Resumo: O Estrangeiro | Albert Camus - Resumo de Livro
O Estrangeiro
O Estrangeiro

O Estrangeiro

O estrangeiro

Título: O Estrangeiro
Autor: Albert Camus
Editora: Record
Páginas: 87

Resumo do livro O Estrangeiro

Livro publicado em 1942, O Estrangeiro conta a história de Mersault, um francês colonial que morava na Argélia, então colônia francesa. Mersault era um homem alheio à realidade que o cercava. Taciturno, sem humor e econômico nas palavras, nos gestos e nas emoções, Mersault se envolveu em um assassinato, e se viu ainda mais como um ‘estrangeiro‘ de sua vida.

“É claro que gostava da minha mãe, mas isso não queria dizer nada. Todos os seres saudáveis tinham, em certas ocasiões, desejado mais ou menos, a morte das pessoas que amavam.”

O Estrangeiro – História

A história de Mersault é contada por ele mesmo, em primeira pessoa. Funcionário de um escritório, Mersault era um homem solitário. Sua rotina consistia em trabalhar e aproveitar os dias de folga na praia. No início do livro, Albert Camus mostra aos poucos o caráter de Mersault. Enquanto ele apenas olhava de sua janela as pessoas retornando do cinema e do estádio de futebol, em uma tarde quente de verão, podemos entrever um homem que estava avesso às pessoas. Onde houvesse aglomeração, Mersault não estaria lá. Mersault tinha poucos amigos, restritos ao seu círculo social mais íntimo, porém, sem nenhum parente próximo.

A primeira frase do livro já mostra o tipo de distanciamento que Mersault possuía da vida: “Hoje, a mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem”. Tendo recebido a mensagem da morte da mãe, Mersault empreendeu uma viagem para liberar o corpo e enterrar sua mãe. Posteriormente, Mersault disse que a colocou no asilo porque os dois não tinham mais nada a acrescentar um ao outro. Todo o rito fúnebre, desde o velório até o enterro, produziu em Mersault uma indiferença tamanha que ele não quis que abrissem o caixão para poder ver sua mãe pela última vez.

“Disse-lhe que a minha mãe tinha morrido. Como queria saber a quanto tempo, respondi-lhe: ‘Morreu ontem’. Esboçou um movimento de recuo, mas não fez nenhuma orbservação. Tive vontade de lhe dizer que a culpa não fora minha, mas detive-me por me pareceu já ter dito isso mesmo ao meu chefe. Isto nada queria dizer. De qualquer modo, fica-se sempre com um ar um pouco culpado.”

No dia seguinte ao enterro da mãe, Mersault foi à praia. Lá, conheceu Marie, uma linda mulher por quem nutriu uma ardente paixão. Tiveram relações naquela mesma tarde, e à noite foram ao cinema assistir um filme. Com a poeira do enterro de sua mãe ainda preso no sapato, Mersault seguiu sua vida. Mesmo compartilhando de momentos carinhosos, quando perguntado se amava Marie, Mersault respondia que não. Ele era muito distante para entender e assumir qualquer sentimento.

Então, Mersault foi chamado por seu vizinho Raymond para ajudá-lo a resolver um problema. A mulher de Raymond o havia traído, e ele queria se vingar. Pediu a Mersault para escrever uma carta chamando-a de volta. Como combinado, a mulher de Raymond retornou. Raymond, então, espancou-a de forma contundente. Dias após o ocorrido, Raymond avisou a Mersault que o irmão de sua esposa o estava seguindo, junto a outros árabes.

“Sacudi o suor e o sol. Compreendi que destruíra o equilibrio do dia, o silêncio excepcional de uma praia onde havia sido feliz. Voltei então a disparar mais quatro vezes contra um corpo inerte onde as balas se enterravam sem se dar por isso.”

No final de semana, Mersault, Marie e Raymond foram à casa de um amigo em comum, na praia. Lá estando, encontraram com os árabes que estavam seguindo-os. Num frêmito momentâneo, abalado pelo calor, pelo reflexo do mar e pelo suor, Mersault puxou o gatilho do revólver e matou um dos árabes. Preso, foi levado à julgamento. E essa é a segunda parte do livro.

O julgamento de Mersault é um ponto marcante do livro. Acusado de assassinato, foi proposto o atenuante de que era um bom homem, de que havia perdido a mãe recentemente, e que havia se defendido de um possível ataque do árabe. A mente de Mersault passeava pelo calor do tribunal, pelas anotações dos jornalistas e pelo teatro produzido pelos advogado de defesa e pelo promotor. De forma paradoxal, foi o testemunho de Marie que agravou o caso de Mersault. Apesar dos atenuantes, os agravantes foram muito mais fortes: ele não havia aberto o caixão da mãe; enterrou-a sem remorsos; no dia seguinte se envolveu com Marie, teve relações com ela e foi ao cinema assistir um filme de comédia. Mersault, segundo a promotoria, não tinha escrúpulos, remorso ou mesmo caráter, para evitar o crime, e matou como se essa ação fosse simples e banal. Resultado: Mersault foi sentiado à morte. Seria guilhotinado em praça pública.

“Meus senhores, um dia depois da morte da sua mãe, este homem tomava banhos de mar, iniciava relações com uma amante e ia a rir às gargalhadas num filme cômico.”

O Estrangeiro – Conclusão

Mersault ainda teve chance, antes de morrer, de pedir perdão a Deus pelos seus pecados. Mas Mersault não acreditava em Deus, e não havia arrependimento em seu coração. O que havia feito, estava feito. Sem rancor ou ódio.

Mersault é um personagem icônico da literatura. Um homem que traz consigo a ambiguidade da existência humana. Capaz de se relacionar ardentemente com Marie e dizer que não a ama e que não quer se casar. Um homem que não ia ao cinema, mas que foi no dia seguinte ao enterro da mãe. Colocou a mãe em um asilo por não suportá-la em casa, mas que se sentia indiferente com a promoção que recebeu para trabalhar em Paris. Um home livre, ou escravo de sua apatia?

Indico o filme Lo Straniero, de 1967.

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