Na noite da última quinta-feira, 06.07 e na manhã desta sexta, 07.07, chegaram às plataformas digitais a música e o videoclipe de Sereia, novo trabalho da drag queen e cantora Lia Clark, em parceria com Pabllo Vittar. “Sereia surgiu na procura da música perfeita com Lia Clark e Pabllo Vittar cantando juntas novamente”, diz a artista, que se prepara para lançar a segunda parte de seu disco Lia ainda neste segundo semestre, antes de sua apresentação no The Town, em setembro.
Em 2017, no début de Pabllo Vittar, o celebrado Vai Passar Mal, Lia esteve entre as participações da sétima faixa do álbum, Ele é o Tal. “Temos uma amizade, Não só com ela, mas com a equipe toda. Desde o começo das nossas carreiras", afirma Lia. Com a música assinada pelo time de produtores da Hitmaker, a drag queen se sente satisfeita com o resultado. “Me ouviram demais, fizeram exatamente o que eu pedi e estou muito animada.”
Lia conta que seu 2023 está sendo de muita produção. Depois do último Rock in Rio 2022, onde se apresentou no Espaço Favela, dedicou-se a finalizar a metade do álbum. “O ano todo foi basicamente fazendo a turnê, com shows pelo Brasil todo e produzindo as músicas. É um caos e uma loucura, mas eu amo isso, me mantém viva e feliz”, pontua.
Em meio ao lançamento de Sereia, a drag queen preta também joga luz sobre a importância da representação dessa união e de ter artistas pretas atingindo o sucesso, seja na música ou na indústria cinematográfica. A cantora de Santos, cidade do litoral paulista, tem como referência artistas como Lacraia e Jorge Lafond desde a sua infância. “Estamos aqui lutando e garantindo nosso espaço, mostrando à nova geração que é possível. Quando eu era criança, ligava a televisão e não via alguém que me representasse, alguém com quem me sentisse conectado, por diversos motivos. Tanto por realmente não ter quanto por ter vergonha de ser gay e não querer olhar para outro e me sentir representado. Naquela época, não era tudo bem ser gay”, diz.
Contudo, Lia também é, hoje em dia, um clarão para a nova geração de pessoas pretas, drag queens e LGBTQIA+. “É meio louco pensar que eu represento pessoas LGBTQIA+, porque eu cresci sendo recusada pela sociedade pelo fato de ser gay”, revela e emenda: “A sociedade como um todo me reprimia e na comunidade gay, a galera ainda reprime por ser preta. Então, é muito difícil ter autoestima. Não sei de onde tirei essa força, mas estou aqui lutando sempre e fico muito feliz de hoje em dia, de alguma forma, inspirar uma nova geração que vem sem essas questões que eu cresci tanto.”
Fã incansável de Britney Spears, Lia comenta que não para de escutar a artista norte-americana. “Por mais que ela não lança nada por anos, ela está sempre na minha playlist.” E mesmo com a dona dos hits Toxic e Oops, I Did It Again tocando nos ouvidos, a drag queen mantém sua atribulada agenda para entregar a segunda parte de seu álbum, que segundo a cantora terá muitas vertentes do funk e que o público pode esperar featuring grandiosos, sendo duas parcerias icônicas para a história do funk já confirmadas para o projeto.
Para o The Town, Lia tenta manter o mistério de como será o show, mas entrega: “Estamos estruturando um show totalmente novo, que eu nunca experimentei antes, mas vai ser um passo a mais na minha carreira”, promete.
A seguir, assista ao clipe de Sereia, com Lia Clark e Pabllo Vittar.