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OS TESTAMENTOS – MARGARET ATWOOD | RESENHA

OS TESTAMENTOS – MARGARET ATWOOD | RESENHA

OS TESTAMENTOS – Em algum momento você já deve ter escutado falar sobre “O Conto da Aia“. Pois é, a distopia não muito distante, que trata sobre a criação de um governo totalitário e teocrático onde as mulheres perderam todos os seus direitos! Ela teve enfim no ano passado, após os 35 anos lançamento do primeiro livro, a sua aguardada e necessária continuação. Bem, não vou mentir, eu tive medo… Mas, “Os Testamentos”, aborda dessa vez uma outra camada de mulheres que não foram representadas no primeiro livro e por isso é tão fascinante e instigante para leitura. Sério, Margaret, eu te amo muito!

Os Testamentos

 

Autoria:
Margaret Atwood

Editora:
Rocco

Ano de lançamento:
2019

Gênero:
Distopia, Ficção Científica

Páginas (nº):
448
Classificação indicativa:+16 anos Gatilhos/Aviso de Conteúdo: Queerfobia; Misoginia (tema central); Escravidão; Racismo e antissemitismo; Estupro, agressão sexual e poligamia não consensual; Violência doméstica; Depressão e suicídio; Gravidez forçada e aborto espontâneo;

Fica muito difícil falar sobre história, sem dar algum spoiler, então não estranhe se essa resenha parecer superficial. É intencional. Em “Os Testamentos” acompanhamos novamente o governo teocrático e totalitário de Gilead, porém 15 anos após os acontecimentos do primeiro livro. Ou seja, Gilead ainda existe! Desesperador, né?!

Em “O Conto da Aia” nós conhecemos como tudo começou, principalmente para a classe das aias. O livro detalha muito bem como estas eram escolhidas, as punições, deveres e faltas de perspectiva. No entanto, o livro fala também sobre a estrutura de Gilead, as econofamílias, os comandantes, as marthas, “o olho”, as colônias de punições e as Tias.

OS TESTAMENTOS - MARGARET ATWOOD

RESENHA DO LIVRO OS TESTAMENTOS DE MARGARET ATWOOD

Vemos os planos sendo começados a entrar em prática e a resistência das mulheres frente às mudanças. Entendemos as camadas de controle propostas com a proibição da escrita e leitura, as definições dos preceitos religiosos distorcidos e a punição imediata a todos que ameaçam qualquer resistência. Vou deixar o link da minha resenha do primeiro livro aqui, pois nela detalho várias partes de Gilead.

Mas em “Os Testamentos” 15 anos já se passaram… As normas e “mandamentos” já se tornaram hábitos inquestionáveis, e uma nova geração que só conhece aquele lugar como verdade está surgindo. Meninas que foram criadas naquele regime, mulheres forçadas aceitar seu destino e homens cada vez mais seguros das impunidades de suas atitudes.

Ainda assim, ao olhar este governo bem de perto, vemos rachaduras! E o livro dessa vez não traz a visão de uma só personagem. Ele faz o paralelo entre três figuras diretamente envolvidas com Gilead, que terão suas histórias cruzadas em algum momento. São elas: uma tia, que participou da instauração do governo de Gilead; a filha de um importante Comandante, que cresceu em Gilead; e uma adolescente do Canadá que cresceu ouvindo as histórias horrendas do país vizinho e participa de manifestações contrárias ao governo.

OS TESTAMENTOS - MARGARET ATWOOD

Tenho muitas distopias para te indicar!

EM FORMATO DE DEPOIMENTOS, CONSEGUE SER LEVE, APESAR DO TEMA

Logo, perceba que terão voz as pessoas menos abordadas na história até agora e, digo por mim, fonte de grande curiosidade: as Tias e as filhas dos comandantes. A narrativa é feita em formato de depoimentos, e ao contrário de “O Conto da Aia” consegue ser bem mais leve e envolvente. Muita gente diz ter dificuldade com a quantidade de conteúdo e a linguagem do primeiro livro, então talvez tenha mais facilidade agora. Apesar de que é importante ressaltar que muita coisa pesada ainda é relatada aqui!

Honestamente, eu sempre quis saber sobre as Tias. Definidas como más, severas e alienadas, participantes da criação das regras, é muito importante ver como tudo começou para elas. O que elas eram antes, como foram escolhidas, como é viver em Ardua Hall (onde todas moram juntas) e como é ser a única classe de mulheres cultas (podem ler e escrever) e “com poder” em Gilead.

