História E Se Swanqueen Tivesse Acontecido? (Season 2) - Mares não Mapeados - História escrita por bex_mills108 - Spirit Fanfics e Histórias
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História E Se Swanqueen Tivesse Acontecido? (Season 2) - Mares não Mapeados


Escrita por: bex_mills108

Capítulo 44 - Mares não Mapeados


Kate

Depois de descarregarmos tudo da “Chama do Dragão” e levar tudo para o do Caspian, o qual ele disse se chamar: “Peregrino da Alvorada”, o mesmo se encarregou de nos mostrar o navio e indicar nossos aposentos, os quais eu ouso dizer serem bem melhores agora. Principalmente porque agora eu podia dormir em uma cama de casal bem grande e confortável.

Estávamos prestes a zarpar quando ouve outro estrondo do lado de fora. Hope. Eu sabia que era ela, não entendia como ou porque, mas eu podia sentir:

–Kate! — A voz do meu irmão me chamando foi a última coisa que eu ouvi quando saltei do navio e saí correndo em direção aos escombros.

Não importa o que eu tivesse que enfrentar. Eu não podia deixá-la:

–Hope? — Tossi um pouco quando entrei e engoli um pouco de fumaça. — Hope? — Desviei quando uma estaca de madeira caiu do teto bem a minha frente. — Hope, sei que está aqui, eu não vou embora sem você! — Mais uma estaca caiu e eu tossi enquanto desviava. — Por favor, Hope, esse lugar está caindo aos pedaços! — Virei mais uma esquina entrando no que um dia fora uma sala de reuniões com uma grande mesa no centro.

STRANGE DAYS (1999) - HEALTH

Foi quando eu a vi conversando frente a frente com uma garota morena, ambas próximas até demais:

–Então é isso o que você quer? — Hope dizia enquanto eu parava a porta, me escondendo em um canto e espiando. Nenhuma das duas parecia ter me visto.

–Não, é isso que você quer... — Cerrei os meus dentes quando vi aquela garota passando os dedos pela clavícula da Hope.

Hope estava bem de frente para ela e eu não conseguia ver o seu rosto por mais que parecesse reconhecer a sua voz. Porém, isso não me impediu de ver com a exata nitidez quando a Hope agarrou os seus lábios e apertou a sua bunda, fazendo-a gemer e erguendo-a do chão. Colocando-a sobre sentada sobre a grande mesa e arrancando sua camisa, estourando os botões e descendo para os seios, ignorando as brasas que queimavam ao seu redor.

Um misto de raiva e tristeza me invadiu naquele momento. Eu queria gritar, queria chorar. Queria sair dali agarrar a Hope pelo braço que ela usava para segurar a nuca daquela garota, puxa-la para longe e bater nela, xingando-a em trinta idiomas diferentes. Queria que o teto se desprendesse e caísse sobre as duas. E mais do que tudo, eu queria ir até aquela garota e empurra-la para longe da minha namorada, queria sufoca-la com as minhas próprias mãos e dizer a ela que a Hope era minha e só, porque ela me amava e eu a amava. Ela tinha me dito isso, tinha me mostrado quando me procurou e me entregou o mapa. Ou será que tudo não passou de um sonho? Parecia tão distante... Espera!

O rosto daquela garota olhando diretamente para mim e sorrindo enquanto Hope abaixava sua calça e beijava o seu pescoço foi a última coisa que eu vi antes de me sentar na cama de uma vez, acordando.

“Aquele era o sonho”. Pensei enquanto tentava regular a minha respiração, sentindo a minha camisa suada grudar na minha pele. “Que merda, Hope!” Me virei na cama e me sentei de uma vez, já alcançando as minhas botas e vestindo-as. Eu não fazia ideia de que horas eram, mas tinha certeza que não conseguiria dormir mais, não depois desse sonho.

Foi enquanto eu me arrumava que eu consegui me lembrar quem era a garota. Karina. Uma das filhas de Matinta, aquela que sobreviveu. Papai havia matado a sua irmã quando roubou a bússola. Ele sempre disse que foi em legítima defesa, mas nunca dava para ter certeza, nenhum de nós estava lá. De qualquer jeito, não importava, estávamos onde estávamos.

Saí do quarto fechando a porta atrás de mim e subi as escadas sentindo um vento frio me cortar conforme eu avançava:

–Olha só quem resolveu acordar, bom dia! — Patrick me cumprimentou com um sorriso assim que eu cheguei a cabine do capitão, vendo-o sentado atrás da mesa, analisando os mapas, atrás dele estava o Neal em pé, olhando por cima dos seus ombros e a Natasha que estava sentada a sua frente em outra cadeira.

Pela janela dava para ver que não deviam passar das cinco da manhã, havia um misto de cores, acima de nós uma cor de azul mais clara, porém mais a frente ele ia mudando, para um roxo, depois quase um rosa, um laranja e um amarelo. O nascer do sol:

–Bom dia... — Bocejei e me sentei na cadeira vaga que havia ao lado da Natasha. — O que fazem acordados tão cedo?

–Eu poderia te perguntar a mesma coisa, você nunca foi uma pessoa matinal. — Patrick deu de ombros e me esticou uma xícara de café, a mesma que eu peguei enquanto agradecia com um gesto de cabeça.

–Digamos que eu tenha perdido o sono. — Dei de ombros.

–Bom, você não foi a única, as crianças não deixaram ninguém dormir desde que chegamos aqui. — Natasha deu de ombros e eu a olhei com estranheza.

–O quê? Por quê?

–Porque estamos bem no meio de uma geleira. — Caspian entrou na sala pela porta que vinha do convés e só então eu vi a neve em suas roupas e entendi. — É melhor colocarem um casaco, está bem frio lá fora. Tenho alguns nos meus aposentos se precisarem.

–Estamos bem, obrigada. — Foi Natasha quem respondeu com um revirar de olhos.

–De nada. — Caspian lhe deu um sorriso forçado e se apressou em se aproximar do meu irmão e também olhar o mapa. “Que diabos havia com aqueles dois?” Olhei do Caspian para a Natasha pensativa. — Descobriu alguma coisa?

–Não, nada aqui é fixo... — Dizia Patrick enquanto girava as peças giratórias do mapa. — Não pode ser tão preciso quanto os mapas normais.

–Não, mas leva a mais lugares. — Dizia Caspian.

