David Hume - Toda Matéria

David Hume

Thiago Souza
Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

David Hume foi filósofo, historiador, ensaísta e diplomata escocês, um dos mais importantes filósofos modernos do Iluminismo.

Seus pensamentos foram revolucionários, o que o levou a ser acusado de heresia pela Igreja Católica por ter ideias associadas ao ateísmo e ao ceticismo, tendo suas obras acrescidas no "Índice dos Livros Proibidos" (Index Librorum Prohibitorum).

Inspirado nas correntes filosóficas do empirismo e do ceticismo, Hume foi um crítico do racionalismo cartesiano. Suas ideias foram inspiradoras para diversos filósofos posteriores, como Immanuel Kant e Auguste Comte.

David Hume

Nascido em Edimburgo, na Escócia, em 1711, Hume foi integrante de uma família de nobres escoceses e desde pequeno demostrou interesse pelas artes e filosofia.

Estudou Direito na Universidade de Edimburgo entre 1724 e 1726. Como não se interessou muito pelo curso, se aprofundou nos conhecimentos sobre literatura, economia e filosofia.

Nas palavras do filósofo: "uma aversão insuperável a tudo o que não fossem as buscas da filosofia e do conhecimento em geral".

Foi na França, em 1748, que escreveu sua Magnus Opus: Ensaio sobre o Entendimento Humano. Além de escritor, ocupou cargos públicos, foi comerciante, professor e bibliotecário.

Faleceu em 1776, com 65 anos, em sua cidade natal.

Principais obras

Hume foi um ávido leitor e escritor e de suas obras merecem destaque:

  • Tratado da Natureza Humana (1739-40);
  • Ensaios Morais e Políticos (1742);
  • Ensaio sobre o Entendimento Humano (1748);
  • As Cartas Inglesas (1748);
  • Investigações sobre o Princípio da Moral (1751);
  • Discursos Políticos (1752);
  • A História da Inglaterra (1754-62);
  • História Natural da Religião (1757);
  • Minha Vida (1776).

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Teoria do Conhecimento

Hume desenvolveu sua teoria por meio de um método experimental de raciocínio. Para o filósofo, o conhecimento é desenvolvido através da experiência sensível do ser humano, a qual está dividida em duas partes: impressões e ideias.

A primeira estaria associada aos sentidos do ser humano (visão, tato, audição, olfato e paladar);

A segunda estaria associada as representações mentais resultantes das impressões

Essa teoria foi analisada em sua obra mais emblemática “Ensaio sobre o Entendimento Humano”, publicada em 1748.

Empirismo e Racionalismo

O empirismo é uma corrente filosófica baseada na experiência e no saber científico, que por sua vez, critica a metafísica donde não há experimentação.

Nesse caso, o empirismo critica a fé ou senso comum como gerador de conhecimentos, posto que não tem fundamentação científica. Em resumo, para Hume, as impressões seriam as causas das ideias.

Hume, por exemplo, em um capítulo de sua obra Investigação sobre o entendimento humano, afirmou que não podemos comprovar a existência de Deus mediante argumentos baseados na lógica.

Para que tal confirmação pudesse ocorrer, seria necessário um processo científico de experimentação empírica.

O racionalismo, por sua vez, difere do empirismo enquanto está baseado no desenvolvimento dos conhecimentos através das ciências exatas e não das experiências sensíveis.

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Referências Bibliográficas

O relojoeiro imaginário. IN: WARBURTON, Nigel. Uma breve história da Filosofia. Porto Alegre, RS: L&PM, 2012. p. 135-138.

Thiago Souza
Thiago Souza
Graduado em História e Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina. Ministra aulas de História, Filosofia e Sociologia desde 2018 para turmas do Fundamental II e Ensino Médio.