O verde das florestas ou dos Braganças? As cores da bandeira do Brasil independente. – Editora Brava Gente

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O verde das florestas ou dos Braganças? As cores da bandeira do Brasil independente.

Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I proclamou que o Brasil era um país independente de Portugal e que suas cores nacionais seriam verde e amarelo. Embora comumente seja dito que a cor verde representa nossas florestas e a cor amarela nossas riquezas, existem controvérsias a respeito desse simbolismo.

A hipótese mais difundida atualmente é de que as cores são referência das famílias reais envolvidas no processo de independência, o verde seria a cor da família Bragança(D. Pedro) e o amarelo seria da família Habsburgo(Leopoldina). Essa versão é antiga, podendo ser encontrada em setembro de 1930, propagada por Francisco Pereira Lessa em conferência da Liga de Defesa Nacional.

Essa versão só tem um”porém”. O verde não fazia parte das cores utilizadas pela família real portuguesa desde 1728, quando o rei D. João V modificou as cores da casa real de verde e branco para azul e vermelho. Muitos anos depois, em 1796, a monarquia determinou que estas cores fossem utilizadas também nos laços nacionais portugueses.

A determinação dada pelo príncipe regente português, D. João VI, em 7 de janeiro de 1796, foi de que todos os empregados da casa real e todos os membros do exército português deveriam utilizar laços das cores da família real: azul e escarlate. Em 1806, o exército português teve seus uniformes e bandeiras reorganizados, e no novo regulamento constava que cada regimento de infantaria e artilharia deveria ter duas bandeiras, uma do próprio regimento e outra com as cores azul, branco, escarlate e amarelo.

Em 1821, as “cortes gerais”(que estavam deliberando sobre uma constituição para Portugal) decidiram que um novo laço nacional português deveria ser da cor azul e branco,”que não se confundiam com a libré da casa real“. As cortes decidiram por estas cores dado que “formavam a divisa da nação portuguesa desde o princípio da monarquia”.

Manifestação do parlamentar “Trigoso”. (grifo nosso)

Inclusive houve proposta de um participante das cortes, Manoel Gonçalves de Miranda, de que as cores do novo laço nacional fossem verde e amarelo. Todavia, outro participante, Borges Carneiro, afirmou que as cores propostas “nada simbolizavam“, mais uma vez indicando que o verde não fazia parte da indumentária nacional. Por outro lado, nestes debates também foi dito que as cores nacionais eram de fato o “azul e branco”.

Mas vamos voltar ao momento da independência.

Dom Pedro I, quando decretou “independência ou morte”, também gritou “Laços fora, soldados!”, ao que atirou o laço azul e branco que utilizava no chão, simbolizando a separação de Portugal.

As cores azul e branco permaneceram sendo utilizadas por Portugal e finalmente foram colocadas na bandeira nacional em 1834(apesar de ter sido inicialmente oficializada em 1830, a bandeira azul e branca não era utilizada em todo o território nacional, pois Portugal encontrava-se em guerra civil).

Símbolos nacionais no período pré e pós independência

Joaquim Noberto de Souza Silva, escreveu, em texto na revista LIII do IHGB, em 1889, que o imperador D. Pedro I, diante de protestos de seus políticos mais próximos quanto a cor da bandeira, que o verde significava a “primavera eterna” e o amarelo o “ouro”(p.250).

Assim sendo, permanece a controvérsia sobre as cores da bandeira. Existem motivos para se imaginar que trata-se de uma homenagem à casa de Bragança, como também existem argumentos para basear a versão de que representam aspectos da geografia brasileira.

E você, o que acha?

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