–O que isso deveria significar? — Neal perguntou.

–Deixe-me ver o mapa. — Pedi e Patrick me passou no mesmo instante.

Então, eu começei a mexer nas peças avistando alguns lugares que eu já tinha ouvido histórias, mas nunca pensei que pudessem existir de verdade: “O tridente de Posêidon”/“A fonte da juventude”/“Atlantis”/“El Dourado”. Todas aventuras incrivelmente tentadoras, mas nenhuma que fosse o meu foco agora, então eu continuei a mover a peça:

“Vira a beirada”. “Vira outra vez”. “Auroras não se põe”. “O brilho de verde”. — Li em voz alta.

–Que diabos isso deveria significar? — Natasha perguntou confusa.

–Não tenho certeza, mas se for o que eu estou pensando...

–Mas eram só histórias, não eram? — Patrick perguntou olhando para mim.

–Jack Sparrow também era. — Lembrou Neal.

–Então, talvez devêssemos perguntar a ele. — Caspian sugeriu e todos assentimos.

Hope

Forçada a dar a Karina tudo o que ela quis para qu a mesma não contasse nada para a Matinta e a bruxa por sua vez acabasse descontando na minha família, eu acabei colocando fogo em todo aquele lugar, destruindo a Baía Naufrágio com a ajuda de todos aqueles Senhores das Trevas. Por sorte, a maioria dos piratas conseguiu escapar e os que não conseguiram, ficaram por conta dos Senhores das Trevas . Acho que nunca tinha desejado tanto estar fora do meu estado de lucidez, era horrível ver todas aquelas pessoas morrerem. E pensar que eu já tinha feito aquilo, esmagado mais corações do que eu gostaria de admitir, sentindo seus restos escorrerem pelos meus dedos e ficar satisfeita com aquilo...

Nós tínhamos acabado de voltar ao castelo quando eu vi as minhas duas mães saindo de uma sala, a minha mãe Emma limpando suas mãos ensanguentadas em um paninho branco, manchando-o enquanto se virava para a minha outra mãe e dizia:

–Então, o que você achou?

–Já estava na hora de você se juntar ao lado sombrio, Swan. Fica bem em você, Querida. — Lhe deu um sorriso de canto.

–Ah é? Você gostou? — Minha mãe parou e a puxou pela cintura, fazendo com que seu peito batesse no dela.

–Você nem imagina, Senhora das Trevas. — Minha mãe esticou a mão tocando o seu peito, enrolando a outra no seu pescoço.

–Obrigada, minha Rainha. — Disse baixinho e sorriu se aproximando devagar.

Porém, antes que as duas pudessem fazer qualquer coisa, eu resolvi coçar a garganta anunciando a minha presença:

–Hope... — Minha mãe se afastou da Emma e se virou para mim meio sem jeito. — Você voltou.

–Como foi, Garota? — Minha outra mãe perguntou com um braço ainda em torno dos ombros da minha mãe.

–Foi bom, eu acho. — Dei de ombros.

–Vocês deixaram sobreviventes? — Foi minha mãe Regina quem perguntou e eu neguei.

–Claro que não.

–E o lugar? — Foi a vez da minha outra mãe.

–Destruído. Uma hora dessas não deve passar de cinzas.

–Bom trabalho, Querida. — Minha mãe se aproximou sorrindo e tocou o meu queixo com carinho.

–Estamos orgulhosas de você, Garota. — Minha outra mãe também colocou uma mão no meu ombro.

–Eu sei. — Forcei um sorriso sem mostrar os dentes. — Mas, para ser bem sincera, eu estou bem cansada agora... — Começei a me afastar. — Acho que vou subir e esticar um pouco as pernas. Vejo vocês amanhã. — Sorri uma última vez e me virei em direção as escadas, ouvindo-as me desejar boa noite.

Ter aquelas duas “cópias”, versões escurecidas da minha mãe por perto, me tratando quase que com carinho era como estar dentro do filme “Coraline”, só que bem mais bizarro e real.

Eu já estava quase no topo da escada quando topei com o Rumplestiltskin:

–Não tão rápido, Queridinha, há uma pessoa querendo te ver.

Robin

Apesar de toda a neve, estava um dia lindo lá fora, então enquanto as crianças brincavam aproveitando o clima, eu e Alice resolvemos sair e ficar um pouco lá com elas:

–Hey, olhem! Uma baleia! — Lucy gritou e apontou de forma que todos nos virassemos a tempo de vê-la caindo no mar e jogando água para todo o lado.

–Ow! — Exclamou Lucas se aproximando da borda.

–Hey, cuidado aí, Campeão, não queremos que você caía. — Disse Ritchip, um rato nobre e falante que tinha passado a manhã inteira ensinando esgrima as crianças, ou pelo menos, tentando.

Sorri ao ver as crianças se aproximando animadas da borda pronta para ver outro salto de baleia, e voltei a minha atenção para a Alice:

–Hey, tudo bem? Está com frio? — Passei um braço em torno dos seus ombros e a mesma sorriu.

–Não, eu estou bem. — Sorriu. — Mas se quer entrar, nós podemos...

–Não, eu estou bem. — Assegurei e dei um beijo na sua bochecha, trocando um sorriso com ela logo depois. — Na verdade, eu estava pensando... Quando voltarmos, eu não sei se quero continuar morando com as minhas mães. Sei que foram lembranças da maldição, mas morar sozinha foi tão bom. Só que... Dessa vez não sozinha, sozinha, entende? — Me embaralhei e Alice sorriu me olhando.

–O que está dizendo? — Seus olhos brilhavam em uma mistura muito fofa de amor e curiosidade.

–Estou dizendo que talvez... Nós possamos morar juntas, se você quiser... Poderíamos arrumar algum apartamento só para nós em Hyperion Heights ou... Ou onde você quiser. É que em Hyperion Heights eu já tenho o meu trabalho no bar, então...

–Robin? — Alice segurou as minhas mãos e só então eu percebi que estava falando sem parar. — Eu não me importo de onde vai ser. Se vier com uma Robin embutida, é tudo o que eu preciso. — Deu de ombros e eu lhe dei mais um beijo.

Hope

–Hope... — Sua voz rouca me atingiu como um daqueles calafrios indesejados.

–Mandou me chamar, “Mãe”? — Fiz uma breve reverência tentando parecer sincera.

