O locutor esportivo Silvio Luiz faleceu aos 89 anos em São Paulo, devido a falência de múltiplos órgãos, nesta quinta-feira (16). Até o momento, não foram divulgadas informações sobre o velório e sepultamento do profissional.
Ele deixa a esposa, a renomada cantora Márcia, com quem era casado desde 1977, e três filhos: Alexandre, Andréa e André. Os dois estavam juntos há 47 anos e em uma das últimas entrevistas ao UOL, o locutor falou como era estar casado há tanto tempo.
“O casamento é uma arte de engolir sapos, dos dois lados. Ela engoliu muito meu, e eu engoli muito dela. Assim dá certo. Se vai pegar a ferro e fogo, desiste. Tem que haver uma simbiose e, às vezes, você engole jacaré, elefante, sapo, aranha. Mas dos dois lados”, disse.
Quem é Márcia?
Márcia, cujo nome completo é Márcia Elizabeth Raimundo Barbosa, nasceu em São Paulo no dia 25 de novembro de 1943. Ela iniciou sua carreira na TV Tupi em 1958, por recomendação do famoso locutor Kalil Filho e do maestro Érlon Chaves. No entanto, em 1960, mudou-se para o Rio Grande do Sul, onde se destacou na TV Piratini e na Rádio Farroupilha. Seu talento a levou ao sucesso e a diversos prêmios.
A ascensão de Márcia coincidiu com a era dos Festivais de Música e sua volta para São Paulo. Em 1965, recebeu o prêmio "Berimbau de Ouro" como Melhor Cantora no 1º Festival de Música Brasileira da TV Excelsior, com a música "Miss Biquíni", do maestro Sílvio Mazzuca. Outro marco em sua carreira foi a gravação de "Eu e a Brisa" em 1967, de Johnny Alf. No entanto, esta canção não foi classificada no 3º Festival de Música Popular Brasileira, na TV Record.
Carreira
Em 1968, lançou seu primeiro disco, destacando-se com "Eu e a Brisa", além de outras canções de sucesso, como "Pra Machucar Meu Coração" de Ary Barroso e "Aula de Matemática" de Jobim e Marino Pinto. No mesmo ano, apresentou o "Show-Recital" com Baden Powell e os Originais do Samba. Em 1970, gravou o compacto duplo "E Lá se Vão Meus Aneis", de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro, entre outras composições renomadas.
A partir de 1972, Márcia fez turnês internacionais, incluindo shows em Portugal com Baden Powell e Vinícius de Moraes. Em 1973, lançou o álbum "Rimas", com músicas de Noel Rosa e Assis Valente, e participou do Expo-Som 73 ao lado de grandes nomes da música brasileira. Em seguida, realizou um trabalho marcante no Teatro Oficina com o espetáculo O Importante é Que Nossa Emoção Sobreviva, que resultou em dois álbuns.
Em 1977, gravou a música "Ronda", de Paulo Vanzolini, que se tornaria um dos pontos altos de sua carreira. Nas décadas de 80 e 90, Márcia continuou se apresentando, muitas vezes ao lado da dupla Gudin e Pinheiro, com quem gravou vários álbuns. Algumas de suas gravações mais marcantes incluem "Ronda", "Eu e a Brisa", "O Importante é Que Nossa Emoção Sobreviva" e "Pra Machucar Meu Coração".
Nos anos 90, Márcia também homenageou o mestre do samba Cartola com o álbum "Cartola 90 Anos".