Igor Rickli fala de casamento aberto, sexualidade fluida e BBB 23 só no ao vivo: "Sem pressão" | Celebridades | GQ

Por Ana Beatriz Gonçalves (@anabiamg)

Um mês era, até então, o tempo máximo que Igor Rickli e Aline Wirley haviam ficado distantes desde 2010, quando se conheceram e engataram o romance. Agora, com a cantora confinada no Big Brother Brasil 23, o recorde do casal, pais do Antônio, de 8 anos, já passou para 50 dias. E, caso a ex-Rouge chegue na final do programa, serão 100 dias.

"Somos muito conectados e o fato de estarmos sem contato é desafiador, mas não é ruim", explica o artista em videochamada com a GQ Brasil. Rickli, que define a relação com a cantora como "encontro de almas", confessa que o primeiro mês de reality show foi difícil. O período, inclusive, o tornou mais recluso nas redes sociais.

"Fiquei vulnerável sem ela e quis me resguardar, não fiquei olhando, postando... tentei entrar em outra sintonia", explica. Se desprender de rótulos e amarras é a sintonia que o ator 39 anos tem escolhido para encarar a vida e, para torcer para a esposa, não poderia ser diferente. '"Agora tenho falado mais, mas ainda procuro postar coisas reais e viscerais. Eu tô muito leve. Não tenho regras de postar todo dia e tal, não tenho isso."

Por mais que a saudade fale alto, Rickli não se preocupa em acompanhar o reality assiduamente. Ao contrário disso, ele foge do pay-per-view e prefere assistir a edição ao vivo apresentada por Tadeu Schmidt. "Evito assistir mais porque me prende e se torna uma obsessão", explica. Antônio, filho do casal, assiste ao programa com a supervisão do pai e apesar de adorar encontrar a mãe na TV todas às noites, não é vidrado. "Ele assiste meio por alto quando está do meu lado. A gente acompanha, mas sem muita pressão."

Rickli veste a carapuça de fã quando se trata do desempenho de Aline, que passa longe das polêmicas que permeiam o programa. "Sou suspeito para falar. Acho que ela está lá representando exatamente isso. Às vezes, algumas pessoas que gostam de ver mais desavenças, talvez não entendam esse jogo controlado e cuidadoso", defende. "A nossa filosofia é ficar longe de qualquer tipo de agressão", completa.

Casamento aberto e preconceito racial

Aline Wirley e Igor Rickli para a GQ Brasil  — Foto: Foto @euthiagobruno Styling @gajustyling
Aline Wirley e Igor Rickli para a GQ Brasil — Foto: Foto @euthiagobruno Styling @gajustyling

Assumidamente não-monogâmicos, o casamento aberto dos artistas chamou atenção e promoveu debates sobre o tema na internet nos últimos tempos. Casados no papel desde 2015, o ator e a cantora se posicionam despretensiosos sobre o assunto.

Rickli afirma que o relacionamento dos dois nunca foi monogâmico e explica que o acordo é baseado no amor, respeito e confiança. "Simplesmente conhecemos um ao outro de forma absoluta. Eu ando com a Aline de olhos fechados, sem medo de traição ou ser visto como 'corno manso', como alguns dizem por aí. Escolhemos a transparência como estilo de vida. Se funciona para os outros eu não sei, mas para nós sim", ressalta.

Sincero quanto ao esforço e dificuldades que a relação livre exige, o ator explica que a decisão requer força e nobreza. "Não é fácil dar a cara a tapa. Nosso relacionamento nunca foi padrão, até porque nós não somos um casal padrão."

Ele comenta que em 2013, no começo do namoro com a cantora -- quando atuava na novela Flor do Caribe, da TV Globo --, chegou a ouvir críticas e discriminações raciais. "A Aline recebeu uma enxurrada de preconceitos. As pessoas perguntavam por que eu estava com uma mulher negra, ou seja, a sociedade sempre nos colocou em cheque."

Como prova da plenitude e estabilidade da vida a dois, eles planejam aumentar a família em 2023. Eles estão na fila de adoção há mais de um ano e devem concretizar o desejo ainda neste ano. "Sempre foi meu sonho e ela comprou logo de cara", conta Rickli. A família busca por uma criança da mesma idade de Antônio e, futuramente, quer fechar a conta em três herdeiros. "Pensamos também ter uma filha biológica chamada Luiza", revela.

Sexualidade fluída

Igor Rickli tornou público a sua orientação bissexual no final de 2022 — Foto: Jeff Porto/Divulgação
Igor Rickli tornou público a sua orientação bissexual no final de 2022 — Foto: Jeff Porto/Divulgação

Recentemente Igor Rickli tem feito questão de abandonar as convencionalidades que o tornaram rosto conhecido no início da carreira na TV, em meados de 2010. De papéis de galã na Globo a personagens bíblicos na TV Record (ao todo foram sete produções), o artista se aprofundou na terapia e afirma ter abandonado sua masculinidade tóxica.

Seja com roupas que rompem gêneros ou ensaios ousados, Rickli conta ter buscado sua essência para além do que lhe foi imposto como homem e aponta o momento como libertador. O processo, segundo ele, iniciou na pós-pandemia.

"A conta chegou e foi uma avalanche. Resolvi curar tudo que estava sendo nocivo para mim. Senti uma ansiedade tremenda, uma pontada de depressão. Eu pensei: Não quero sucumbir. Tenho um filho de 6 anos [na época] que assimila tudo que eu faço, então não quero que ele olhe para o pai e veja um homem frustrado, ansioso, agressivo, infeliz", afirma.

Na mesma ocasião em que tornou público o casamento aberto com Aline Wirley em novembro do ano passado, Igor Rickli também revelou sua orientação como homem bissexual. Hoje, passados apenas alguns meses, o ator reitera que abre mão do rótulo.

"Coloquei ali como bi, mas, na verdade, eu não quero rótulos porque eles nos colocam em lugares complicados. Meu desejo é romper com qualquer tipo de padronização. Busco ser um homem livre e fluído."

Preconceito? Sim, muito, bastante. É o que responde o ator, que admite ter tido consciência que "chocaria" seus seguidores conservadores, especialmente aqueles que o conheceram nas tramas religiosas.

"Era necessário peitar. Não quis titubear e andei em uma corda bamba entre não cair ou me desequilibrar com críticas e elogios. Eu vejo muita intolerância, mas acho interessante. É necessário que se mostre e faça um exorcismo dessa ignorância toda."

Para o ator, existe um certo prazer pelo ódio nas redes sociais e, por isso, ele faz de tudo para não ler comentários sobre ele ou casamento, na internet. "Não levo em consideração até porque, se fosse levar, vamos combinar que eu estaria lascado [risos]", brinca.

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