–Sim, mandei... Acontece que minha filha, Karina, acabou de me contar sobre um certo mapa que você ajudou a garota Jones encontrar. — Senti meu sangue gelar só ouvir aquele sobrenome. Ela sabia. Aquela filha da puta, nós tínhamos um acordo. Olhei em volta procurando pela Karina, mas ela não estava presente. — Sabia que eles estavam aqui?

–Não, claro que não. — Me apressei em negar. — Mãe, eu juro que...

–Não, Hope, não jura. — Me interrompeu. — Sei que quer ajudá-la a chegar ao baú de Davy Jones, eu não posso deixar de me perguntar: Por quê? Acha que vai encontrar a sua família lá? Acha mesmo que eu os deixaria voltar tão fácil assim? Que inocência a sua, Hope, achei que já tinha entendido que nós somos a sua família. — Ela riu rouca. — Felizmente, eu posso te ajudar, sou uma bruxa misericórdia, ou não?.

–O quê?! Mãe, não é nada disso que está pensando...

–Tirem-na da minha frente. Agora! — Ela pediu e no mesmo momento dois Senhores das Trevas cujos nomes eu desconhecia seguraram meu braço com força.

–Não! — Protestei e tentei me soltar, mas sem sucesso.

Kate

–Será que pode interpretar, “Capitão Sparrow”? — Disse e revirei os olhos enquanto entregava o mapa a ele.

–Sr. Gibbs?!

–Eu, Capitão! — O mesmo respondeu no mesmo minuto.

–Explique para os cavaleiros do que se trata o brilho verde. — Ele jogou o mapa nas mãos do marujo que o pegou sem dificuldade.

–É claro, Senhor! — Ele concordou e voltou sua atenção a nós. — Acontece em raras ocasiões. Na última réstia de pôr do sol, o brilho de verde sobe aos céus. Eu penso ter visto algumas vezes, mas alguns passam a vida toda sem nunca ver. Outros dizem que viram e mentem. E outros dizem que...

–É sinal de uma alma que voltou a esse mundo depois de morta. — Completei junto ao Patrick e ao Caspian tirando uma careta desgostosa do Gibbs.

–É de coisas assim que estou falando quando digo que traz má sorte termos mulheres a bordô. — O homem murmurou.

–As histórias... São reais. — Olhei para o Patrick.

–É claro que são. — Jack sorriu e tomou o mapa de volta das mãos do Gibbs. — Acreditem quando eu digo, Crianças... — Ele dizia enquanto enrolava o mapa novamente. — Não é chegar a terra dos mortos que é o problema... — Ele jogou o mapa na minha direção e eu o peguei sem muita dificuldade. — É sair de lá. — Sorriu galante.

–Mas você sabe como, não sabe? — Neal perguntou receoso e Jack sorriu enquanto virava o navio.

–É o que vamos descobrir, Garoto. Você e eu.

–Isso é tão animador. — Patrick revirou os olhos.

Hope

Nada pude fazer quando os senhores das Trevas foram me arrastando por aquele corredor de masmorras, me jogando dentro da mesma cela que eu estava da última vez:

–Não! — Gritei quando a porta da cela bateu. — Aí, houve um engano! — Segurei nas barras. — Ainda sou eu! Ainda estamos do mesmo lado! — Gritei, mas não parecia ter mais ninguém para me escutar.

Foi quando eu estiquei as duas mãos em direção a porta com a intenção de estoura-la com magia que eu ouvi:

–Poupe seu fôlego, eu já tentei isso. Mais de uma vez. — Parei o que estava fazendo e olhei na direção do barulho, vinha da cela do lado, de um canto escuro que me impedia de identificar quem era a dona daquela voz feminina e rouca.

–Quem disse isso? — Me aproximei das barras do lado.

–Ah, então agora você me escuta... — Ouvi a pessoa rir. — Da última vez parecia muito ocupada dando ouvidos a sua própria cabeça. — Ouvi alguma coisa se mexer e apertei os olhos tentando ver melhor.

–Quem diabos é você? — Me aproximei ainda mais da grade.

Foi quando a figura simplesmente pareceu pular da escuridão, segurando nas mesmas grades que eu em me fazendo dar um pulo de susto para trás antes de conseguir assimilar que se tratava de uma mulher. Possuía olhos castanhos e cabelos da mesma cor, os mesmos sendo cumpridos e bem mal cuidados, além da sua pele pálida e magra. Parecia já estar ali a muito tempo. Foi analisando seus trabalhos que eu tive a impressão de já tê-la visto antes:

–Quem é você? — Disse baixinho ainda mantendo a distância, vendo sua expressão sofrida enquanto ela engolia seco.

–Meu nome é Lilith Paige Jones. E agora que pode me ouvir, eu preciso saber: O que fizeram com a minha família?

Oito dias depois

Death of Me - WizTheMc

Patrick

Não importava os anos que se passassem, acho que viagens de navio são e sempre vão ser uma das minhas coisas favoritas de se fazer. Quer dizer, tem coisa mais bonita que isso? O horizonte se expandindo a distância, o vento assobiando em meus ouvidos, o som do casco do navio deslizando pelas águas do mar que eram conquistadas aos poucos. E quando anoitecia... Deus, aquele céu noturno, as estrelas uma mais brilhante que a outra e a lua iluminando o nosso caminho, refletindo na água, era simplesmente maravilhoso. Eu quase poderia desejar ficar ali para sempre:

–É lindo, não é? — Me aproximei do Neal que estava debruçado sobre a borda do navio também olhando para o céu.

–É, é sim. — Ele sorriu, me olhando rapidamente pelo canto dos olhos antes de voltar a apreciar a paisagem. — Acho que nunca vi tantas estrelas assim. — Ele disse e eu concordei com um sorriso também olhando para o céu.

–Hey, está vendo aquele conjunto de estrelas, formando uma cruz? — O cutuquei pelo ombro e apontei vendo-o assentir. — É uma constelação, se chama Cruzeiro do Sul. Papai nos ensinou a identificar quando éramos crianças porque a “Estrela de Magalhães”, aquela que fica na parte de baixo, está sempre apontando para o sul. Ajuda na hora se se orientar quando não se tem uma bússola mágica. — Sorri e olhei para ele vendo-o me olhar boquiaberto. — Que foi?

