26 anos sem Linda McCartney: relembre a história da icônica vocalista dos Wings
Imagem: Divulgação

Apesar da carinha de santo e o título de sir, Paul McCartney vivia secretamente uma vida libidinosa na época dos Beatles, sendo o último da banda a se casar. Mas quando aconteceu, foi um verdadeiro conto de fadas ao lado de Linda McCartney.

Para marcar os 26 anos sem a fotógrafa e cantora, que faleceu com apenas 56 anos em 17 de abril de 1998, Paul anunciou esta semana o lançamento de One Hand Clapping, trabalho dos Wings de 1974 que nunca havia sido divulgado.

O álbum foi gravado ao vivo no lendário estúdio Abbey Road, em Londres, e conta com sucessos da banda formada pelo casal, a inédita “Blackpool”, covers de artistas como Buddy Holly e ainda clássicos dos Beatles como “Let It Be” e “Lady Madonna” – confira os detalhes clicando aqui.

O TMDQA! aproveitou a ocasião para lembrar a vida e carreira de Linda McCartney, que desafiou a sociedade machista de sua época e se destacou como fotógrafa de estrelas do Rock, uma das líderes dos Wings e principal responsável pelo ressurgimento de Paul após o fim dos Beatles.

Infância, primeiro casamento e fotógrafa dos Rolling Stones

Nascida em Nova York em 24 de setembro de 1941, Linda Eastman foi a primeira dos quatro filhos de Lee Eastman, um advogado de ascendência russa, e Louise Eastman, dona de casa de origem alemã.

Interessada por fotografia desde a infância, ela foi para o Arizona e entrou para a faculdade de Artes, mas abandonou os estudos após a trágica morte da mãe em um acidente aéreo, quando decidiu se casar com o então namorado. Eles tiveram uma filha, Heather, mas se divorciaram apenas três anos depois.

Foi aí que Linda perseguiu uma carreira como fotógrafa de arte, que decolou depois que ela foi a única profissional convidada para um evento dos Rolling Stones em um navio, em 1966, pelo lançamento do álbum Aftermath.

Daí em diante ela fotografou os maiores nomes da música naquela época, incluindo Janis Joplin, Bob Dylan, Aretha Franklin, Jimi Hendrix, The Doors e Eric Clapton – este último garantiu a ela a primeira capa da revista Rolling Stone com foto assinada por uma mulher, em 1968.

Além de trabalhar com os artistas, Linda fazia parte do círculo social de alguns deles, e é claro que isso rendeu o rótulo machista de “groupie”, incluindo rumores de um suposto caso com Mick Jagger. Sobre isso, ela falou categoricamente anos depois:

Havia garotas por aí que eram ‘groupies clássicas’. Eles eram muito glamorosas e muitas vezes realmente fabulosas. Eu apenas saía com os grupos [que fotografava]. Se isso faz de mim uma groupie, que assim seja.

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Desencontros com Paul McCartney e formação dos Wings

Linda e Paul se conheceram em uma boate de Londres em 1967, onde ela estava acompanhada da banda The Animals e ele participava de um jantar oferecido pelo empresário Brian Epstein para comemorar o fim das gravações do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

McCartney a convidou para sair, eles engataram um romance ali e poucos dias depois ela fez suas primeiras fotos dos Beatles na festa de lançamento do álbum.

Só tinha um problema: Paul se esforçava para transmitir uma imagem pública de bom moço, mas era extremamente mulherengo e estava “enrolado” com a atriz Jane Asher, que terminou com ele justamente após descobrir suas traições.

Um dia antes de se casar com Linda, o baixista apareceu embriagado no apartamento de outra ex-namorada, Maggie McGivern, que o mandou embora, mas o caso chegou até a fotógrafa e o matrimônio quase foi cancelado.

Casos de família à parte, Paul percebeu que havia encontrado uma verdadeira parceira quando os Beatles se separaram em 1970, e Linda o ajudou a manter sua reputação intacta ao lançarem juntos o álbum Ram.

Aquele disco deu origem ao Wings, grupo que tinha Linda como tecladista, cantora e compositora e fez muito sucesso com hits como “Band on the Run”, “Jet”, “Silly Love Songs” e “Live and Let Die”, que rendeu a eles uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original.

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O legado de Linda McCartney

Linda McCartney lançou sete álbuns com os Wings, dois em carreira solo e ainda colaborou com o músico Denny Laine. Ela também organizou exposições de suas fotografias, escreveu livros de receitas veganas e deixou um legado como ativista pelos direitos dos animais.

Ao longo de toda a carreira, ela continuou sofrendo acusações machistas de que não era realmente a autora de seu trabalho, como se Paul estivesse por trás de suas composições.

Em 1995, aos 53 anos, a artista foi diagnosticada com câncer de mama em estágio avançado, e passou os três anos seguintes recebendo cuidados paleativos. Ela faleceu aos 56 anos de idade, cercada pela família em sua casa no Arizona.

Paul e Linda tiveram três filhos, e a herdeira do primeiro casamento também fazia parte do círculo familiar. O ex-Beatle voltou a se casar em 2002 com a modelo Heather Mills, relação definida por ele como “o erro da década” e que gerou um divórcio de R$150 milhões.

Desde 2011, Paul está com a empresária americana Nancy Shevell, a quem fez belas homenagens durante a turnê no Brasil no ano passado.

Mas, como disse em entrevista recente à BBC, o músico jamais irá se esquecer de Linda, parceira de vida e música por mais de três décadas, e cujo falecimento precoce o lembrou da história dos seus pais:

Tanto a minha mãe quanto Linda morreram de câncer de mama. Eu lembro de uma noite em que ouvi o meu pai chorar no quarto ao lado. Foi muito trágico, porque nunca tínhamos ouvido ele chorar. Você espera ver a pessoa chegar, a pessoa que você ama, porque você está muito acostumado com a presença dela. Eu chorei muito. Era quase constrangedor, exceto pelo fato de que era a única coisa que eu podia fazer.

Paul e toda uma legião de fãs não esquecerão de Linda McCartney jamais!

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