Esopo

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 Nota: Para o historiador grego, veja Esopo (historiador).
Esopo
Esopo
Nascimento 620 a.C.
Mesembria (Pontus)
Morte 564 a.C.
Delfos
Ocupação fabulista, mitógrafo, filósofo, escritor
Obras destacadas Fábulas de Esopo

Esopo (Nessebar, 620 a.C. – Delfos, 564 a.C.) foi um escritor da Grécia Antiga a quem são atribuídas várias fábulas populares. A ele se atribui a paternidade da fábula como gênero literário. Sua obra, que constitui as Fábulas de Esopo, serviu como inspiração para outros escritores ao longo dos séculos, como Fedro e La Fontaine.

Malgrado sua existência permaneça incerta e pouco se saiba quanto à origem de várias de suas obras, seus contos se disseminaram em muitas línguas pela tradição oral. Em muitos de seus escritos, os animais falam e têm características humanas.

Biografia[editar | editar código-fonte]

O fabulista grego teria nascido no final do século VII a.C. ou no início do século VI a.C.[1] Heráclides do Ponto na obra Acerca dos Samios, afirmava que Esopo nascera na Trácia.

Em suas origens, porém, várias hipóteses foram formuladas: Frígia, Egito, Etiópia, Samos, Atenas, Sardes e Amório. A hipótese de sua origem africana hoje é bastante creditada: o mesmo nome "Esopo" poderia ser uma contração da palavra grega para "etíope", um termo usado pelos gregos para se referir a todos os africanos subsaarianos. Além disso, alguns dos animais que aparecem nas fábulas de Esopo eram comuns na África, mas não na Europa (devemos ter em mente a diferente distribuição na época de animais como o leão berbere, hoje extinto). Também deve ser notado que a tradição oral de muitos povos africanos (mas também dos povos do Oriente Próximo e dos Persas) inclui contos de fadas com animais personificados, cujo estilo muitas vezes se assemelha ao de Esopo.*

Certo é que morreu em Delfos, tendo sido executado injustamente, segundo descreve Heródoto (Histórias, II, 134) e a Suda. Segundo Heródoto, Esopo foi escravo do filósofo Janto (Xanto), um cidadão de Samos, juntamente com uma outra escrava chamada Rodópis.[2]

As fábulas de Esopo e outras possivelmente a ele atribuídas foram reunidas pela primeira vez por Demétrio de Faleros, no início do século III a.C.[3][4]

Aristóteles afirmou na Retórica que Esopo teria uma vez discursado na Assembleia de Samos em defesa de um demagogo.[5] Platão cita o nome de Esopo no diálogo Fédon (60c-61a), o que faz muitos a concluírem que suas fábulas eram muito conhecidas nesse momento histórico posterior.[6]

Fábulas[editar | editar código-fonte]

Entretanto, foi-lhe atribuído um conjunto de pequenas histórias, de carácter moral e alegórico, cujos papéis principais eram desenvolvidos por animais. Na Atenas do século V a.C., essas fábulas eram conhecidas e apreciadas.

As fábulas que lhe são atribuídas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas, era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal.

Imagens[editar | editar código-fonte]

A Cigarra e a Formiga.
Busto de Esopo no Museu Pushkin.
Esopo
como descrito na Crônica de Nuremberg de Hartmann Schedel. Aqui ele é mostrado usando roupa alemã do século XV.
Fontana Maggiore,[7] (pt: Fonte Maior) em Perugia na Itália, esculpida entre 1275-78 por Nicola Pisano e Giovanni Pisano. Mostra detalhes das fábulas O Lobo e a Garça e O Lobo e a Ovelha.

Referências

  1. AVELEZA, Manuel. As Fábulas de Esopo, p. XLIV - (em português)
  2. Heródoto, Histórias, II 134. Apud AVELEZA, Manuel. As Fábulas de Esopo, p. LIV-LV - (em português)
  3. AVELEZA, Manuel. As Fábulas de Esopo, p. XLII - (em português)
  4. Diogenes Laertios, Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres (Tradução Mario da Gama Kury), p. 147 - (em português)
  5. ARISTÓTELES. Arte Retórica. Tradução Antônio Pinto de Carvalho. Rio de Janeiro: Editora Ediouro - Tecnoprint, 1979. - (em português)
  6. Platão. Fedão. Tradução Carlos Alberto Nunes. Belém: UFPA, 1973, p. 252-253. - (em português)
  7. (em italiano) Perugiaonline

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • AVELEZA, Manuel. As Fábulas de Esopo (Texto Bilíngüe). Rio de Janeiro: Thex, 1999, ISBN 8585575956.
  • (em português) Fábulas de Esopo - Drummond, Regina. Editora Paulus, ISBN 8534905452.
  • Diogenes Laertios. Vidas e Doutrinas de Filósofos Ilustres (trad. Mario da Gama Kury). Brasília: UnB, 1987.
  • Platão. Fedão. Tradução Carlos Alberto Nunes. Belém: UFPA, 1973.
  • O PENSADOR, site, Pesquisado na Internet. Disponível em <http://pensador.uol.com.br/autor/esopo/biografia/> 5 de novembro de 2015, . Acesso em 5 de novembro de 2015.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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