Filipe I, o Formoso

Rei espanhol nascido a 22 de julho de 1478, na cidade de Bruges, Países Baixos, e falecido a 25 de setembro de 1506, em Burgos.
Filipe era filho de Maximiliano I de Habsburgo e de Maria da Borgonha. Aos quatro anos e na sequência da morte da sua mãe recebeu como herança os Países Baixos. Um ano depois, e por intermédio do Tratado de Senlis, o rei Carlos VIII de França conferia-lhe (ou melhor, procedia a uma restituição) as regiões do Charolais, do Artois e da Franche-Comté. Casou em 1496 com Joana, a Louca, filha dos reis espanhóis Fernando de Aragão e Isabel de Castela, conhecidos como Reis Católicos. Deste casamento nasceriam Leonor, Isabel, Maria, Catarina, Fernando I de Habsburgo e o futuro imperador Carlos V, que inaugurariam a dinastia Habsburgo em Espanha. Com a morte dos herdeiros (João, em 1497, Isabel, em 1498, e o infante Miguel, filho desta, em 1500), assim como da rainha Isabel em 1504, Joana a Louca ascendeu ao trono. Mas cedo o marido, Filipe, tomaria as rédeas do poder, visto que Joana sofria de uma saúde mental instável. A Concordata de Salamanca reconheceu em 1505 Joana e Filipe como herdeiros legítimos do trono, e apesar do rei Fernando ter tentado ficar com a regência já desde 1504 foi impedido pela oposição da parte de alguns nobres poderosos. Filipe, que se encontrava na Flandres, regressou a Espanha em 1506 para assumir o trono com o nome de Filipe I. Desembarcou com um exército maioritariamente composto por mercenários em A Coruña em abril desse ano, iniciando-se uma querela entre ele e o sogro sobre o direito ao trono, que se resolveu apenas com a Concordata de Villafacila em 1506, e com a qual o rei Fernando se viu obrigado a retirar para as suas terras aragonesas.
Filipe I morreu contando apenas 28 anos e provavelmente vitimado pela febre tifoide, apesar de se colocarem também as hipóteses de indigestão e envenenamento.