Ao ler as páginas das Escrituras Sagradas, percebemos que a família é uma das primeiras instituições orgânicas da Terra. A partir da criação de Adão e Eva e de sua união feita pelo próprio Deus, o casamento constitui o que chamamos de família. E é com base nessa cosmovisão bíblica que veremos alguns retratos que a Bíblia mostra dessa tão importante organização.
O RETRATO DA CRIAÇÃO
Ao ler as páginas de Gênesis (2:21-24), o livro dos começos, temos a ideia bíblica original, a “raiz” do que Deus concebeu para ser a família:
“Então o Senhor Deus fez com que o homem caísse num sono profundo. Enquanto ele dormia, Deus tirou uma das suas costelas e fechou a carne naquele lugar. Dessa costela o Senhor formou uma mulher e a levou ao homem. Então o homem disse:
‘Agora sim! Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos. Ela será chamada de ‘mulher’ porque Deus a tirou do homem.’ É por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa”.
É propósito de Deus que as famílias constituídas sejam heterossexuais (homem e mulher); monogâmicas (um só esposo e uma só esposa); baseadas no companheirismo e na responsabilidade (“deixará pai e mãe”), sexualmente (“se unirá..”) tudo isso diante do Criador, que encontrava o casal diariamente antes da queda. Esse é o retrato proposto pela Bíblia para que casais sejam felizes para sempre.
O RETRATO DA QUEDA
No entanto, não demorou muito para que, como um “porta-retrato” colocado em uma estante na sala, a família raiz caísse, e por causa do pecado, vivenciasse várias distorções diante do Pai. O companheirismo e a paz do segundo capítulo de Gênesis rapidamente foram trocados por um relacionamento desarmônico com Deus, entre os seres humanos e com a criação.
As responsabilidades foram colocadas sobre o outro (Gn 3:6-14), em vez de harmonia, houve “guerra entre os sexos”, dores de parto e distorções no trabalho, morte física e espiritual (Gn 3:16-24); a “própria família” raiz e original da Bíblia deu lugar às distorções produzidas pela desobediência à Palavra de Deus: homicídio (desvalorização da vida humana); idolatria (alienação de Deus), bigamia (desvios sexuais) e outros pecados passaram a fazer parte da família humana (Gn 4:1-15; 19-24).
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O RETRATO DA RESTAURAÇÃO
Apesar do grande pecado em que a família humana caiu, Deus mesmo, ofendido e desprezado, não deixou de lado seu plano para ela. Ele usa a própria família caída como um instrumento de restauração da raça humana. Na própria cena do porta-retrato que caiu, o Pai celestial procurou restaurar com amor sua criação.
E foi na maternidade de Eva, que significa “vida”, que Deus lhe presenteou com uma promessa restauradora: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3:15) Aqui reside a esperança da humanidade: é no nascimento de um Bebê que está a esperança do mundo. Ele é aquele que abençoará todas as famílias da Terra (Gn 12:3).
Por causa dele, o cenário de competição entre homem e mulher deve ser encerrado, pois o desejo de ambos, no contexto familiar, deve ser recíproco e empático, como disse Paulo: “O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher.” (1 Co 7:3-4). O Evangelho conserta as relações mais desestruturadas.
Na própria descendência próxima de Eva, ela vê a restauração acontecendo em meio ao caos que o pecado causou, pois, com o nascimento de Enos, a restauração a Deus foi restaurada no mundo (Gn 4:26).
QUAL RETRATO DA SUA FAMÍLIA?
Ao ler e analisar esses três “retratos”, em qual deles sua família está inserida: mais perto da criação original, mais como a família do pecado original, ou como a família da restauração original? Caso sua família seja a do porta-retrato caído, é hora de você clamar ao Pai celestial que restaura a vida e cria novas memórias. Histórias para serem vividas aqui e na eternidade.
E não importa se o agora é de idolatria, sexualidade distorcida ou qualquer outro mal, abandone-os, peça ajuda, quebre o ciclo clamando pelo Senhor em arrependimento, e veja a Palavra de Deus se cumprir na sua vida e alcançando sua descendência: “…porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” (Ex 20:5-6).
Texto: APC Jornalismo.
