O número de casos de cancro da mama aumentou em 2020, principalmente entre mulheres entre os 45 e os 49 anos. Os especialistas consideram que a pandemia teve impacto nestes dados, mas defendem que o rastreio deve ser antecipado.
Esta medida de prevenção abrange atualmente mulheres dos 50 aos 69 anos, chamadas a fazer uma mamografia a cada dois anos na Liga Portuguesa Contra o Cancro, mas há muito que os especialistas defendem que estes exames devem ser feitos a partir dos 45 anos.
“As medidas de rastreio como esta devem antecipar-se ao pico do risco”, defende o cirurgião Fernando Castro, da Liga Portuguesa contra o Cancro. “Devemos iniciar ainda quando o risco é residual.”
À SIC, a Direção-Geral da Saúde confirmou que está a elaborar uma nova norma, a publicar “antes do final do primeiro semestre” deste ano, que terá em conta as recomendações feitas em 2022 pela União Europeia, “incluindo as questões associadas à idade”.
O rastreio do cancro da mama deverá, assim, ser alargado para começar aos 45 e só terminar aos 74 anos.
Segundo os dados do Registo Oncológico Nacional, divulgados esta segunda-feira pelo Jornal de Notícias, 897 mulheres entre os 45 e os 49 anos tiveram cancro da mama em 2020, a faixa etária com mais casos.
Já entre os 50 e os 54 anos registaram-se 829 casos, entre os 55 e os 59 anos 809 casos, entre os 60 e 64 contabilizaram-se 801 e dos 65 aos 69 foram 788 os casos de cancro da mama.
Fernando Castro admite que muitas mulheres possam ter “protelado a realização de exames” porque não foram convocadas para o rastreio nacional devido à pandemia.