Morte de Michael Jackson | Morte de Michael Jackson | memoriaglobo

Por Memória Globo

Frame de vídeo / Globo

Michael Jackson morreu no dia 25 de junho de 2009, após sofrer uma parada cardíaca em casa. O cantor chegou a ser atendido pelos bombeiros, mas seguiu em coma para o hospital da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Sua morte foi declarada às 18h26, horário de Brasília, e anunciada horas depois. O site de celebridades TMZ foi o primeiro a dar a notícia, que só foi confirmada oficialmente mais tarde. O hospital demorou a se pronunciar sobre o estado de Michael Jackson, até que o IML de Los Angeles confirmou que o cantor não havia resistido à parada cardíaca.

Na ocasião, o Rei do Pop preparava seu retorno aos palcos. Todos os ingressos para a série de 50 shows que seria realizada na Inglaterra estavam vendidos.

Reportagem de Rodrigo Bocardi sobre as homenagens ao cantor Michael Jackson e as especulações em torno da causa de sua morte. Jornal Nacional, 26/06/2009.

Reportagem de Rodrigo Bocardi sobre as homenagens ao cantor Michael Jackson e as especulações em torno da causa de sua morte. Jornal Nacional, 26/06/2009.

A morte de Michael Jackson foi cercada de mistérios e informações desencontradas. Apenas após uma autópsia e exames toxicológicos, legistas concluíram que o astro morrera por intoxicação aguda com o anestésico Propofol. O medicamento fora ministrado pelo próprio médico do cantor, o cardiologista Conrad Muray.

Acusado de negligência e indiciado por homicídio culposo, Murray foi condenado, em novembro de 2011, a quatro anos de prisão. Em outubro de 2013, após quase dois anos na cadeia, foi liberado e, meses depois, recuperou seu direito de exercer a medicina. 

EQUIPE E ESTRUTURA

Certamente, foi a cobertura longa que mais me absorveu. A gente chegava a tempo para dormir, acordar cedinho e já saía. Passava o dia inteiro gravando, mandando matéria da rua pela internet. Foi um trabalho bom e pesado ao mesmo tempo, pela quantidade de informação, pela demanda de todos os jornais de entrar ao vivo o tempo todo, de mandar matéria. E matéria especial para o Fantástico. Foi um volume enorme de trabalho. Parecia uma Copa do Mundo. Essa foi minha primeira Copa do Mundo”
— Rodrigo Alvarez.

A morte de Michael Jackson foi destaque em toda a programação da Globo. Os principais telejornais apresentaram edições especiais, em homenagem ao ídolo pop. O escritório de Nova York – com os repórteres Giuliana Morrone, Lilia Telles, Rodrigo Bocardi e Rodrigo Alvarez – ficou à frente da cobertura.

Para acompanhar as manifestações pela morte do cantor, as investigações, as homenagens e o funeral, foram enviadas duas equipes para Los Angeles: Rodrigo Bocardi e o repórter cinematográfico Luiz Claudio Azevedo; e Rodrigo Alvarez e o repórter cinematográfico Sergio Telles.

“Eu lembro que naquele dia foi uma correria tremenda no escritório, todo mundo se esticando, se esticando para o Jornal Nacional, para o Jornal da Globo. E, a partir dali, já veio a decisão que iríamos para Los Angeles. Fomos pra lá para começar uma longa cobertura, até Michael Jackson ser enterrado. Além disso, tinha toda a investigação também. O Rodrigo Alvarez fazia mais matérias para o Fantástico, e eu mais para os jornais do dia a dia. Mas era muito jornal para pouco repórter, pouca estrutura. Então o Rodrigo Alvarez começou a fazer também e a gente acabou se dividindo. Ele fazia a parte, digamos, mais artística do negócio, que era aquele movimento que envolvia a família, os cantores, os fãs, e eu fiquei mais com essa parte de justiça, policial e investigação”, conta Bocardi.

Os correspondentes passaram mais de um mês na cidade, fazendo reportagens para todos os telejornais, além do Fantástico. As informações desencontradas ao longo de toda a cobertura, sobre o funeral, as causas da morte, etc, dificultaram o trabalho da imprensa.

“Certamente, foi a cobertura longa que mais me absorveu. A gente chegava a tempo para dormir, acordar cedinho e já saía. Passava o dia inteiro gravando, mandando matéria da rua pela internet.” Rodrigo Alvarez sobre a cobertura da morte de Michael Jackson

No final de agosto, quando foi anunciada a data do enterro de Michael Jackson, Rodrigo Alvarez e Sérgio Telles voltaram a Los Angeles.

