Não importa em que lugar do mundo seja: toda casa tem suas regras. Seja no Brasil, onde as mães fazem questão de deixar claro que "Aqui não é a 'Casa da Mãe Joana!'", ou no exterior, todo ambiente familiar necessita de regras comuns de convivência. Em Adelaide Cottage, nos territórios de Windsor — lá na Inglaterra, não é diferente.
É nessa casa de campo aos arredores do Palácio, que vivem, desde 2022, o Príncipe William e a Princesa Kate Middleton — juntamente de seus três filhos: George, Charlotte e Louis, em uma rotina um tanto quanto comum. Eles acordam cedo, se arrumam, tomam café da manhã, um dos dois adultos leva as três crianças à escola e, depois disso, ambos seguem para seus respectivos trabalhos (ou, no caso específico dos Wales, seus 'compromissos reais').
Mesmo que os títulos e responsabilidades separem a nobreza de uma vida completamente ordinária (como é a nossa), ainda existem alguns detalhes que mostram que mesmo do alto de seus tronos, a Família Real ainda assim é bem parecida com o resto do mundo.
Uma das principais características que prova isso é, com certeza, o modo que William e Kate criam os filhos — um futuro rei, uma princesa de alto escalão e um príncipe de brilhante futuro. Apesar da ideia pré-estabelecida que se tem da nobreza, isto é, que é lotada de meninos e meninas mimadas, que fazem o que querem, quando querem e porque querem, a Princesa de Gales — mãe dos três pequeninos, deixa bem claro que seus filhos não são parte integrante desse conceito.
Seja em eventos públicos ou na segurança de casa, a vida deles é estrita, regrada e muito diferente do que se imagina.
Apesar da presença constante de uma babá no ambiente familiar, o casal é extremamente presente no dia a dia das crianças: é dito pelos 'insiders' do Palácio que William e Kate adoram passear de bike e fazer bolos com os pequenos. Entretanto, a vida de companheirismo e amizade entre pais e filhos não é lá as mil maravilhas para os três.
Existe uma regra específica que deve ser seguida dentro da Adelaide Cottage, que jamais — em hipótese alguma, deve ser quebrada: é proibido gritar.
Isso mesmo, a casa dos Wales deve sempre, a qualquer custo, prezar pela calmaria e pela educação; jamais devem apelar para a baixaria — mesmo quando os nervos estão à flor da pele.
A lei estrita não é exatamente uma surpresa nem mesmo para os maiores especialistas na Família Real: o modo de criação das crianças estipulado por Kate e William já é bem conhecido pelos tabloides; entre as mamães e papais das novas gerações é também notícia antiga.
Chamada de 'educação positiva', esse novo jeito — mais brando e menos punitivista — de se educar crianças tem como principal objetivo considerar o pequeno como um indivíduo comum: com vontades, sentimentos e problemas que merecem ser ouvidos e lidados, tanto como é com um adulto. Basicamente, esse tipo de educação é uma maneira dos pais tratarem os filhos de 'igual para igual'. Aqui, a frase 'isso é frescura de criança' não existe: é óbvio que conflitos e discussões ainda fazem parte do processo de crescimento — mas nesse ambiente, a criança é acolhida, aconselhada e tratada de forma madura e respeitável.
Na rotina dos Wales, os traços desse método de educação estão sempre presentes: seja na regra estrita de não gritar dentro de casa ou mesmo fora dela, em eventos reais, quando sempre é possível enxergar William ou Kate isolados em um canto com uma de suas três crianças dando aquela famosa 'bronca de pai/mãe'.
Apelidada de maneira mais eufemista pelos tabloides britânicos de 'papo de sofá', essa tal conversa entre o filho e um dos pais é uma das maneiras que o casal Wales encontrou de corrigir algum malfeito das crianças em local público. Em essência, um dos pais arrasta a criança até um local mais afastado e explica onde houve mau comportamento e porquê a tal correção é necessária; tudo isso é feito, é claro, em tom baixo e comedido — como Kate Middleton mais gosta.
É verdade que a nova geração de Wales tem abalado as estruturas das tradições familiares da Família Real: é dito pelas fontes e especialistas que Kate, desde muito cedo, insistiu para que William fizesse parte dos mínimos detalhes na criação dos pequenos; incluindo, até mesmo, a hora de dormir e o momento do banho.
Muito semelhante à rotina de qualquer outra família ao redor do mundo, os minipríncipes e a miniprincesa são, diariamente, incumbidos de tarefas que seriam estranhamente incomuns a eles: como esvaziar a lavadora de pratos e organizar a casa, segundo o que conta Tom Sykes, especialista na nobreza britânica. O próprio ainda afirma que Kate dispensou uma empregada em tempo integral dentro da casa porque "quer que os filhos experienciem o máximo de normalidade que puderem".
A vida 'normal' da Princesa de Gales foi a base para que toda uma estrutura milenar de hábitos comuns dentro da realeza simplesmente fosse mudada: morando com o marido (o futuro Rei da Inglaterra) e os três filhos em uma casa de campo de quatro quartos — e não em um dos vários gigantescos palácios que a Família Real dispõe em seu catálogo pessoal, é claro que a vivência dos pequenos George, Charlotte e Louis seria diferente.
Agora, com uma nova leva de jovens com criação completamente diferente ao usual da nobreza adentrando às responsabilidades reais, é difícil dizer qual será o futuro da monarquia britânica. Mesmo assim, é fácil supor que -- por conta da criação humanizada e que põe as crianças em lugar semelhante a súditos (visto que todos os três estudam em escolas particulares frequentadas por meninos e meninas de várias idades e locais) dada por Middleton e William -- que, certamente, o futuro da nação estará em boas mãos.
*com edição de Gabriel Tieppo