Desde seu surgimento no final do século passado até os dias de hoje, a psicanálise passou por muitas mudanças, em grande parte, vindas de novos estudiosos interessados na área. Entre eles, destaca-se a austríaca Melanie Klein (1882-1960) que ganhou reconhecimento por seu trabalho realizado, principalmente com relação à análise de crianças.
E você, já tinha ouvido falar nessa famosa psicanalista? Neste post vamos apresentar um pouco de suas contribuições para a psicanálise e a história pessoal dessa importante mulher, cujas descobertas reverberam na forma como o atendimento clínico é feito até nos dias de hoje. Confira!
A história de Melanie Klein
Filha de pais poloneses e judeus, Klein teve uma adolescência difícil marcada por várias perdas. Aos quatro anos viu sua irmã morrer de tuberculose, aos 18 foi a vez de seu pai e, aos 20, um de seus irmãos. Tantas tragédias, porém, não foram suficientes para fazê-la desistir de seu desejo de tornar-se médica (seguindo os passos do pai). Embora tenha conseguido entrar no curso, abandonou após casar-se com Arthur Klein, em 1903, e seguiu para os estudos de Arte e História. Como sabemos, contudo, esse fato não a afastou da clínica.
A incursão na psicanálise
O primeiro contato de Melanie Klein com a recém-criada psicanálise aconteceu em 1916, quando leu as obras de Sigmund Freud e foi paciente do psicanalista húngaro Sándor Ferenczi. Sete anos depois, decidiu dedicar-se completamente ao estudo dessa terapia e, em 1927, lançou o livro “O Tratamento Psicanalítico de Crianças”, que se tornaria sua principal obra e referência na área.
As diferenças entre Freud e Klein
Por volta de 1923, Melanie Klein começa a apresentar discordâncias com as teorias de Sigmund Freud e seus seguidores, principalmente sobre o desenvolvimento da psique de crianças até três anos. Mais tarde, essa divergência, até então encoberta, torna-se pública quando Anna Freud, filha do criador da psicanálise, lança seu livro sobre o tratamento de crianças, assim como Klein, no qual afirma que é impossível que crianças estabeleçam um processo de transferência, portanto não seriam passíveis de análise.
Nos anos seguintes, Klein publicou diversos artigos e livros em resposta à Anna que estruturaram teorias fundamentais para o tratamento de crianças — e utilizadas atualmente. Em 1935, houve uma quebra na Sociedade Psicanalítica Britânica que separou os profissionais em freudianos, kleinianos e os neutros.
Suas principais teorias sobre análise para crianças
Apesar de se considerar freudiana, Melanie Klein abriu caminho para diferentes perspectivas por meio de suas publicações. Entre eles, destacam-se suas teorias em relação à psicanálise para crianças, na qual amplia a atuação do psiquismo infantil ao reinterpretar o tempo do Complexo de Édipo e a formação do superego delas.
Dentro de sua análise voltada para essa faixa etária, foi importante a introdução dos conceitos de “posição depressiva” e “posição esquizoparanóide”, que são, na verdade, duas fases pelas quais todas as crianças passam e extremamente relevantes para o entendimento do seu desenvolvimento. Com isso, sintomas de frustração e agressividade, por exemplo, puderam ser melhor compreendidos.
A obra da psicanalista é, no entanto, muito mais vasta e complexa, e para os interessados e curiosos, sempre vale a pena pesquisar e entender melhor a valiosa contribuição de Melanie Klein para a psicanálise que conhecemos hoje.
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