–Nada, é que... Você tem mais algum dom desses escondido na manga ou esse foi o último? — Ele ria.

–Não seja idiota. — Dei um soco no seu ombro. — É só uma coisa que meu Pai me ensinou. — Dei de ombros sentindo uma sensação estranha passar por mim, não era bem tristeza, mas saudade, eu acho. Saudades do meu Pai. Afinal, ele era meu pai.

–Hey, tudo bem? — Fiquei impressionado e até um pouco assustado quando Neal colocou sua mão sobre a minha, o que me fez tirá-la dali.

–Tudo, eu só... — Procurei as palavras enquanto olhava no fundo daqueles olhos azuis, sentindo-os me analisar e me ler como um livro aberto. — Lembrei dele. — Disse e desviei o olhar, me debruçando sobre a borda do navio, voltando a encarar a água e soltando um longo suspiro.

–Hey? — Neal colocou uma mão sobre o meu ombro e eu o olhei pelo canto dos olhos. — Se te faz sentir melhor, eu sinto muito, e entendo porque vocês fizeram o que fizeram. Acho que eu teria feito o mesmo pelo meu pai. — Fechei os olhos por um momento e respirei fundo enquanto concordava com a cabeça.

–Obrigado, Neal, significa muito. — Tentei sorrir, mas não tenho certeza se funcionou.

–Quer saber? Vou pegar alguma coisa quente para bebermos, não sai daí. — Ele me deu um tapinha nas costas e se afastou antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa.

Fiquei ali debruçado vendo-o se afastar a passos largos, rígidos e determinados, seus ombros largos destacados pela camisa branca e larga que ele vestia. Eu sabia porque ele não tinha se desculpado pelas coisas que me disse referente ao meu pai, e mais do que tudo, eu compreendia. Ele não tinha pelo que se desculpar, não quando nós éramos quem tínhamos agido errado naquela situação. A única coisa que realmente me confortava agora era estávamos tentando consertar tudo aquilo.

Me virei para o outro lado quando o Neal entrou para dentro da sala do capitão, desaparecendo do meu campo de visão. Voltando a olhar para o horizonte. Foi quando eu notei que havia uma queda ali, como se o mar simplesmente acabasse. “Merda!”

Me endireitei pronto para correr até o Jack e avisá-lo, mas antes que eu pudesse fazê-lo, Tinker Bell apareceu na minha frente bloqueando meu caminho:

–Para aquilo que mais desejamos, há sempre um preço a ser pago! — Ela disse enigmática, mas eu simplesmente ignorei. Não tinha tempo para processar o que quer que aquilo quisesse dizer.

Corri até o timão avistando o Jack no controle, Gibbs de um lado, Caspian do outro e mais ao fundo Kate, Robin e Alice sentadas, olhando para o mapa.

–Jack, a frente! — Apontei.

–Pois é, perdidos de vez, não é? — Jack sorriu despreocupado.

–Perdidos?! — Kate se levantou e questionou sem entender, olhando para a direção que eu apontava e entendendo.

–As vezes precisamos nos perder para encontrar lugares que não podem ser encontrados, não acha, Amor? Se não, todos saberiam onde encontrar.

–Hey? Notaram que estamos acelerando? — Natasha foi a próxima a se juntar a nós junto as crianças.

–É, eu notei. — Jack sorriu e eu troquei um olhar preocupado com a Kate.

–A postos. — Disse.

–A postos! — Caspian gritou repetindo a mensagem aos seus marujos enquanto corria pelo convés junto a mim. — Todos a seus postos!

Os marujos se juntaram a nós:

–Virem tudo para a esquerda e avancem! — Gritei.

–Não, não! — Disse Jack. — Deixem!

Nós o ouvimos, mas ignoramos:

–O que é aquilo? — Neal se juntou a mim.

–Não tenho certeza, mas não é bom.

Kate

–Você nos condenou! — Natasha para o Jack irritada.

–Não diga uma coisa dessas, Amor, talvez não sobreviva para se desculpar. Não vai querer que essas sejam suas últimas palavras, vai? — Ele esticou a mão para tocar o seu rosto.

–Nem pense nisso! — Caspian entrou na sua frente empurrando o Jack e o impedindo de toca-la.

–Caspian, não. Não temos tempo para isso, temos que ajudar o Patrick. — O puxei pelo braço.

–Falou bonito, ouça com atenção. — Jack apontou com um sorriso.

–Vamos. — Caspian disse entre dentes cerrados para mim e Natasha, baixando sua guarda.

–Você ele nojento. — Disse Natasha enquanto nos afastavamos.

–Ele é um pirata. — Bufei.

–Recolham as velas! — Ouvi Patrick gritar.

–Para a esquerda! — Tomei o lugar do Jack no timão para vira-lo. Ao longe, eu vi a Tink fazendo aquela coisa com as conchas de novo, mas não lhe dei muita atenção, focando no meu objetivo virando tudo para a esquerda.

–Segurem-se bem! — Patrick gritou e chegou as crianças junto ao Neal, ajudando-os as meninas a protegerem os menores.

O navio rodopiou e virou para o outro lado, porém já estávamos tão na ponta que o navio não teve forças para seguir, então, a correnteza nos arrastou e o barco caiu. A última coisa que ouvi foi os gritos de todos e depois, tudo ficou escuro.

bellyache - Billie Eilish

Hope

Eu estava na Baía Naufrágio, eu matei piratas, voltei para casa e então... Névoa, em branco, um borrão... Era isso que eu vinha vendo na minha frente nos últimos dias. Tentando me lembrar, mas nunca conseguindo...

Estávamos tão próximas de descobrir onde o Aslan estava. Matinta seria finalmente liberta e nós finalmente venceriamos. Teríamos o mundo inteiro aos nossos pés e eu passaria a viver uma vida de Rainha. Tem coisa melhor que isso?

Não, é claro que não. Então porquê eu continuava com a impressão de que estava me esquecendo de um detalhe importante? Talvez até o mais importante...

Essa sensação vinha me dominando a mais ou menos uma semana, eu tentava ignora-la, fazer o que precisava, mas então ela voltava. Talvez sempre tivesse estado lá, mas por quê?

–Pronta, Amor? — Karina me perguntou com uma voz serena e eu assenti.

