Artur Jorge está há pouco mais de um mês no Botafogo, mas sua família já se sente em casa. Esposa do técnico, Maria Marques, de 52 anos, conversou com a jornalista Aline Bordalo, do canal “Botafogo Nela”, e não escondeu a admiração e o carinho pela torcida alvinegra nesses poucos dias de Rio de Janeiro, exaltando a forma como foi recebida.
– É bom demais esse carinho. É impossível em Portugal o torcedor dizer: “Ah, eu te amo”. Não, “eu amo” só diz o marido. Aqui tem gente que diz que me ama (risos). Ama com chamas, o que é isso? Ah, as chamas são do Fogão (risos). Quando cheguei, passou um dia, publiquei um reel da nossa viagem e desde o dia não há nenhum dia que eu não continue a ter likes, com as pessoas dando as boas-vindas. Isso não existe em Portugal. As pessoas em Portugal falam muito mais para criticar, se as coisas correm bem as pessoas simplesmente não falam. Eu acho engraçado, os homens: “Ah, estou apaixonado por você!”. Nós em Portugal dizemos que as pessoas têm muito açúcar, vocês têm muito açúcar – divertiu-se.
– Tenho que agradecer muito, porque nunca imaginei que seria tão bem recebida como tenho sido. Sou abordada no shopping, mesmo quando vou sozinha, e penso: “Não é possível, como me conhecem?” Isso é incrível. Sou eternamente grata, estou há apenas um mês e meio, mas tenho vocês no meu coração, porque não imaginei ser assim. Obrigada! – agradeceu.
Maria é casa com Artur Jorge há 30 anos, e juntos tiveram três filhos e três netos. Ela era diretora comercial de uma distribuidora de bebidas em Portugal e largou a carreira para acompanhar o marido na primeira aventura no exterior. E contou como foi o convite do Botafogo e a conversa com John Textor, dono da SAF alvinegra.
– O John foi conversar com o Artur no Porto, que é uma cidade bem pertinho de Braga. Ele conversou com o Artur e foi-se embora no mesmo dia. Acho que foi isso que fez o Artur considerar tanto a proposta, o John ter falado diretamente com ele em Portugal. Foi muito importante para ele, vi muita seriedade. Se o dono do clube vai ele próprio fazer o convite, mostra realmente muita vontade, muito interesse – recordou.
No fim da entrevista, Maria ainda fez uma promessa à torcida alvinegra caso Cristiano Ronaldo ligue para o marido e tente repetir o que fez com Luís Castro:
– Não deixo o Artur atender, eu bloqueio! Tá prometido! – respondeu, dando muitas risadas.
Ela ainda não conhecia o Brasil, mas sempre foi fã da música brasileira e se disse admiradora de Gusttavo Lima, da sofrência e do sertanejo. Confira outras respostas de Maria:
PRIMEIRA EXPERIÊNCIA FORA DE PORTUGAL: “Minha vida sempre trabalhei em Braga, o Artur nunca saiu do Braga profissionalmente. Quando surgiu esse convite, para o outro lado do Atlântico… Não era questão de eu vir ou não vir, eu tinha que vir, só isso fazia sentido. Mas a parte da saudade (dos filhos e dos netos) é difícil…”
RÁPIDA DECISÃO DE VIR: “Acho que foram três dias, tivemos apenas três dias para preparar tudo, para tomar uma decisão, e quando nos demos já estávamos no Rio de Janeiro.”
QUANDO PERDE UM JOGO? “Nós casamos com 21 anos, ele era jogador. Perdeu, ninguém sai de casa. Nós temos que ter respeito pelos torcedores. Os torcedores estão tristes, também temos que estar alinhados com o sofrimento deles, não vamos ficar passeando, desfrutando… Cai mal ver o torcedor triste. Perdeu, tem que se resguardar, não é momento de alegria.”
ELENCO DO BOTAFOGO: “Ele tem comentado comigo que o grupo é muito bom, acha que isso é recíproco, que os jogadores também estão gostando. Acho que aumenta mais a empatia, a união.”
TORCIDA ALVINEGRA: “Torcedor do Braga não é tão apaixonado como do Botafogo (risos). É diferente, tem o carinho… E são muito criativos! Eu nunca vi gente tão criativa, para tanta imaginação. O pouco que leio nas redes sociais eu não sei como tem tanta imaginação para escrever as coisas que escrevem (risos).”
MOSAICOS: “Não tem explicação. Não fizemos isso em Portugal. É incrível, eles estão de parabéns, nunca vi uma coisa assim. Não sei se é algo comum dos clubes aqui do Brasil…”
JÁ SE CONSIDERA UMA ESCOLHIDA? “Claro que sim! Eu cheguei aqui, no segundo dia fizeram uma camisa do Botafogo com meu nome. Quer dizer… Se eu não sou uma escolhida ainda…”
CORNETA SOBRE SUBSTITUIÇÕES NOS JOGOS: “Falamos sobre sim… Ele não gosta que eu fale, mas eu falo. Eu digo: “É só minha opinião”. E ele: “Está bem, pode guardá-la para você!”.
ESTÁDIO NILTON SANTOS: “É muito calor humano, isso é muito importante. Nós entramos lá e sentimos aquela atmosfera, o calor humano. Não há prêmio nenhum da arquitetura que consiga substituir esse calor humano.”