MORRE MICHAEL JACKSON

Na tarde de 25 de junho, um plantão interrompeu a programação da Globo para noticiar que Michael Jackson estava internado em um hospital de Los Angeles após sofrer um ataque cardíaco. Fátima Bernardes explicou que o cantor fora socorrido em casa pelos bombeiros e que teria sido reanimado ainda na ambulância.

Apesar dos rumores e de alguns veículos já darem como certa a morte de Michael Jackson, a notícia só foi confirmada oficialmente quando o Jornal Nacional já estava no ar. A equipe da Globo em Nova York ligou para o Instituto Médico Legal de Los Angeles, que afirmou que o cantor morrera naquela tarde. As causas, no entanto, ainda precisavam ser esclarecidas, como ressaltou a correspondente Giuliana Morrone.

A reportagem de Rodrigo Bocardi no JN destacou a cronologia dos acontecimentos naquela tarde. Lília Teles relembrou a trajetória do astro, marcada por sucessos retumbantes e também por polêmicas, como as acusações de abuso sexual.

Reportagem de Giuliana Morrone, ao vivo, de Nova York, sobre a confirmação da morte de Michael Jackson. Jornal Nacional, 25/06/2009.

Reportagem de Giuliana Morrone, ao vivo, de Nova York, sobre a confirmação da morte de Michael Jackson. Jornal Nacional, 25/06/2009.

JORNAL DA GLOBO ESPECIAL

O Jornal da Globo apresentou uma edição especial dedicada ao Rei do Pop naquele 25 de junho. William Waack abriu o telejornal falando sobre a importância de Michael Jackson. Símbolo de um inconformismo com a própria origem étnica e social e também do culto irrestrito ao sucesso, segundo o jornalista, ao olhar para ele, víamos “um espelho da nossa época”.

Foram apresentadas reportagens dos correspondentes nos Estados Unidos, com as últimas informações e a mobilização que tomou conta do país após a confirmação da morte do cantor. No Brasil, matérias relembraram as vindas de Michael Jackson ao Rio de Janeiro e a Salvador, em 1996, quando gravou o clipe da música “They don’t care about us”.

O jornalista Álvaro Pereira Júnior, chefe de redação do Fantástico e colunista de música, comentou, ao lado de William Waack na bancada, a trajetória de sucesso de Michael Jackson, desde sua origem no Jackson Five, passando pela explosão do álbum Thriller e pelos escândalos que marcaram sua vida pessoal.

William Waack apresenta a edição especial do Jornal da Globo em homenagem a Michael Jackson, no dia em que o cantor faleceu. Jornal da Globo, 25/06/2009.

William Waack apresenta a edição especial do Jornal da Globo em homenagem a Michael Jackson, no dia em que o cantor faleceu. Jornal da Globo, 25/06/2009.

Também foram destacados pelo Jornal da Globo outros ícones da música que morreram prematuramente como John Lennon, Elvis Presley, Janis Joplin e Bob Marley. O telejornal encerrou com o clipe da música “Thriller”, um dos grandes sucessos de Michael Jackson.

HOMENAGENS

No dia seguinte, foi a vez do Bom Dia Brasil, Jornal Hoje e Jornal Nacional apresentaram edições especiais em homenagem a Michael Jackson.

O Bom Dia Brasil destacou a repercussão em todo o mundo, com reportagens de correspondentes em Londres, onde o cantor realizaria uma série de shows, com início previsto para julho, na Itália e em Tóquio. O programa encerrou com um clipe de imagens de diferentes momentos da vida do astro, ao som da música “Ben”, gravada por ele no início dos anos 1970.

O Jornal Nacional contou com a participação especial do jornalista Nelson Motta, colunista de música do Jornal da Globo. Na bancada ao lado de William Bonner e Fátima Bernardes, ele comentou a carreira e a vida pessoal de Michael Jackson.

DIRETO DE LOS ANGELES

Assim que foi confirmada a morte de Michael Jackson, Rodrigo Bocardi e o repórter cinematográfico Luiz Claudio Azevedo, correspondentes em Nova York, seguiram para Los Angeles para acompanhar a repercussão e a expectativa em torno da divulgação do resultado da autópsia no corpo do cantor.