–Sim, vamos começar. — Lhe dei um selinho e nós trocamos um sorriso antes que eu esticasse minhas mãos em direção do Príncipe acorrentado. Nós vínhamos torturando-o nos últimos dias para saber o paradeiro do Aslan. Foi dando uma descarga de choque nele, que eu acordei o mesmo, fazendo-o gritar de dor. — Bom dia, Vossa Alteza. Bem vindo a rodada bônus! — Sorri. — Então, será que hoje você vai me dizer o que eu preciso, ou eu vou ter que te matar? Porquê infelizmente, você não tem mais dedos para cortarmos. — Sorri enquanto o via engolir seco.

Kate

Quando abri os olhos, já era dia, eu estava deitada na areia de alguma praia e a água do mar batia em mim. Claro que eu me apressei em me colocar de pé e olhar em volta, notando que todos estavam ali, também acordando devagar:

–Onde estamos? — Patrick foi o primeiro a se levantar.

–Eu não sei. — Respondi vendo a Natasha também se levantar e olhar em volta.

–Não vejo a minha mãe. Não vejo ninguém. — Ela dizia.

–Eles estão aqui. — Disse Jack. — Não poderiam sair. Não sem isso aqui. — Ele ergueu o mapa mais uma vez.

–E importa? Estamos presos aqui igual a eles! — Reclamou Neal apontando para as madeiras que restaram do navio.

–Esperem, tem um navio ali. — Me virei para a Lucy vendo-a olhar pelo telescópio e apontar.

–Onde? — Coloquei a mão na testa fazendo sombra nos meus olhos e apertando os mesmos, mas não vi nada.

–Ali. — Ela me entregou o telescópio e eu o peguei olhando pelo mesmo e ficando boquiaberta quando finalmente vi o navio. Não era possível.

–Pat... — Passei o telescópio para ele ainda olhando na direção do navio boquiaberta.

–Que foi? Parece que você viu um... — Ele pegou o telescópio e também olhou. — Jolly Roger.

Henry

–Jack, Ella, tudo pronto aí?

–Tudo certo, Henry. — Respondeu Jack voltando a sua atenção a corda da vela que ele puxava junto a Ella, Naveen e Sabine.

–Mãe?

–Quando quiser, Filho. — Minha mãe também respondeu segurando a outra vela junto a Tia Ruby.

–Roland? Sabe o que tem que fazer? — Perguntei só para ter certeza vendo o mesmo assentir de trás do timão. — Dizzy?

–Tudo bem, Henry. — Ela assentiu e voltou a atenção a sua irmã que estava em pé bem na proa do navio.

Apesar de todos os nossos últimos fracassos nos dias anteriores, a Anastasia tinha manifestado bastante os seus dons nos últimos dias. Nossa aposta, era que isso acabasse nos ajudando a derrubar o escudo sair dali:

–Tudo bem, podem soltar. — Disse a aqueles que seguravam as velas e assim eles fizeram, deixando que as mesmas pegassem aquele pouco de vento e o barco começando a andar.

–Está funcionando. — Ela sorriu.

–Espera, parem! — Tia Ruby gritou de repente e todos paramos para prestar a atenção.

–Que foi, Amor? — Tia Zelena perguntou olhando a amada com preocupação.

–Ouvi alguma coisa. — Ela disse baixinho.

Foi quando eu também ouvi um assovio e corri até a borda para olhar:

–Obrigada por prepararem nossa partida! — Reconheci quando a Robin gritou da praia junto a mais um bocado de pessoas.

–É a Robin! — Gritei aos outros e minhas tias se apressaram a se juntar a mim e também espiar.

–E a Cora! — Tia Zelena disse com um sorriu que mal cabia na sua boca, se apressando em descer do navio pela escada improvisada que havíamos feito.

–E o Neal! — Meus avós foram os próximos.

–Ela conseguiu. — Disse Jefferson incrédulo também olhando de longe.

–E você tinha alguma dúvida? — Sorri para ele e também me apressei em descer.

Kate

–Como acha que ele veio parar aqui? — Patrick me perguntava olhando para o navio que estava a pelo menos uns 300 metros da praia.

–Não faço ideia, Pat, mas...

–Mãe? — Parei de falar quando ouvi a Cora gritando e me virei a tempo de vê-la entrando no mar. — Mãe!

Gone, Gone, Gone - Phillips Phillips

Zelena

Eu e Ruby ainda estávamos na metade do caminho até a praia quando Cora entrou no mar e veio correndo na nossa direção se atirando em nossos braços:

–Mães!

–Cora, meu amor, você está bem, Querida? Sentimos sua falta. Por onde andou? Como chegaram aqui? Estavamos preocupadas. — Eu e Ruby dizíamos juntas enquanto a apertavamos e a enchiamos de beijos.

–Mães, eu estou bem, estou legal. É uma longa história, mas estamos bem. — A garota lutava em responder todas as nossas perguntas e escapar do nosso abraço, foi então que ela apontou para a Robin e eu notei que a mesma tinha se aproximado.

–Robin! — A abraçei junto a Ruby.

–Hey, mães. — Ela sorriu sem jeito com o abraço.

–É bom você nunca mais fazer uma coisa do tipo, está me entendendo, mocinha? Você e sua irmã quase me matam de preocupação. — Eu dizia analisando o seu rosto para ver se estava tudo bem, se ela não estava machucada.

–Também senti sua falta, mãe. — Ela sorriu e me abraçou mais uma vez.

–Hey, elas estão bem? Estão legais?

–Roland! — Cora o abraçou antes que qualquer uma de nós pudesse respondê-lo e quando os dois se separaram, Roland voltou sua atenção para a Robin.

–Sério?! Você saí para uma aventura e esquece de me convidar? Esqueceu que eu sou o irmão mais velho aqui? — Ele brincou enquanto se aproximava.

–Você é um babaca. — Robin negou e se aproximou também o abraçando.

–Senti sua falta, Irmãzinha. — Roland dizia por cima dos ombros dela.

–Todos sentimos. — Ruby disse se juntando ao abraço e eu fiz o mesmo puxando a Cora junto de nós.

–Mas... — Roland se afastou do abraço e apontou para a Robin. — Eu vou querer saber cada detalhe do que aconteceu, okay? Cada detalhe.

–É, eu também. — Me juntei a ele.

–E nem pensem em me deixar de fora. — Ruby foi a próxima.

