Opuntia cochenillifera

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 Nota: Este artigo é sobre um tipo de palma forrageira chamada palma miúda. Para o verbete Palma, veja Palma (cacto).
Como ler uma infocaixa de taxonomiaOpuntia cochenillifera
Palmas e flores da O. cochenillifera
Palmas e flores da O. cochenillifera
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Caryophyllales
Família: Cactaceae
Género: Opuntia Mill.
Espécie: O. cochenillifera
Nome binomial
Opuntia cochenillifera
(L.) Mill.
Sinónimos
Nopalea cochenillifera, Nopalea coccinellifera, Cactus cochenilliferus e Cactus cochenillifer

Opuntia cochenillifera (ou: verdura Nopalea cochenillifera, Nopalea coccinellifera, Cactus cochenilliferus e Cactus cochenillifer) é o nome científico da cactácea forrageira e comestível, de origem mexicana, largamente difundida no Nordeste brasileiro - recebendo o nome genérico de palma (é, ainda, conhecida por: urumbeta, cacto, cacto-de-cochonilha, palma-de-engorda, palma-miúda, palma forrageira, palma-doce, palmatória-doce, nopal, cardo-de-cochonilha, cacto-sem-espinhos).[1]

Seu uso varia desde a alimentação ao gado e humana, paisagístico e cerca-viva, como para a produção de corante natural, extraído de inseto parasita.

Características[editar | editar código-fonte]

Planta xeromorfa, possui caule cilíndrico e seus ramos (cladódios), conhecidos como palmas (ou raquetes[2]), são achatados, carnosos e em formato oval.[1]

Os ramos (palmas ou cladódios) são os responsáveis pela fotossíntese, uma vez que as folhas foram transmutadas nos espinhos que, nesta espécie, são esparsos e pequenos, e até ausentes.[1]

Seus cladódios são menores que a espécie O. ficus-indica (figueira-da-índia), sendo esta comumente chamada de palma-grande, enquanto a cochenillifera é chamada de palma-pequena.[3]

A floração ocorre durante todo o ano, com preferência ao período de setembro a março. As flores possuem tom avermelhado, com estames longos e róseos. Sua reprodução dá-se por estaquia ou sementes.[1]

Cultivo[editar | editar código-fonte]

Possui ciclo de vida perene, devendo ser cultivada em solos preferencialmente drenado, como o arenoso, e fértil (embora resista bem à infertilidade). Além do uso forrageiro, a palma também se presta à alimentação humana, e à jardinagem. Neste último caso pode ser plantada individualmente ou em grupos, como cerca-viva nas variedades mais dotadas de espinhos, ou mesmo em vasos para decoração. Deve ser cultivada a pleno sol ou a meia-sombra.[1]

Em plantações no México, onde é nativa, a produção atinge quatrocentas toneladas por hectare, dez vezes maior que a do Nordeste brasileiro.[4]

Uso zootécnico[editar | editar código-fonte]

Flor da palma forrageira, bastante comum no nordeste brasileiro.

A palma apresenta uma boa digestibilidade pelos ruminantes, sendo uma alternativa de forragem durante as estiagens nas regiões sujeitas a esta situação climática, nos Estados Unidos da América, México, África do Sul, Austrália e Nordeste do Brasil. Embora adaptável a estes lugares, suas qualidades nutritivas são inferiores às de outras forrageiras, como sorgo, capim-elefante e milho, por exemplo.[2]

Seus valores nutricionais são, em média: matéria seca 6,38%; proteína bruta (11,44%), com altos valores de extrato etéreo e carboidratos não-estruturais, observando-se ainda matéria mineral. As raquetes possuem, segundo pesquisas, valor nutricional similar à silagem de milho.[2]

Tipos[editar | editar código-fonte]

Existem dois tipos dentro dessa mesma espécie:

  • Opuntia cochenillifera (vulgar Palma miúda, doce ou língua de vaca) possui raquetes pequenas;[3][5]
  • Opuntia cochenillifera Salm Dick (vulgar Sertânia, mão de moça ou palma baiana) possui raquetes grandes e menos auréolas.[5]

Uso humano[editar | editar código-fonte]

Além do uso forrageiro, a palma tem como praga a cochonilha (Dactylopius coccus) produtora de importante corante vermelho,[1] chamado de carmim (derivado do ácido carmínico, produzido pela cochonilha como defesa contra outros insetos). O combate ao ataque por cochonilhas somente é possível com a introdução de predadores naturais.[3]

Também na culinária humana os cladódios novos e os frutos são usados, tanto na América Central[1] como do Nordeste brasileiro.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g Jardineiro.net, Nopalea cochenillifera (acessado em 11 de março de 2009)
  2. a b c TEIXEIRA, Júlio César. et allii: Cinética da Digestão Ruminal da palma forrageirra (Nopalea cochenillifera (L.) Lyons-Cactaceae) em Bovinos e Caprinos, in: Ciênc. e Agrotec. V.23, n.1, p.179-186, jan./mar., 1999 (acessado em 11 de março de 2009)
  3. a b c LIMA, Iracilda M.M.: Registro da Ocorrência de Cybocephalus sp. (Coleoptera: Nitidulidae) Predando Espécies-Praga de Diaspididae (Hemiptera), no Estado de Alagoas, in: Neotropical Entomology, vol.31 no.1 Londrina Jan./Mar. 2002 - apud Scielo Brasil (acesso em 11 de março de 2009)
  4. Novas técnicas de cultivo da palma in: Globo Rural, ed. de 11 de maio de 2008 (acessado em 11 de março de 2009)
  5. a b SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Palma forrageira: cultivo de palma forrageira no semiárido brasileiro. 3ª ed. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Brasília: SENAR. 2018. ISBN 978-85-7664-070-7
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