A reportagem, levada ao ar no Jornal Nacional em 26 de junho, mostrou a movimentação de jornalistas do mundo inteiro e de fãs em frente ao prédio do Instituto Médico Legal de Los Angeles. Naquela tarde, o diretor do IML deu uma entrevista coletiva informando que ainda não tinha sido possível identificar a causa da morte de Michael Jackson. Para isso, seriam necessários alguns exames, o que demoraria cerca de quatro a seis semanas.

INVESTIGAÇÃO

Para apurar o que teria acontecido entre o primeiro atendimento prestado pelo médico particular de Michael Jackson e a chegada dos bombeiros, a polícia abriu uma investigação. Como mostrou a reportagem de Giuliana Morrone no Jornal Nacional de 26 de junho, alguns tabloides afirmavam que o cantor teria recebido uma injeção de Demerol, um analgésico equivalente à morfina. Naquele momento, o médico ainda não tinha sido localizado. Mas seu carro, que estava estacionado na casa do artista, fora apreendido para investigações.

No sábado, 27 de junho, Conrad Murray se apresentou espontaneamente à Divisão de Roubos e Homicídios da Polícia de Los Angeles. Após três horas de depoimento, o cardiologista, que então era tido apenas como uma testemunha, se comprometeu a ajudar nas investigações.

QUEM FOI MICHAEL JACKSON?

“Quem foi Michael Jackson?” Essa foi a pergunta que o Globo Repórter se propôs a responder em seu programa de sexta-feira, 26 de junho. As reportagens procuraram mostrar diferentes facetas do Rei do Pop.

A matéria de Graziela Azevedo lembrou o show de Michael Jackson, em São Paulo, em 1993. A repórter entrevistou o jornalista Márcio Alberto Paula. Garoto na época, Márcio falou sobre a visita que recebeu do cantor, no hospital, após ter sido atropelado por um dos carros de sua comitiva.

Rodrigo Alvarez, que embarcou para Los Angeles na companhia do cinegrafista Sergio Telles poucas horas após a confirmação da notícia, mostrou a reação dos americanos diante da morte do ídolo. Os dois foram à Calçada da Fama, em Los Angeles, transformada pelos fãs em um memorial, e também à frente da casa de Michael Jackson, de onde falou ao vivo para o Globo Repórter.

Pessoas que tiveram contato com Michael Jackson durante sua passagem pelo Rio de Janeiro e Salvador, em 1996, foram destaque nas reportagens de Alberto Gaspar e José Raimundo. O primeiro foi ao morro Santa Marta, no Rio, onde o cantor gravou parte de seu clipe “They don’t care about us”. O repórter conversou com moradores da comunidade local, entre eles uma estudante que, na época bebê, fora carregada no colo pelo astro.

José Raimundo entrevistou o maestro e um dos músicos da banda Olodum, que tocou com Michael Jackson, no Pelourinho, em Salvador, que também serviu de locação para o clipe.

No Ceará, a repórter Aline Oliveira mostrou fãs e sósias de Michael Jackson, que dançavam e se vestiam igual ao cantor. Em Parque São José, bairro de Fortaleza, Gleidson Rodrigues mantinha um trabalho social onde ensinava passos de dança consagrados pelo ídolo para jovens.

O Globo Repórter apresentou ainda uma entrevista de Isabela Assumpção com o brasileiro Décio Vitto, que durante um ano e meio integrou a equipe responsável pela engenharia de segurança dos shows de Michael Jackson.

REPORTAGENS ESPECIAIS DO FANTÁSTICO

O Fantástico do domingo seguinte à morte de Michael Jackson também trouxe homenagens e reportagens especiais. O correspondente Rodrigo Alvarez – que embarcou para Los Angeles na companhia do cinegrafista Sérgio Telles assim que a notícia foi confirmada – entrevistou a brasileira Remi Vale Real, de 84 anos. Durante quase duas décadas, ela foi cozinheira do cantor. Remi falou sobre os gostos culinários do astro, seu prato preferido e o que costumava cozinhar para ele. Disse ainda que, durante o período em que conviveu com o Rei do Pop, pôde perceber a fragilidade de sua saúde e sua tristeza.

A cidade de Michael Jackson

Álvaro Pereira Júnior, chefe de redação do Fantástico na época, e o repórter cinematográfico Marcelo Benincassa foram a Los Angeles mostrar diferentes locais que marcaram a vida de Michael Jackson na cidade onde o astro morou durante 40 anos. A equipe visitou a primeira casa da família Jackson, em Hollywood Hills, e entrevistou os atuais moradores.

