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Artes visuais

Académie de La Grande Chaumière

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.11.2023
1909 França / Ile de France / Paris
A Académie de la Grande Chaumière é fundada em 1909 no bairro de Montparnasse, em Paris, pela pintora de origem belga Martha Stettler (1870-1964). Trata-se de uma escola de arte privada, estruturada com cursos livres de desenho, pintura e escultura - com aulas práticas e teóricas - e aberta a qualquer interessado. A criação da escola se inscreve...

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Histórico
A Académie de la Grande Chaumière é fundada em 1909 no bairro de Montparnasse, em Paris, pela pintora de origem belga Martha Stettler (1870-1964). Trata-se de uma escola de arte privada, estruturada com cursos livres de desenho, pintura e escultura - com aulas práticas e teóricas - e aberta a qualquer interessado. A criação da escola se inscreve numa paisagem específica, a cidade de Paris do início do século XX, que conta com diferentes tipos de instituições voltadas ao ensino artístico: da prestigiada Ecole Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] às diferentes academias particulares fundadas entre o fim do século XIX e princípio do século XX. O fato de a Escola de Belas Artes permanecer em sua longa história como uma instituição de difícil acesso, fechada às novas orientações estéticas e aos "de fora" - estrangeiros e mulheres, por exemplo -, incentiva o desenvolvimento dos cursos livres da Académie Julian e da Académie de la Grande Chaumière, entre outras, que recrutam parte dos candidatos que não conseguem entrar na escola por causa dos rigorosos concursos de admissão. A abertura das academias ao mundo exterior é traço saliente dessas instituições privadas, embora parte da bibliografia acentue maior proximidade da Académie Julian ao modelo da Escola de Belas Artes, da qual a Académie de la Grande Chaumière se mantém mais afastada.

Passam pela escola de Montparnasse como professores, entre 1909 e 1945, Lucien Simon (1861-1945), Jacques-Emile Blanche (1861-1942), Claudi Castelucho Diana (1870-1921) e Olga Boznánska (1865-1945) entre outros, e, depois de 1950, a escola conta com os pintores Fernand Léger (1881-1955) e André Lhote (1885-1962). Emile Antoine Bourdelle (1861-1929) permanece como professor de escultura na academia, do ano de sua criação até 1922. As atividades em seu ateliê dividem-se em aulas práticas - quando corrige os trabalhos dos alunos - e teóricas, em que apresenta suas reflexões pessoais sobre diferentes aspectos da criação artística. Os registros existentes dessas atividades permitem aferir o caráter anticonvencional do ensino de Bourdelle, e da academia de modo geral, em que impera o caráter coletivo do trabalho e a troca de experiências. O clima do aprendizado, na intimidade do ateliê do escultor, leva parte dos alunos a trabalhar como seus assistentes. Entre os que freqüentam os cursos de Bourdelle na academia encontram-se: Germaine Richier (1904-1959), Aristide Maillol (1861-1944) e Alberto Giacometti (1901-1966).

A Académie de la Grande Chaumière atrai alunos do mundo inteiro, de diversas gerações e filiações. Passam pela escola os norte-americanos Alexander Calder (1898-1976) e Ald Held (1928-2005); o pintor Amedeo Modigliani (1884-1920); a escultora Louise Bourgeois (1911-2010); os pintores e escultores Alberto Giacometti e Joán Miró (1893-1983). Artistas brasileiros, ou radicados no Brasil como Lasar Segall (1891-1957), Quirino Campofiorito (1902-1993), Antonio Bandeira (1922-1967) e Eduardo Sued (1925), atraídos pela formação em Paris, freqüentam muitas vezes a Académie Julien e a De la Grande Chaumière. A escola de Montparnasse recebe ainda Arpad Szenes (1897-1985) e Vieira da Silva (1908-1992) - que se conhecem nessa escola -, Milton Dacosta (1915-1988), Jorge Guinle (1947-1987) e Wesley Duke Lee (1931-2010). A Académie de la Grande Chaumière continua em funcionamento, na rua De la Grande Chaumière, 14.

Fontes de pesquisa 3

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  • DALON, Laure. Émile-Antoine Bourdelle et l'enseignement de la sculpture. Disponível em: [http://theses.enc.sorbonne.fr/document1026.htlm]. Acesso em: out. 2006.
  • LE VOYAGE DE PARIS. Les américains dans les Écoles d'art, 1868 - 1918. Paris, Les Dossiers du Musée de Blerancourt, Paris, Éditions de la Réunion des Musées Nationaux, 1990, 85pp. Il. p&b. color.
  • MONNIER, Gérard. L'art et ses institutions en France. De la revolution à nos jours. Paris: Gallimard, 1995, 462 pp [Folio Histoire].

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