–Okay, podem deixar. — Robin sorriu trocando um rápido olhar de cumplicidade com a Cora.

Alice

Eu tinha resolvido esperar na praia enquanto a Robin corria e reencontrava a sua família, eu poderia cumprimentá-las depois, mas agora eu estava ocupada demais sentindo um aperto tomar conta do meu coração, imaginando se meu pai estava ou não a bordô daquele navio, se ele estava me olhando de algum lugar. E pensando em como nós iríamos embora no mesmo navio já que não podíamos nos aproximar:

–Alice! Você voltou! — Senti duas mãos me envolverem com pressa e demorei alguns segundos para processar de quem era aquela voz.

–Grace! — Sorri a abraçando de volta. — Para ser honesta eu tinha até me esquecido que podíamos fazer isso. — Disse me referindo ao abraço enquanto me afastava dela.

–Eu também, mas estou feliz que possamos. — Foi a vez da Grace sorrir e me puxar para outro abraço. — Papai ficou tão feliz em te ver.

–Ele não foi o único. — Reconheci aquela voz vinda das minhas costas e me separei da Grace a tempo de vê-lo com um sorriso no rosto.

–Rumplestiltskin. — Sorri.

–Meus parabéns, Alice, você conseguiu. — Ele me esticou uma mão cumprimentando e eu a peguei com um sorriso.

Lucy

–Lucy, você está bem, bebê? — Minha mãe perguntava conferindo o meu rosto e me abraçando. — Onde você esteve?

–Ficamos preocupados. — Jack disse antes que eu pudesse responder e eu suspirei ao perceber que ele tinha um braço em torno dos ombros da minha mãe.

–É, eu...

–Luce? — Meu sorriso foi automático quando eu reconheci aquela voz.

–Pai? — Olhei para o Henry parado pouco atrás de nós. — Pai! — Corri na direção dele e pulei no seu colo o abraçando.

–Você está bem? Sabia que ia nos encontrar. — Ele sorriu.

–Claro que sabia. — Reconheci a voz da minha avó Regina.

–Vovó! — Também a abraçei.

–E aí, Garota? — Minha outra avó colocou uma mão sobre o meu ombro e eu sorri para ela. — Como chegaram até aqui? — Ela perguntou depois de retribuir o sorriso.

–Não teríamos conseguido se não fosse pela Kate e o Patrick. Eles nos ajudaram. — Apontei e minhas avós trocaram um breve olhar antes de começarem a andar na direção dos mesmos.

Regina

Foi enquanto eu e Emma íamos até os filhos do Hook que eu notei a presença de outra pessoa:

–Regina? — Emma me olhou sem entender quando eu parei.

–Vai, eu encontro você. — Disse e apontei para a Tinker Bell que estava parada um pouco mais a frente. Estava diferente, vestindo trapos, e bem mais velha, com os cabelos mais sujos que o normal, mas ainda era ela.

–Como? Estou tentando contatá-la há anos. — Disse Emma boquiaberta depois de também reconhecer.

–É o que eu pretendo descobrir. — Troquei um último olhar com a loira que assentiu antes de seguir um caminho oposto do meu. — Está aí uma pessoa que eu realmente não esperava reencontrar. — Me aproximei da Tinker Bell chamando sua atenção. — Onde esteve todo esse tempo? Tentamos te contatar.

–Ocupada cuidando da sua família, para variar. — Disse pouco amigável.

–Jeito estranho de demonstrar já que você não estava por perto quando a Hope precisou, e você é a Fada Madrinha dela.

–Eu poderia não estar por perto, mas eu sempre estive cuidando dela. Foi por isso que eu parti para começar. Uma das piores decisões que eu já tomei na minha vida, com toda a certeza.

–Por que diz isso?

–Porque foi assim que eu perdi as minhas asas. De novo.

Kate

Um a um, Cora, Robin, Neal, Natasha, icw e até mesmo a Tink, foram cumprimentados e abraçados pelos seus entes queridos. Conseguimos, Hope”. Pensei e sorri sozinha:

–Como nos acharam? — Foi Emma quem se aproximou e perguntou interrompendo meus pensamentos.

–Tivemos ajuda. — Dei de ombros. — Emma, esse é o Caspian. — O mesmo que estava do meu lado se apressou em cumprimentar a loira com um aperto de mão, dizendo: “Muito prazer”. — E aquele é o Jack. — Apontei.

–Jack?! Jack Sparrow? — Henry se aproximou boquiaberto.

–Capitão Jack Sparrow. — Corrigiu antes de se virar para mim. — De nada, Amor. — Fez uma rápida reverência antes de se voltar para o Henry que ainda o olhava impressionado. — Eu te conheço, rapaz?

–Não, claro que não, mas você é famoso de onde eu venho, quase uma lenda.

–Interessante, acho que vou querer ouvir mais sobre isso depois. — Jack lhe deu um sorriso de canto e eu revirei os olhos me voltando para a Emma.

–Eu sei o que parece, mas não teríamos chegado aqui se não fosse por eles. — Expliquei.

–Na verdade, acho que teríamos sim... — Robin se aproximou.

–É, vocês tinham que ver, eles são muito bons no que fazem. — Neal foi o próximo e Patrick sorriu.

–Acredito em vocês. — Emma sorriu sem mostrar os dentes e passou um braço em torno dos ombros da esposa que tinha acabado de se aproximar com a Tink.

–É, mas e a Hope? Vocês a viram? — Ela Regina quem perguntava.

–Infelizmente sim. — Respondi deixando todos boquiabertos, eu ainda não tinha contado a ninguém sobre o meu encontro com a Hope. — A bruxa a pegou. — Continuei sem me deixar abalar. — Ela não está nada bem. Ainda não sabemos o que Matinta planeja, mas com certeza não é bom. Ela está usando a Hope para destruir cidades inteiras aniquilar pessoas. Estive com ela há alguns dias atrás e sei que está resistindo, mas o problema é que ela não sabe até quando vai aguentar.

–Mas, você pode ajudar, não pode? — Perguntou Robin.

–É, toda aquela coisa de profecia... — Completou Neal.

–Que profecia? — Henry perguntou sem entender.

–Eu te explico depois, Garoto. — Disse Emma. — Tink?

–O quê? Não olhem para mim. Foram eles que bagunçaram tudo, eu não sei até onde a Kate pode influencia-la agora. — A fada deu de ombros.