O casal Hollace Brown e Sonny Wallwnsky, que se mudou para a casa em 1978, contou que encontrou vestígios da passagem dos Jackson nas reformas que realizaram no imóvel. Além disso, durante algum tempo, correspondências endereçadas à família continuavam a chegar ao endereço.

A reportagem refez o trajeto dos irmãos Jackson na volta da escola para casa e mostrou a loja onde o cantor costumava fazer compras de brinquedos e fantasias.

Clipes

O Fantástico de 28 de junho também relembrou o lançamento dos clipes de Michael Jackson, que mostrava em primeira mão para o telespectador brasileiro. O cantor inovou inúmeras vezes no formato, com participações especiais de astros do esporte, estrelas de Hollywood, superproduções, roteiros elaborados e efeitos especiais.

O programa convocou os fãs a prestar uma homenagem ao cantor. Sob o comando do coreógrafo Fábio Costa, mais de 200 pessoas, caracterizadas como zumbis, participaram da gravação do clipe de “Thriller”. O dançarino Carlinhos de Jesus ajudou nos ensaios; e a cantora Kelly Key fez a vez da mocinha da música.

A GUARDA DOS FILHOS E A PARTILHA DOS BENS

Quem ficaria com a guarda dos três filhos de Michael Jackson? E como seria a partilha dos bens do cantor? A reportagem da Globo acompanhou os desdobramentos jurídicos em torno dessas duas questões, trazendo informações em primeira mão.

No Brasil você sabe os caminhos que tem que percorrer para conseguir um documento ou declaração. Mas lá é completamente diferente. Nem todo mundo dá entrevista, nem todo mundo divulga, o advogado tem outro interesse.”
— Rodrigo Bocardi sobre as dificuldades na cobertura da morte de Michael Jackson

Rodrigo Bocardi conta como conseguiu acesso a documentos relevantes ao longo dessa cobertura: “No Brasil você sabe os caminhos que tem que percorrer para conseguir um documento ou declaração. Mas lá é completamente diferente. Nem todo mundo dá entrevista, nem todo mundo divulga, o advogado tem outro interesse. Sem contar o sistema judiciário em si, que é diferente de como acontece no Brasil. Mas eu fui ao fórum de Los Angeles atrás dessas informações e dei de cara com uma assessora de imprensa brasileira. Ela era de Curitiba, estava há um tempo nos EUA e tinha toda a experiência do sistema judiciário americano. Quer dizer, ela sabia o que podia, o que não podia, qual documento eu tinha acesso, qual eu não tinha. Nessa brincadeira, todo dia eu estava lá no fórum. E ela acabou me ajudando muito. Tinham coisas que eram fáceis, e a gente não imaginava, documentos importantes para a cobertura, que traziam esclarecimentos de peso, e muitas vezes você nem sabia. Qual o caminho? Onde eu consigo? Então, ela me ajudou demais, a Vânia. E a gente acabou conseguindo trazer muita coisa que nem mesmo a imprensa americana tinha naquela cobertura”.

Na matéria de Rodrigo Bocardi, levada ao ar pelo Jornal Nacional em 2 de julho, um representante dos administradores dos bens de Michael Jackson confirmou a divisão da herança da seguinte forma: 40% para os três filhos; 40% para a mãe, Katherine Jackson; e 20% para instituições de caridades. Os filhos estavam com a avó paterna, mas a mãe biológica de dois deles, Debbie Rowe, teria dado uma entrevista na qual afirmara que brigaria pela guarda das crianças. Após um acordo entre as duas, entretanto, Katherine Jackson ganhou a guarda definitiva dos três netos.

POR DENTRO DE NEVERLAND

Os repórteres Álvaro Pereira Júnior e Marcelo Benincassa percorreram o rancho Neverland, em Los Olivos, na Califórnia, para onde Michael Jackson se mudou, em 1988, e viveu durante quase duas décadas.

Era a primeira vez que uma equipe de TV brasileira entrava na propriedade de 11 km², que abrigava, entre outras coisas, um parque de diversão e um zoológico. Uma “fantasia delirante que Michael Jackson tornou realidade”, como definiu a reportagem.

