Jardim Cinema: Brad Bird / Jan Penkava - “Ratatui” / “Ratatouille”

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Brad Bird / Jan Penkava - “Ratatui” / “Ratatouille”


Brad Bird / Jan Penkava
“Ratatui” / “Ratatouille”
(EUA – 2007) – (111 min. / Cor)

“Ratatouille” é a oitava longa-metragem da Pixar, produtora criada por John Lesseter, que se associou ao gigante Disney e depois de se ter dado muito bem com a parceria, terminou por partir com a Pixar para o Universo Disney. E tudo graças a esse génio chamado John Lesseter que, em 1995, surpreendeu o mundo com o seu “Toy Story” e que desde então, nunca mais parou. Basta recordar as obras que têm saído desta verdadeira fábrica de magia para ficar tudo dito: “Toy Story”, “Vida de Insecto” / “A Bug’s Life”, “Toy Story 2”, “Monstros” / “Monsters Inc.”, “À Procura de Nemo” / “Finding Nemo”, “The Incredibles – Os Super Heróis”, “Carros” / “Cars”, “Ratatui” / “Ratatouille”, “Wall-E” e “À Procura de Dory” / “Finding Dory”.


John Lesseter, ao longo dos anos, tem sido o grande dinamizador da companhia, mas para o seu enorme sucesso contribuiu também o seu encontro com Brad Bird, esse menino-prodígio que, aos 13 anos de idade, terminou o seu primeiro filme de animação, o qual depois de ter sido visto por alguns, despertou os apetites dos Estúdios Disney.


Brad Bird trabalhou na famosa série “Os Simpsons” / “The Simpsons”, antes de realizar a longa-metragem “The Iron Giant” em 1999. Mas seria com “The Incredibles” / “Os Super-Heróis” (2004), que irá conhecer a fama. Seguindo-se três anos depois este maravilhoso filme intitulado “Ratatouille”.


Mais uma vez temos na história do cinema de animação um rato como personagem principal, sendo o mais famoso de todos, como todos sabemos, o conhecido Rato Mickey (Mickey Mouse), que um dia Walt Disney criou, depois de ter reparado no rato que andava pelo local onde fazia os seus desenhos. Já os leitores da minha geração certamente se recordam do “Super-Rato”, que nos animava as tardes de televisão, aos fins-de-semana, nessa época em que o preto e branco era a única “cor” disponível. E sempre que íamos ao cinema em crianças, lá estavam os nossos amigos "Tom e Jerry", criados por essa dupla fabulosa constituída por Joseph Barbera e William Hanna. Depois tivemos o espantoso Fievel de “The American Tail” / “Fievel – Um Conto Americano”,ficando na nossa memória, aquele “Somewhere”, tão delicioso no final da película. Até que chegamos a este candidato a Super-Chefe da Cozinha chamado Remy.


Remy não é um rato qualquer, que come tudo o que encontra, ele é alguém que adora juntar dois sabores na boca e descobrir um novo paladar. Ele recusa-se a comer os restos que andam pelo campo, como faz a sua família e em especial o seu irmão. Mas no dia em que descobriu uma casa onde podia inventar novas receitas, com produtos de qualidade, percebeu que estava fadado para ser um verdadeiro Maitre. E será nessa mesma casa que a sua vida irá mudar para sempre, ao ler o livro de receitas do famoso August Gusteau, que lhe irá abrir para sempre, as portas da alta cozinha. Porém tudo se complica ao ser descoberto pela dona da casa, sendo obrigado a fugir juntamente com a sua enorme família. Porém tudo corre mal e no meio da confusão é levado pelas águas do Sena, através dos famosos canais subterrâneos que banham a cidade das luzes.


Quando menos espera descobre que está em Paris e rapidamente descobre o restaurante do falecido August Gusteau, o seu idolatrado Mestre. Decididamente tinha encontrado a sua casa. E será ali, que se irá cruzar-se com o jovem Linguini, o filho incógnito de August Gusteau. Mas o rapaz nada sabe de cozinha e será Remy que, escondido no seu cabelo, lhe irá dar as indicações para a feitura das suas famosas criações. No entanto esta dupla irá ter de se confrontar com o poderoso Chefe Skinner, que só se interessa por novas criações de "fast-food", sempre com o fito do dinheiro. E como um mal nunca vem só, as criações de Remy, despertam a curiosidade do temível e poderoso crítico gastronómico Anton Ego, uma personagem com a voz de Peter O’Toole, que deixa o espectador fascinado. Esta dupla irá ter assim dois adversários para derrotar, embora na sua batalha conquiste uma aliada em Colette, a jovem que não percebe a razão dos melhores Chefes de Cozinha serem todos homens, quando são as mulheres que passam lá a vida.


“Ratatouille” é uma película para crianças e adultos, como já é hábito dos Estúdios Pixar, e desta feita poderemos dizer que estamos perante uma obra-prima do género. Brad Bird, Jan Pinkava e os seus colaboradores criaram um conjunto de personagens verdadeiramente fascinantes.


Se for a Paris, não se esqueça de provar esse famoso prato tradicional chamado “Ratatouille”, feito exclusivamente à base legumes, esse mesmo prato que levou o mais que famoso crítico gastronómico Anton Ego a recordar os seus tempos de infância.

Rui Luís Lima

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