–E-eu posso tentar, eu não sei, mas acho que posso fazer isso. Eu sinto. — Disse olhando para as minhas mãos evitando todos os olhares que eram direcionados para mim.

–“Acha”?! — Regina repetiu.

–É melhor do que nada! — Retrucou Patrick.

–Não, não é. E sabe por quê? Porque é da minha filha que estamos falando aqui, e não temos tempo para achismos.

–Foi com esses “achismos” que nós chegamos até aqui!

–Ótimo, e o que você quer, uma medalha de ouro?!

–Okay, já chega... — Disse Emma pondo um fim a discussão. — Sei que temos nossas, mas Regina, se a Kate acha que pode trazer a Hope de volta, então ela pode. Já vimos profecias funcionarem antes e acredito nessa. Eu confio nela. — Dei um sorriso fraco a ela. Eu sabia que de alguma forma Emma via a minha mãe em mim, e que fazia aquilo mais por ela do que por mim, mas mesmo assim, eu não podia deixar de me sentir acolhida.

–Emma tem razão, estamos perdendo tempo aqui... — Começou Snow.

–É, ainda temos uma barreira para ultrapassar. Então é bom começarmos a nos mexer. — Disse o pai do Neal concordando com a esposa de modo que todos assentissem e começassem a segui-lo de volta para o navio.

–Esperem aí, a minha filha, ela não está com vocês? — Mulan perguntou.

–Rachel? — Me virei e perguntei.

–Na verdade o nome dela é Kira. — Corrigiu Aurora.

–Ela não veio para cá com vocês? — Patrick foi o próximo a se virar e perguntar.

–Ela parece estar aqui?! — Aurora retrucou irritada e se aproximou.

–Okay, tudo bem, vamos nos acalmar. — Emma se colocou entre nós. — Nós vamos achar a filha de vocês assim como vamos achar a Hope, tudo bem? Eu prometo.

–Não devia fazer promessas que não pode cumprir, “Salvadora”. — Aurora a olhou com um ar de superioridade, me lançou um último olhar irritado e se afastou enquanto a Mulan também nos olhava uma última vez como se estivesse pedindo desculpas e também se afastava.

Robin

Já de volta ao navio, eu estava ajudando os outros a preparar as coisas para a nossa partida quando notei a ausência da Alice, porém a presença do Jefferson. Claro que eu não precisei de muito mais para entender o que estava acontecendo:

–Alice? — Chamei enquanto descia as escadas para os compartimentos inferiores. — Alice? — Chamei de novo, foi quando eu ouvi uma porta se abrir e vi a Kate saindo da mesma. — Kate, você viu a Alice? — Perguntei.

–Vi, inclusive, eu estava indo te chamar. — Kate apontou com a cabeça para o quarto e eu assenti compreendendo.

–Obrigada. — Disse rapidamente e ela me deu um último aceno de concordância enquanto subia.

Kate

–Ahh, finalmente! — Natasha veio até mim assim que eu pus os pés no convés.

–Que foi?

–Aquilo. — Ela apontou com a cabeça na direção do Patrick e do Jack que pareciam discutir.

–Icem o calhardete! — Patrick disse.

–Icem o calhardete! — Jack repetiu.

–O que está fazendo? — Patrick questionou.

–O que você está fazendo? — Ele repetiu.

–Não, o que você está fazendo?! — Meu irmão disse sem paciência.

–O Capitão dá ordens ao navio. — Jack deu de ombros.

–Meu navio, eu sou o Capitão!

–Os mapas são meus! — Replicou erguendo o mapa.

–Ótimo, então você é o navegador. — Apontei com um sorriso.

–Será que pode dar um jeito? — Natasha pediu entediada e eu revirei os olhos antes de bufar e seguir na direção dos dois.

–Okay, já chega vocês dois! Eu sou a Capitã, e isso significa que vocês obedecem a mim, então comecem a se mexer, Jack, quero você no timão. E Pat? Você vem comigo! — Disse sem paciência e surpreendendo-os por um momento.

–Ela é a Capitã. — Jack apontou e eu revirei os olhos junto ao Patrick enquanto Jack seguia para o timão.

–Que foi? — Patrick me perguntou ainda irritado.

–E você ainda pergunta. — Revirei os olhos e o deixei ali, subindo as escadas e seguindo para perto do timão.

–Obrigado por isso. — Caspian disse se referindo a briga quando eu passei por ele, e eu ri enquanto ambos subiamos ao timão.

–Então, esse pedaço de papel diz como podemos sair daqui? — Regina perguntava apontando para o mapa.

–Não exatamente, mas dá última vez tudo o que precisamos fazer foi... — Jack fez uma pausa e abriu a bússola, observando-a por um momento enquanto girava o dedo indicador como se procurasse uma direção para apontar. — Vamos naquela direção. — Indicou.

–Por quê? Não tem nada ali. — Emma questionou.

–É, se seguirmos naquela direção só estaremos contornando a costa. — Disse me intrometendo na conversa e olhando para a direção que ele apontava.

–Pode questionar meus métodos, mas não meus resultados. — Jack sorria. — Quem eu sou? — Nos entreolhamos sem saber ao certo o que responder. — Sou o Capitão Jack Sparrow.

Henry

–Pai, vem aqui, quero te apresentar meu amigo, Ritchip. — Lucy me arrastou pelo navio e parou quando chegamos a um pequeno rato usando espadas e uma pena vermelha em sua cabeça, daquelas que se vê em chapéis de mosqueiro. — Sr. Ritchip? Esse é meu pai, Henry.

–É uma honra finalmente conhecê-lo, Senhor. — O rato fez uma breve reverência. — Lucy me falou muito sobre você. Disse que o Senhor também era um nobre cavaleiro. Um príncipe como ela mesma disse.

–Ela disse, é? — Olhei para a Lucy e ela deu de ombros sorrindo.

–Li sobre você em um livro. Sr. Ritchip. Sobre as batalhas que travou ao lado do seu Rei Caspian. — Sorri.

–Eu nunca fui muito de ler, Meu Senhor, mas me sinto honrado. E aposto que meu Rei também ficaria. — Ele sorriu.

–Por favor, me chame de Henry. — Apontei para o meu próprio peito.

–Como quiser, Príncipe Henry. — Arqueei uma sobrancelha e olhei para a Lucy vendo a atitude do rato.