Kellie Parker – que participou do filme Moonwalker (1988), ao lado de Michael Jackson, e esteve três vezes no local, como convidada do cantor, durante os anos 1990 – serviu de guia para a equipe da Globo. Acompanhados pela atriz, os repórteres percorreram a casa de hóspedes, a casa principal, o quarto do Rei do Pop, a área da piscina, o cinema. As imagens mostraram os detalhes suntuosos que impressionavam qualquer visitante.

Reportagem de Álvaro Pereira Júnior e Marcelo Benincassa sobre o rancho Neverland, em Los Olivos, na Califórnia, para onde o cantor Michael Jackson se mudou, em 1988, e viveu durante quase duas décadas. Fantástico, 05/07/2009.

Reportagem de Álvaro Pereira Júnior e Marcelo Benincassa sobre o rancho Neverland, em Los Olivos, na Califórnia, para onde o cantor Michael Jackson se mudou, em 1988, e viveu durante quase duas décadas. Fantástico, 05/07/2009.

Imagens raras

O Fantástico encontrou registro raro da passagem do Jackson Five pelo Brasil em 1974. As imagens – que faziam parte do arquivo da TV Tupi, na Cinemateca Brasileira – mostravam Michael Jackson, adolescente, cantando e dançando ao lado dos irmãos. Na ocasião, a banda fazia uma turnê pela América Latina.

O produtor musical Solano Ribeiro, então responsável pela divisão de shows da TV Tupi, contou como foi a gravação, que aconteceu nos estúdios da emissora em São Paulo.

INFORMAÇÕES CONFUSAS

As primeiras informações indicavam que o funeral de Michael Jackson aconteceria no rancho Neverland, em Los Olivos, na Califórnia, onde o astro viveu por quase 20 anos. Imediatamente, seguiram para o local fãs, jornalistas e toda a infraestrutura necessária para a cerimônia. Mas a família desmentiu a informação, garantindo que ainda definiria hora e local para o velório do cantor, que seria aberto ao público.

Apenas no dia 3 de julho foram divulgados detalhes sobre o funeral do artista. No dia 7, seria realizado um grande tributo a Michael Jackson, no Staples Center, em Los Angeles. A arena, onde o cantor ensaiava para seu show, tinha espaço para 20 mil pessoas, sendo que 17,5 mil ingressos seriam distribuídos gratuitamente através de um sorteio pela internet.

Quando e onde o corpo de Michael Jackson seria enterrado, no entanto, continuava sendo um mistério.

TRIBUTO

Em 7 de julho, finalmente, aconteceram as homenagens a Michael Jackson. Os correspondentes da Globo acompanharam com entradas ao vivo e reportagens especiais nos principais telejornais ao longo de todo aquele dia. Rodrigo Alvarez permaneceu em frente ao cemitério Forest Lawn, em Hollywood Hills, em Los Angeles, onde aconteceu uma cerimônia fechada para parentes e amigos do cantor. De lá, o cortejo levando o corpo do artista seguiu para o Staples Center, onde já se encontrava Rodrigo Bocardi.

Mais de um milhão de pessoas se inscreveram para ganhar um dos 17,5 mil ingressos para assistir o tributo ao Rei do Pop. O evento começou pouco depois das 14h (horário de Brasília) e foi apresentado, ao vivo, para o mundo inteiro, através de um pool de TVs americanas.

Reportagem de Rodrigo Bocardi sobre a cerimônia em tributo ao cantor Michael Jackson que aconteceu no Staples Center, em Los Angeles, EUA. Jornal Nacional, 07/07/2009.

Reportagem de Rodrigo Bocardi sobre a cerimônia em tributo ao cantor Michael Jackson que aconteceu no Staples Center, em Los Angeles, EUA. Jornal Nacional, 07/07/2009.

A Globo mudou sua programação naquela tarde para transmitir, durante mais de duas horas, a cerimônia, que contou com a participação de Stevie Wonder, Lionel Richie, Mariah Carey, entre outros, incluindo líderes negros, religiosos, personalidades do esporte e artistas. Um dos momentos mais emocionantes foi a declaração de Paris, filha de Michael Jackson. As equipes de TV não puderam acompanhar, mas Rodrigo Bocardi conseguiu um ingresso e assistiu, de dentro da arena, o ato em homenagem ao cantor.

