O Portal da Hist�ria - D. Jo�o II

 

Reis, Rainhas e Presidentes de Portugal

 

D. Jo�o II

 

D. Jo�o II

D. Jo�o II

Filho de D. Afonso V, subiu ao trono em 1481, sendo certo que exercia j� h� alguns anos o poder de facto. Com efeito, as frequentes aus�ncias do reino, por parte de D. Afonso V, p�em-lhe nas m�os o governo do pa�s. 

Desde 1474 que dirigia a pol�tica atl�ntica, devendo-se � sua vis�o de governante, apesar de n�o ter ainda vinte anos, a institui��o do mare clausum, princ�pio que estabelecia que o dom�nio dos mares estava ligado ao seu descobrimento. Na linha dessa pol�tica surge o tratado de Toledo de 1480, em que D. Jo�o II aceitando a partilha das terras do Atl�ntico pelo paralelo das Can�rias, afasta a concorr�ncia da Espanha em �frica e protege a mais tarde chamada rota do Cabo. Durante o seu reinado toda a costa ocidental da �frica foi navegada, dobrou-se o Cabo da Boa Esperan�a e preparou-se por terra com as viagens de P�ro da Covilh� e Afonso de Paiva, a viagem de Vasco da Gama � �ndia, a que o monarca j� n�o assistiria. Em 1494, assina-se o tratado de Tordesilhas, dividindo-se a terra em duas zonas de influ�ncia, a atribuir a Portugal e � Espanha. Dentro da zona de influ�ncia portuguesa ficava o Brasil, o que permite supor que o monarca tinha conhecimento da exist�ncia dessas terras. 

No plano interno, a ac��o de Jo�o II orientou-se no sentido da centraliza��o e fortalecimento do poder real, tendo reprimido duramente as conjuras dos nobres e abatido o poder das grandes casas do reino. De 1481 a 1485, s�o mortos ou presos D. Fernando, duque de Bragan�a, D. Diogo, duque de Viseu, D. Gutierres Coutinho, D. Pedro de Ata�de, Isaac Abravanel, D. Afonso, conde de Faro, D. Fern�o da Silveira, Diogo Louren�o, Afonso Vaz, D. �lvaro, filho do duque de Bragan�a, Aires Pinto, bacharel Jo�o Afonso e Jos� Abravanel. Tinha em grande conta a opini�o dos povos, mas o seu conceito da autoridade real leva-o a s� reunir cortes quatro vezes, durante o seu reinado. Quanto �s rela��es externas, a sua actividade foi no sentido de criar la�os de conc�rdia com os v�rios reinos, talvez com o intuito de se libertar de problemas que pusessem em dificuldades a pol�tica de expans�o ultramarina. Alimentou o sonho de uma futura �monarquia ib�rica�, tendo conseguido contratar o casamento de seu filho D. Afonso com a primog�nita dos reis cat�licos. A morte do infante veio, no entanto, deitar por terra estes planos. Manteve uma actividade diplom�tica intensa com v�rios pa�ses europeus, sendo de destacar a embaixada de Vasco de Lucena, enviada a Roma em 1485. 

A �ltima fase do reinado de D. Jo�o II est� marcada pelo problema da sucess�o do trono. Com a morte do infante D. Afonso, procura o rei habilitar ao trono o bastardo D. Jorge. No seu testamento, todavia, nomeia seu sucessor D. Manuel, irm�o da rainha. Morre no Algarve em 1495, aceitando alguns historiadores a hip�tese de ter sido envenenado.

 

Ficha geneal�gica:

D. Jo�o II nasceu em Lisboa, a 3 de mar�o de 1455 e faleceu em Alvor, a 25 de outubro de 1495; enterrado na s� de Silves e transladado em 1499 para o Mosteiro da Batalha.

Casou em Janeiro de 1471 com sua prima co‑irm� D. Leonor, que nasceu em Beja, a 2 de maio de 1458, tendo morrido em Lisboa, a 17 de novembro de 1525, sendo sepultada no Mosteiro da Madre de Deus, em Xabregas, filha do infante D. Fernando, duque de Viseu, e de sua mulher D. Beatriz. Deste cons�rcio nasceu:

1. D. Afonso (n. em Lisboa, a 18 de maio de 1475; f. na Ribeira de Santar�m, de um acidente de cavalo, a 13 de julho de 1491). Casou em 3 de novembro de 1490, em Estremoz, com D. Isabel (n. em Duenas, a 2 de outubro de 1470; f. em Sarago�a, a 28 de agosto de 1498), filha dos reis cat�licos, e que viria mais tarde a ser rainha de Portugal pelo seu casamento com D. Manuel, celebrado em Val�ncia de Alc�ntara, em 1497.

D. Jo�o II teve um filho bastardo de D. Ana de Mendon�a, filha de D. Nuno de Mendon�a, aposentador-mor de D. Afonso V, e que foi dama da princesa D. Joana, a Beltraneja;

2. D. Jorge de Lencastre (n. em Abrantes, a 21 de agosto de 1481; f. no castelo de Palmela, a 22 de julho de 1550). Seu pai fez tudo para lhe alcan�ar o trono, entre 1491 e 1494, concedendo-lhe os mestrados de Santiago e de Avis e dando-lhe o ducado de Coimbra e o senhorio de Montemor-o-Velho. Casou em 1500 com D. Beatriz de Vilhena, filha de D. �lvaro, irm�o do 3 � duque de Bragan�a, e de sua mulher D. Filipa de Melo.

 

 

Fontes:

Joel Serr�o (dir.)
Pequeno Dicion�rio de Hist�ria de Portugal,
Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1976

Joaquim Ver�ssimo Serr�o,
Hist�ria de Portugal, Volume I: Estado, P�tria e Na��o (1080-1415),
2.� ed., Lisboa, Verbo, 1978.

P�gina modificada em 14 de junho de 2015

 

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