O italiano Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, nascido em 1444, em Florença, o artista ficaria mais conhecido como Sandro Botticelli – seu apelido significa “pequeno barril”, pois era filho de um tanoeiro – isto é, um fabricante de tonéis, barris. Um irmão de Botticelli ganhou o apelido por conta de sua circunferência abdominal – e Botticelli “herdaria” o “sobrenome”.
Botticelli é o considerado o principal mestre do início do Renascimento toscano.
No início de sua adolescência, Botticelli foi um aprendiz de ourives/joalheiro. Mas conseguiria convencer seu pai a abandonar a oficina e tornar-se um artista.
Com cerca de 20 anos, Botticelli entrou para o ateliê do pintor Fra Filippo Lippi. Seis anos depois, o artista abriu o seu próprio estúdio, porém antes ainda seria orientado por Andrea del Verrocchio.
Botticelli desenvolveu um estilo muito pessoal, caracterizado pela elegância, uma certa melancolia e uma ênfase nas linhas, utilizando o pincel como um lápis para delinear as figuras.
Botticelli passou a maior parte de sua carreira trabalhando para as grandes famílias de Florença, especialmente os Médici – a família é retratada como os reis magos em uma pintura feita por Botticelli para um altar. Nesta mesma obra, há um autorretrato seu, que se coloca, assim, como uma espécie de membro da família.
Seu estilo é marcado por linhas bem definidas e pelo uso de cores luminosas.
Era intensamente religioso. Pintou temas religiosos, mas é mais conhecido por suas pinturas de criaturas mitológicas e deuses gregos e romanos. Sua obra mais famosa – não deve haver uma pessoa que nunca tenha visto o quadro – é “O nascimento de Vênus”, pintada por volta de 1485 e que atualmente se encontra na Galleria degli Uffizi, na Florença onde o artista nasceu.
‘O NASCIMENTO DA VÊNUS’ DE BOTTICELLI
“O nascimento de Vênus” mede 2,78 x 1,72 metros. A obra foi feita por encomenda dos Médici. O rosto da Vênus, acredita-se, é o de Simonetta Vespucci, amante de Giuliano de Médici.
‘PRIMAVERA’ DE BOTTICELLI
Outra obra famosa de Botticelli é “Primavera”, pintada por volta de 1482 e que se encontra na mesma galeria Uffizi.
“Primavera” tem impressionantes 3,14 x 2,03 metros. As duas obras refletem o gosto dos Médici pela Antiguidade clássica.
Em 1481/2, Botticelli foi para Roma, onde executou, para o Papa Sisto IV, três murais na Capela Sistina.
Por volta dos 50 anos, tornou-se seguidor do pregador Girolamo Savonarola, profeta que pregava, entre outras coisas, a destruição de obras de Arte, pois era contra o luxo. Botticelli, então, parou de pintar temas pagãos. Supõe-se que Botticelli tenha jogado então alguns de seus quadros na famosa Fogueira das Vaidades, ocorrida em 7 de fevereiro de 1497. Savonarola seria executado, em 1498, por exigência do Papa Alexandre VI. Botticelli ainda pintaria, nos anos seguintes de sua vida, porém telas menores e com temática apocalíptica.
Seu estilo clássico/melancólico perdeu popularidade com a emergência do Alto Renascimento, no início do século 16. Não alcançaria a glória dos seus contemporâneos e não teria seguidores.
Botticelli morreu em 1510, em Florença, enquanto pretendia ilustrar “A Divina Comédia”, do escritor florentino Dante Aliguieri, livro lançado dois séculos antes.
É quase difícil acreditarmos hoje, mas Botticelli morreria na pobreza e seria esquecido – até o final do século 19, quando foi resgatado do limbo histórico por pintores pré-rafaelitas.
Saiba mais sobre os mestres de Botticelli: FRA FILIPPO LIPPI e ANDREA DEL VERROCCHIO.