação de relevo em estuque, composto de uma sequência de cártulas com as iniciais PT referentes à D. Pedro II e Teresa Cristina, e os nomes das províncias do Império do Brasil; guirlandas de louros, trajes e capacetes romanos; e nos quatro cantos um par de dragões alados pintados em amarelo ocre. Todo o conjunto recebe uma modinatura de óvalos e folhas de acanto.

     

     

    Piso 1, divisão 1 Gabinete de Estudos

    Pavimento em parquet de madeira formando padrão de estrelas de oito pontas com quadrados com tripla moldura guarnecidos de pequeno quadrado ao centro; e emoldurados por cercadura geométrica de frisos claros e escuros com losangos entrelaçados.

     

     

    Piso 1, divisão 10 Sala do Trono

     

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    PTCD/EAT-HAT/11229/2009

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