Adamastor Furia revelado. Tudo sobre o primeiro superdesportivo português

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Apresentação

Adamastor Furia revelado. Tudo sobre o primeiro superdesportivo português

É português e quer fazer frente a alguns dos superdesportivos mais rápidos do planeta. Eis o tão aguardado Adamastor Furia.

Adamastor Furia frente
© Adamastor

Acabou a espera: o Adamastor Furia, o primeiro superdesportivo português da história, foi finalmente revelado ao público no Centro de Congressos Alfândega do Porto.

O primeiro superdesportivo português deixou-se ver, por agora, apenas na sua versão de estrada (Road), mas será acompanhada brevemente por uma versão de pista (Race).

O Furia não podia estar mais longe do protótipo P003RL que tivemos oportunidade de conduzir em 2019. Se esse protótipo antecipava um desportivo, o Furia sobe decididamente de escalão.

A Adamastor abandonou o anterior projeto, reorganizou a sua estrutura, como também decidiu reposicionar-se na indústria, passando a afirmar-se como um fabricante orientado para os superdesportivos de baixo volume.

Apenas 25 automóveis por ano

Não admira, portanto, que anuncie uma produção de apenas 60 unidades do Furia, ao ritmo de 25 unidades por ano.

Ricardo Quintas, diretor executivo e um dos fundadores da Adamastor relembra-nos isso mesmo. A capacidade instalada de produção é de apenas “25 automóveis por ano”, além do fornecimento de peças de reposição e substituição. Afirmou ainda que “a Adamastor vai sempre produzir séries limitadas a 60 unidades dos seus modelos”.

Resultado de um investimento de 17 milhões de euros, o Adamastor Furia vai ser produzido em Perafita (Matosinhos), com Ricardo Quintas a dizer que “o plano de negócios da Adamastor prevê entregar já em 2025 dois carros de estrada e outros dois em versão de competição”.

Adamastor Furia perfil
© Adamastor

Ricardo Quintas é, precisamente, o convidado do próximo Auto Rádio, um podcast da Razão Automóvel com o apoio do Piscapisca.pt — o episódio n.º 56 vai para o ar na próxima quarta-feira, dia 15 de maio —, e vai-nos contar tudo sobre este ambicioso projeto. Um episódio a não perder.

Desenhado pelo vento

A versão de estrada agora apresentada do Furia destaca-se por assentar num chassis monocoque integralmente construído em fibra de carbono.

A elevada rigidez estrutural e leveza do chassis foi uma das maiores preocupações da equipa de desenvolvimento do Furia que, apesar de tudo, acabou por fazer da aerodinâmica o pilar central de todo o projeto.

Segundo a Adamastor, este foi um daqueles casos em que “a função definiu a forma”, com o processo de design a ser “integralmente liderado pelo responsável pela aerodinâmica”. A otimização aerodinâmica foi efetuada através de simulação CFD (dinâmica de fluídos computacional).

Adamastor Furia difusor de ar
© Adamastor

O fundo esculpido do carro com efeito Venturi é um dos principais geradores de downforce, permitindo prescindir de outros elementos como ailerons, e todas as superfícies aerodinâmicas são em fibra de carbono.

E o resultado de todo este trabalho não deixa grande margem para dúvidas: o Furia Road declara 1000 kg de downforce a 250 km/h, enquanto a versão Race eleva a fasquia até aos 1800 kg à mesma velocidade — muito mais que o seu peso.

Estes valores de downforce superam, diz a Adamastor, os monolugares de Fórmula 3 e Fórmula 2 das temporadas de 2021, bem como alguns modelos da categoria de LMP2 da resistência. Isto mesmo sem ter uma asa traseira de grandes dimensões.

Adamastor Furia
© Adamastor

Já em termos de coeficiente de arrasto, a Adamastor diz que o Furia consegue ser melhor que um monolugar de Fórmula 1 da época de 2021.

Coração norte-americano

Para dar vida à aerodinâmica, a Adamastor recorreu a um motor V6 biturbo de 3,5 litros fornecido pela Ford Performance. Ainda não há números exatos, mas são anunciados mais de 650 cv de potência e mais de 571 Nm de binário máximo.

Não são números gigantes, como de alguns hipercarros, mas a Adamastor anuncia apenas 1100 kg (a seco) para a versão Race, pelo que a relação peso-potência promete ser muito favorável.

Adamastor Furia
© Adamastor

No entanto, já foram divulgados alguns números de aceleração: 0 aos 100 km/h em cerca de 3,5s e dos 0 aos 200 km/h em cerca de 10,2s, ao mesmo tempo que anuncia uma velocidade máxima superior a 300 km/h.

Preparado para «queimar» gasolina comum e combustíveis sintéticos, o Adamastor Furia equipa um sistema de travagem com discos de 378 mm e pinças de seis êmbolos à frente e discos de 356 mm e pinças de quatro êmbolos atrás.

Quanto à suspensão, apresenta uma geometria de triângulos duplos desacoplados e um esquema de mola helicoidal sobre amortecedor, que permite quase todo o tipo de ajustes, para que seja possível tirar o máximo proveito deste modelo, seja em estrada aberta ou em circuito.

Quanto custa?

Também impressionante é o preço, que está fixado nos 1,6 milhões de euros, antes de impostos, o que atira o valor final deste modelo para perto dos dois milhões.

É esse o preço a pagar pelo primeiro superdesportivo português, que a Adamastor espera colocar no mapa mundial e fazer frente aos principais players da indústria. Isto porque Ricardo Quintas não tem medo de sonhar alto e de apontar os principais rivais do Furia:

Desde logo a Aston Martin e o seu Valkyrie, mas também marcas como a Pagani, a Koenigsegg e a Rimac, sem esquecer outras como a Mercedes-Benz, Audi, Porsche e Ferrari na categoria dos supercarros.

Ricardo Quintas, CEO e um dos fundadores da Adamastor

Quanto ao futuro, as possibilidades são praticamente infinitas, com exceção de um modelo 100% elétrico. Pelo menos é isso que diz Ricardo Quintas, que é peremptório: “É óbvio que há automóveis elétricos impressionantes, mas falta-lhes qualquer coisa. Falta-lhes o rugido. Sem essa vertente, é só um carro muito rápido e de visual agressivo”.