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Morre Alexander Soljenítsin, símbolo de resistência na URSS

No Estadão:Morreu ontem, aos 89 anos, o escritor russo Alexander Soljenítsin, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1970 e conhecido por suas ferozes críticas ao regime soviético – e em especial às prisões e aos campos de trabalhos forçados em que eram confinados os dissidentes, denunciados em sua célebre obra Arquipélago Gulag. De acordo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h10 - Publicado em 4 ago 2008, 06h55
No Estadão:
Morreu ontem, aos 89 anos, o escritor russo Alexander Soljenítsin, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1970 e conhecido por suas ferozes críticas ao regime soviético – e em especial às prisões e aos campos de trabalhos forçados em que eram confinados os dissidentes, denunciados em sua célebre obra Arquipélago Gulag. De acordo com o seu filho Stephan, Soljenítsin morreu de insuficiência cardíaca aguda às 23h45 de Moscou (16h45 de Brasília). Ele era considerado o maior escritor russo vivo.
Nos últimos anos o autor, já muito debilitado, não aparecia mais em público. Raras imagens captadas pela TV russa o mostravam numa cadeira de rodas recebendo convidados em sua casa nos subúrbios de Moscou. O presidente russo, Dimitri Medvedev, transmitiu suas condolências à família.
Nascido em 1918, Soljenítsin formou-se em matemática, mas sua paixão sempre foi a literatura. Ele serviu no Exército soviético durante a 2ª Guerra até ser preso, em 1945, por criticar o modo como o ditador Josef Stalin conduziu o conflito. As críticas renderam-lhe uma década na prisão (período no qual enfrentou e venceu um câncer) e em campos de trabalhos forçados na Sibéria – experiências que marcariam suas obras.
Ele começou a tornar-se um escritor conhecido em 1962, com Um dia na vida de Ivan Denisovich, novela baseada em sua vivência em campos de trabalho forçados – e sua única obra publicada em sua terra natal durante o regime soviético, por ordem do então líder Nikita Kruchev, ansioso em denunciar os abusos de Stalin. Com a queda de Kruchev, em 1964, Soljenítsin voltou a ser perseguido.
Em 1970, ele ganhou o Prêmio Nobel de Literatura por uma série de livros publicados no exterior, como O Primeiro Círculo e O Pavilhão de Cancerosos. Em O Primeiro Círculo, Soljenítsin descreve três dias na vida dos prisioneiros de Mavrino, “prisão especial” criada numa propriedade rural perto de Moscou logo depois da 2.ª Guerra. O título é uma referência à Divina Comédia, de Dante Alighieri, e seus círculos concêntricos do inferno.
O vencedor do Nobel, porém, recusou-se a receber o prêmio em Estocolmo com medo de ser proibido de voltar para casa. Em 1973, publicou em Paris sua obra mais conhecida, Arquipélago Gulag – um relato minucioso em 1.800 páginas dos campos de trabalhos forçados. Por causa das denúncias contidas no livro, Soljenítsin foi considerado um “traidor” pelo regime, teve sua cidadania suspensa e acabou expulso da URSS em 1974. Do exílio – ele morou na Suíça e nos EUA, onde viveu 18 anos recluso no interior de Vermont – o escritor tornou-se um ícone da resistência ao regime soviético. E um crítico mordaz da cultura ocidental, que ele chamava de “decadente”.
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