“Havia uma concorrência enorme para estar lá dentro. Ia ter a transmissão pelo pool das emissoras americanas para o mundo inteiro, mas tinha que estar lá dentro. Como é que a gente fazia? Eu sei que, na última hora, a NBC, com quem a gente tinha um acordo de transmissão, conseguiu as credenciais e forneceu pra gente. Durante a transmissão ao vivo aqui, a gente conseguiu entrar por telefone, passando um pouco daquele clima que estava lá dentro, o que a gente estava sentindo”, lembra Bocardi.

De posse de uma pequena câmera, o repórter fez alguns registros. Suas impressões foram ar no Jornal Nacional e no Jornal da Globo daquela noite. O destino do corpo de Michael Jackson permanecia indefinido. Para onde fora levado após a cerimônia? E onde seria enterrado?

CAUSA MORTIS

No dia 24 de agosto, foram divulgados documentos do Instituto Médico Legal de Los Angeles que afirmavam terem encontrado doses letais do anestésico Propofol no sangue de Michael Jackson. De acordo com relatórios da polícia, o cardiologista Conrad Murray confessara que tratava a insônia do cantor com aplicações do medicamento.

O laudo sobre a morte de Michael Jackson foi divulgado quatro dias depois. Segundo a reportagem de Rodrigo Alvarez, que estava em Los Angeles, os legistas concluíram que o cantor havia sido vítima de homicídio. Morrera por intoxicação aguda pelo anestésico Propofol, além de outros medicamentos, aplicados por seu médico particular.

Conrad Murray foi acusado de negligência médica e, em fevereiro de 2010, com o fim das investigações, indiciado por homicídio culposo. Após seis semanas de julgamento, em novembro 2011, o cardiologista foi preso por ser considerado o responsável pela morte do cantor. Em outubro de 2013, Murray deixou a cadeia. E, pouco depois, voltou a exercer a medicina.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Rodrigo Alvarez entrevistou com exclusividade Kai Chase, que trabalhava como cozinheira para Michael Jackson e estava na casa do cantor no dia de sua morte. Ela descreveu como era a mansão, onde ficavam os quartos do astro e do médico, e relatou os acontecimentos daquela manhã. Kai também disse ter percebido que o patrão estava fraco nos últimos dias, mas acreditava que era por causa dos ensaios para o show.

Após a ambulância seguir com o cantor para o hospital, todos os funcionários da mansão foram orientados pela segurança a deixar a casa, como explicou Alvarez na reportagem.

O ENTERRO

Dias antes da data marcada para o enterro de Michael Jackson, Rodrigo Alvarez e Sergio Telles visitaram o cemitério Forest Lawn, em Glendale, a 9 km de Hollywood, ao norte de Los Angeles. A reportagem, exibida no Fantástico em 30 de agosto, mostrou o esquema de segurança que cercava o local escolhido pela família para, finalmente, enterrar o corpo do cantor.

A cerimônia estava marcada para as 23h (horário de Brasília), do dia 3 de setembro, mas começou com quase duas horas de atraso. A imprensa foi proibida de entrar e a família só permitiu algumas imagens. Rodrigo Alvarez e Sérgio Telles, que ficaram em frente ao portão principal do cemitério, registraram a chegada dos convidados, da família Jackson e, por último, do carro que levava o corpo do artista.

Durante o Jornal da Globo daquela noite, Alvarez fez diversas entradas ao vivo atualizando as informações. No Bom Dia Brasil da manhã seguinte, foi ao ar a reportagem completa sobre a cerimônia.

Reportagem de Rodrigo Alvarez sobre o enterro do cantor Michael Jackson. Bom Dia Brasil, 04/09/2009.

Reportagem de Rodrigo Alvarez sobre o enterro do cantor Michael Jackson. Bom Dia Brasil, 04/09/2009.

FONTES

Depoimentos concedidos ao Memória Globo por: Rodrigo Alvarez (19/06/2011), Rodrigo Bocardi (24/02/2014); Bom Dia Brasil, 26/06/2009, 07/07/2009, 04/09/2009; Fantástico, 28/06/2009, 05/07/2009, 30/08/2009; Globo Repórter, 26/06/2009; Jornal da Globo, 25/06/2009, 26/06/2009, 07/07/2009, 03/09/2009; Jornal Hoje, 26/06/2009, 07/07/2009; Jornal Nacional, 25/06/2009, 26/06/2009, 27/06/2009, 01/07/2009, 02/07/2009, 03/07/2009, 07/07/2009, 24/08/2009, 28/08/2009, 03/09/2009.
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