‘A gente não quer ser o Nubank’, diz CEO do ‘unicórnio’ do e-commerce Olist
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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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Depois de levantar R$ 1 bilhão no meio da pandemia e se tornar um dos “unicórnios” brasileiros, a Olist — que, entre outras coisas, conecta pequenos lojistas a marketplaces do e-commerce — deu um novo passo rumo ao que o fundador Tiago Dalvi chama de “sistema operacional” das pequenas e médias empresas (PMEs): acaba de lançar uma conta digital para esse público. Mas, diante da “commoditização” dos serviços financeiro, o CEO diz que tudo o que ele não quer é ser banco.

— As fintechs têm uma conta fantástica, mas ninguém tem o “sistema operacional” dessas PMEs. Nós temos. A gente não quer ser o Nubank. Fintech é algo muito amplo, com uma diferenciação muito grande entre o que os bancos fazem — argumentou, em conversa com a coluna no Web Summit Rio. — Nosso objetivo é atacar as complexidades da PME, que já lida com uma imensa variedade de maquininhas, de contas. Isso gera ineficiências. O cara perde até 3 pontos de margem porque não consegue conciliar tudo isso, e perde a manhã nessa tarefa.

Segundo Dalvi, depois de conseguir se tornar rentável, o maior desafio dos seus clientes é a bagunça financeira, daí o lançamento. Agora, as PMEs que utilizam seus sistemas terão a conta diretamente plugada a ele, automatizando etapas como geração de boletos, conciliação etc.

— A segunda camada é de soluções de pagamentos. Podemos, em algum momento, ter maquininha, por que não? E o crédito é o último estágio, começando por antecipação de recebíveis, por meio de parceiros. Lá pra frente, a gente deve montar um fundo para isso — disse.

A conta digital já foi testada por 600 clientes e será agora oferecida às 40 mil PMEs que usam a plataforma. Este ano, a companhia calcula que a conta deva girar R$ 4 bilhões. Para 2026, expectativa é atingir R$ 18 bilhões.

A Olist diz estar saindo de uma fase em que priorizou rentabilidade, em detrimento do crescimento. O período coincidiu, é claro, com o aperto dos juros e levou o “unicórnio” curitibano a encerrar linhas de negócios — como lojas próprias que vendiam diretamente para o consumidor dos e-commerces.

— Foi um exercício de maturidade. A margem cresceu, estamos chegando perto do breakeven (parar de perder dinheiro) e voltamos a ter foco no crescimento — contou Dalvi. — Vamos falar com investidores em Nova York, em maio, mas temos um caixa robusto e captar recursos não é prioridade. Ainda temos metade do cheque da última rodada.

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