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Resenha – As Seis Lições

Resenha Crítica – Por Thais Alvim Silva Lorenzoni, Associada Trainee do Instituto Líderes do Amanhã

No livro “As Seis Lições”, Ludwig von Mises introduz conceitos e princípios da economia de mercado, defendendo a liberdade individual na manutenção do mercado e da sociedade. Esse tema foi abordado e explicado por ele em seis palestras realizadas na Argentina em 1958 e foram transcritas neste livro por sua esposa, Margit Von Mises, em 1978. As lições trazem exemplos claros que mostram a efetividade do capitalismo como sistema econômico, permitindo o aumento da qualidade de vida. Ao mesmo tempo, demonstram os problemas do socialismo e das políticas intervencionistas e inflacionárias, muito utilizadas historicamente. A obra também aborda uma defesa em prol do investimento estrangeiro, além de trazer um pouco sobre as ideias e as políticas utilizadas na sociedade da época, e que ainda perduram em nossos dias atuais. Mises traz todas essas lições de forma muito didática e de boa acessibilidade, permitindo uma ótima introdução ao estudo do capitalismo e do livre mercado.

A primeira apresentada é sobre o Capitalismo, baseado na liberdade individual, propriedade privada e livre mercado, é o sistema mais adequado para promover o bem-estar social e econômico.

No âmbito econômico, Mises destaca que o capitalismo promove a eficiência na alocação de recursos. Ao permitir que os indivíduos ajam livremente em busca de seus próprios interesses, o mercado é capaz de coordenar as atividades econômicas de forma mais eficiente do que qualquer sistema centralizado de planejamento. O autor argumenta, também, que os preços de mercado, determinados pela interação da oferta e da demanda, fornecem informações valiosas sobre escassez e preferências dos consumidores, permitindo uma alocação eficiente de recursos. Além disso, defende que ele protege a liberdade individual contra a tirania do Estado.

Mises argumenta que o governo deve ser limitado em suas funções para garantir que os direitos individuais sejam preservados, promovendo a liberdade de expressão, liberdade religiosa e outros direitos fundamentais, garantindo que os indivíduos tenham a autonomia necessária para buscar sua própria felicidade.

Em contraponto, o autor nos apresenta conceitos claros sobre o “Socialismo”, argumentando que é economicamente inviável devido à ausência de um sistema de preços baseado no mercado. Ele enfatiza que os preços desempenham um papel fundamental na alocação eficiente de recursos em uma economia. Sem um sistema de preços livres, os planejadores centrais no socialismo não têm como avaliar a demanda por bens e serviços, o que inevitavelmente leva a distorções e ineficiências na alocação de recursos. Além disso, o socialismo leva à falta de incentivos para a produção e a inovação. Na ausência de propriedade privada e recompensas diferenciadas pelo desempenho, as pessoas têm menos motivação para trabalhar arduamente ou buscar a excelência. Ele destaca que, sem a competição e os incentivos proporcionados pelo sistema de mercado, o socialismo inevitavelmente resulta em uma diminuição da produtividade e da qualidade dos bens e serviços produzidos.

Outro ponto importante que vale ressaltar é o aspecto social, que nos mostra que o socialismo mina a liberdade individual e leva à tirania estatal. Ao concentrar o poder econômico nas mãos do Estado, o socialismo cria um ambiente propício para a opressão e a violação dos direitos individuais. Nosso Professor adverte contra a concentração de poder nas mãos de uma elite governante, destacando os perigos do totalitarismo e da supressão da liberdade individual.

Na mesma direção, ele nos faz refletir sobre o tema “Intervencionismo”, sendo a sua terceira lição apresentada no livro. Mises argumenta que o intervencionismo distorce as forças naturais do mercado, o que prejudica a eficiência econômica e gerando consequências negativas. São demonstradas então, critica políticas como controle de preços, controle de salários, subsídios, monopólios estatais e expansão monetária, demonstrando como essas intervenções levam a distorções nos sinais de mercado e desequilíbrios na alocação de recursos, impactando no cálculo econômico. Evidencia, ainda, que à medida que o governo se torna mais envolvido na economia, ele também exerce mais controle sobre a vida das pessoas, minando a liberdade econômica e, por extensão, a liberdade política.

A quarta lição apresentada pelo autor diz respeito à inflação, definida como a expansão da base monetária de um país, que resulta em uma elevação de preços generalizada, ainda que não homogênea. Mises destaca que a inflação não é um fenômeno isolado, mas sim uma consequência direta da expansão da oferta de dinheiro. Ele argumenta que, embora a inflação seja frequentemente considerada um aumento geral nos preços, essa é apenas a manifestação visível de um problema mais profundo. Ao aumentar a oferta de dinheiro, os governos e os bancos centrais podem temporariamente estimular a atividade econômica.

No entanto, esse estímulo é ilusório, pois gera distorções na estrutura produtiva e cria desequilíbrios econômicos. A inflação não afeta todas as pessoas e todos os setores da mesma forma. Aqueles que recebem o novo dinheiro primeiro se beneficiam, enquanto os últimos a recebê-lo enfrentam preços mais altos. Isso gera redistribuição de riqueza e distorções nas decisões econômicas. Outro alerta que a obra apresenta é o fato de que, à medida em que a inflação persiste, as pessoas perdem confiança na moeda. Isso pode levar a uma espiral inflacionária, na qual as expectativas de preços crescentes levam a comportamentos que exacerbam o problema. Á longo prazo, a inflação mina a confiança na estabilidade da moeda e leva a uma série de consequências negativas, incluindo o desrespeito aos contratos, a incerteza econômica e a perda de confiança nas instituições.

A quinta lição se refere ao investimento estrangeiro, que é apresentado por Mises como um dos principais mecanismos responsáveis por acelerar a criação de riqueza, principalmente à nível global. Inicialmente, é importante compreendermos que quando estabelecido, o investimento estrangeiro traz consigo não apenas capital financeiro, mas também tecnologia avançada e expertise empresarial que podem impulsionar o crescimento econômico. Quando empresas estrangeiras estabelecem operações em um país, elas frequentemente compartilham seu know-how com empresas locais por meio de parcerias e colaborações. Isso não só estimula a inovação, mas também aumenta a produtividade e a competitividade da economia local.

Por fim, Mises traz para seu público uma análise sobre as políticas aplicadas na atualidade daquelas palestras. Apesar de as ideias socialistas estarem muito difundidas por escritores e professores, ele traz uma visão otimista sobre a realidade. Isso porque, comparando com Roma do século III, quando se aplicavam políticas inflacionárias e intervencionistas, o que culminou na desintegração do Império, as ideias não tinham uma contraproposta, pensava-se que existia apenas esses caminhos para os problemas enfrentados na época. Hoje temos, certamente, melhores ideias que podem combater o intervencionismo e o socialismo, que removem as liberdades individuais e tornam os seres humanos meras peças de xadrez neste sistema planeado. Tais ideias são o capitalismo baseado na liberdade individual e que são muito bem defendidas e explicadas por Ludwig von Mises em “As Seis Lições”. O resultado é que cada vez mais estudiosos professores e políticos são influenciados por estas boas ideias, o que nos traz muitas esperanças de uma sociedade mais livre podendo usufruir do progresso gerado por seu próprio esforço.

Autor

Thaís Lorenzoni ATUAL

Thais Alvim Silva Lorenzoni

Associada Trainee

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