–Eu disse que ele era fofo. — Ela sorriu.

Ella

–Tudo bem? — Jack se aproximou tocando a minha mão.

–Na verdade não. — Suspirei. — Você viu o jeito que ela nos olhou?

–Foi você quem disse que ela precisaria de um tempo. — Jack sorriu e eu o olhei séria, demonstrando que eu não tinha achado graça. — É sério, El. Eu sei que é difícil, mas eu acho que tempo, é exatamente do que ela precisa agora. E felizmente, isso parece ser tudo o que teremos durante alguns dias. — Ele deu de ombros e eu sorri de fraco, tombando a minha cabeça nos seu ombro.

–Eu espero que você esteja certo. — Suspirei.

–Eu também. — Ele beijou o topo da minha cabeça. — Eu também.

Robin

–Amor, tem certeza que vai ficar bem aqui? Seu pai já disse que pode descer se você...

–Eu estou bem, Robin. — Ela disse me interrompendo irritada.

–Ow, okay, já pode abaixar as armas, Garota da Torre. — Ergui as mãos em rendição e Alice me olhou por um momento antes de suspirar.

–Eu sei, me desculpa, Robin, é que... Eu não aguento mais isso, entende? Eu literalmente podia toca-lo quando estávamos amaldiçoados, mas nenhum de nós se lembrava de quem era. E agora que nos lembramos... — Ela fez uma pausa olhando para as próprias mãos. — Eu estou cansada, Robin, eu sinto falta dele. — Ela me olhou de novo com os olhos marejados e eu me apressei em me aproximar.

–Eu sei, Al. — Me sentei ao lado dela e a abraçei pelas costas, encaixando a minha cabeça sobre o seu ombro. — Eu sei. — Beijei a bochecha dela. — Nós vamos dar um jeito, okay? Eu estou aqui com você. Talvez... — Limpei a sua lágrima quando vi a mesma escorrer. — Talvez agora que estamos em um reino diferente haja um feiticeiro poderoso o suficiente que possa te ajudar. Talvez Aslan, se ele for real, talvez ele possa...

–Você acha mesmo? — Ela me olhou com a esperança brilhando em seus olhos e eu lhe dei um beijo na bochecha.

–Claro que eu acho. — Sorri de forma reconfortante. — Nós vamos consertar isso, você vai ver.

Close - Nick Jones, Tove Lo

Drizella

–Tudo bem? — Henry se aproximou dando um beijo na minha cabeça. — Você está tão quieta desde que embarcamos.

–Não, tudo bem, eu só queria que você tivesse um tempo com a Lucy, nada de mais. — Dei de ombros. — Ela sentiu a sua falta, Henry. — Sorri sem mostrar os dentes.

–Não, está se culpando de novo, por quê?

–Você consegue me ler tão bem assim? — Soltei uma risada irônica e desviei os olhos.

–Drizella, por quê? — Ele disse mais sério apoiando o meu queixo de forma gentil e me fazendo encontrar seus olhos de novo.

–Você sabe porquê, Henry. Sabe que muita coisa, que talvez isso tudo pudesse ter sido evitado se eu nunca tivesse lançado a maldição. — Disse alterando um pouco a voz.

–Hey? — Henry segurou o meu rosto com as duas mãos. — Eu não me arrependo, okay? De nada disso.

–Mas deveria. — Disse olhando profundamente nos seus olhos castanhos.

–Mas não me arrependo. — Disse baixinho, porém firme. — E se quer saber, eu faria tudo de novo. Porque querendo ou não, foi a maldição que me deu algo que eu nem sabia que precisava, mas que hoje corresponde a pelo menos metade da minha felicidade. Ela me deu você, Drizella. E eu te amo. Então, por favor, tente lembrar disso da próxima vez que quiser se culpar. — Ele sorriu e eu não consegui evitar de copiar sua expressão, me sentindo um pouco mais aliviada.

Meu sorriso só desapareceu mesmo quando o Henry se apaixonou e iniciou um beijo que eu logo correspondi.

–Eu te amo, Henry. — Disse baixinho entre um beijo e outro.

–Eu sei. — Foi tudo o que ele disse antes de tomar os meus lábios de novo, né fazendo sorrir contra os mesmos.

Emma

Ao cair da noite, eu e Regina acabamos entrando para dentro para um dos quartos de casais que havíamos ocupado nos últimos dias. Tinha sido um dia cheio e ambas estávamos exaustas, mas mais que isso, a Regina estava estressada:

–Regina... — O quarto já estava mergulhado no breu, com apenas a luz da lua entrando por uma pequena janela quando eu me virei na cama e abracei a Regina pela cintura. — Sei que não gosta disso e que não concorda, mas precisamos ajudar a Hope. Ela precisa de nós, Regina. Nossa filha precisa de nós.

–Eu sei... — Regina suspirou e segurou a minha mão em torno da sua barriga, se ajeitando no meu abraço. — Só temo do que pode acontecer se não funcionar. Se a profecia estiver errada e aquela garota não puder ajudar nossa filha. Emma... — Regina se virou nos meus braços, ficando de frente para mim e acariciando o meu rosto. — Sei que quer dar a ela o benefício da dúvida pela memória da Lily. Sei o quanto ela significava para você, mas o que acontece se der errado, Emma? É da nossa filha que estamos falando.

–Eu sei. — Dei um beijo na mão ela. — É por isso que eu sei que vai dar certo. Ela é nossa filha. E a Kate? Eu acredito nela, sei que ela pode fazer isso. Eu sinto.

–Por que? Por que toda essa fé cega em uma garota de 18 anos?

–Porque a Kate é a próxima Salvadora.


Notas Finais


Hey, pessoal, como estão?

Mil perdões por ter deixado vocês sem capítulo na semana passada, mas eu tava atolada de trabalhos da faculdade ksksks.

Vou tentar postar outro amanhã também para compensar vocês, mas não garanto...😅

Enfim, espero que tenham gostado desse capítulo! Não se esqueçam de me dizer o que estão achando aí nos comentários (A Lily aparecendo, foi real ou alucinação da Hope, hein? A Kate falou que ela morreu na frente dela, como ela pode ter aparecido agora?🤔). Se também puderem deixar aquele like pra me ajudar, eu agradeço, hein... Vejo vocês no próximo capítulo!😘❤️


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