Consequentemente também é interessante ver a relação destas com as filhas dos Comandantes, visto que são suas professoras. E, claro, como essas filhas se comportam. Elas são o reflexo da nova sociedade, o resultado. Algumas são filhas roubadas das aias, outras nasceram das cerimônias com os comandantes, outras são das próprias esposas, são das econofamílias… Isso seria uma diferença? Seja para elas, para a sociedade, para o convívio?

Bom, o que eu tenho a dizer é que foi fantástico dar este salto no tempo e ver tudo o que aconteceu. A história das três personagens se une de uma forma muito especial e importante, sendo impossível não se envolver e até se emocionar. É um outro lado completamente diferente e ao mesmo tempo complementar de “O Conto da Aia”.

Resenha Do Livro Os Testamentos De Margaret Atwood

ACREDITO SER IMPORTANTE LER O CONTO DA AIA PRIMEIRO

E se a sua dúvida for por não ter lido o primeiro livro, o que eu digo é o seguinte, eu aconselho a ler! O importante deste primeiro livro é como ele ambiente o leitor nos aspectos de funcionamento de Gilead, econômicos e sociais, sem focar só nas aias. Maaaas se você não tiver lido, porém, assistindo a série, vai entender perfeitamente bem.

Inclusive, se eu for te dar um conselho mesmo, eu acredito que seja bem interessante assistir a série antes deste livro de uma forma ou de outra. Isso porque a Margaret Atwood participa da produção da série, e alguns fatos que já extrapolam a história contada no primeiro livro são bem importantes para o desenrolar de “Os Testamentos“. Acredito ainda, que a série deva chegar nele…

Então é isso, a edição é linda e apresenta em sua capa uma mulher com a roupa igual a das aias, só que em verde fluorescente. Não vou dizer quem é ela, mas já adianto que, assim como vermelho chamativo da aia, esse verde também serve para demonstrar “pertencimento a alguém”.

E fique com a palavra de Margaret Atwood. Livros como “O Conto da Aia” e “Os Testamentos” não devem e nem podem ser levados apenas como distopias e ficção. Em tempos nacionais e mundiais nebulosos em que vivemos, nunca se esqueça que conhecimento é poder. Não permita que tirem isso de você!

Comente este post!

  • Yasmine Evaristo

    Sua resenha só me deu mais vontade de ler os livros e também de voltar a assistir a série. Abraços.

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  • Leticia Rodrigues

    gosto da ideia da segunda obra ser mais acessível ainda mais levando em conta o conteudo importante que se trata, mas fico refletindo se isso também não reduz o impacto e peso dessa história e de como ela é uma possibilidade mais proxima do real do que acreditamos. adoro a escrita de atwood apesar de saber que não é de mais fáceis e já quero muito esse livro,

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  • Maisa Gonçalves

    Karina, adorei a resenha. O livro está na minha whislist desde o início, mas estava com medo de quais caminhos a autora buscaria, o que poderia comprometer a experiência com O conto da Aia. Mas, já vi que posso ler tranquila!

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  • Letícia Guedes

    É, acho que já passou da hora de eu tomar vergonha na cara e ler/assistir O Conto da Aia. Já tenho ele há um bom tempo, mas faltava a sua resenha para me dar o pontapé inicial. Fiquei bastante curiosa com Os Testamentos, então quero ler o primeiro logo para poder avançar pra esse. Distopias, principalmente essas que se conectam de forma assustadora com a nossa realidade, sempre me fascinam. Abs!

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  • Debora Sapphire

    Toda vez em que eu vejo ou leio algo mencionando esse livro de ” O Conto da Aia”, fico instigada a conhecer na íntegra. Porque o enredo levanta problemáticas excelentes e de suma importância através dessa representatividade presente na trama bem construída. Portanto, gostei muito de saber desse outro livro da autora, onde aborda uma outra camada de mulheres que não foram representadas no primeiro livro! Eu também acho super fascinante e instigante para leitura. Preciso conhecer a escrita da Margaret!

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  • Débora Vicente

    Olha o gatilho de leitura de leitura como vem kkkkk. Eu estou doida pra começar a ler, só que tô sem muito tempo atualmente, mas assim que eu tiver com certeza eu vou ler

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  • Erika Monteiro

    Oi Karina, tudo bem? Lembro até hoje quando conheci a série The handmaid’s tale e fiquei impressionada com a história. Na época não sabia que era baseada no livro da Margaret. Mas depois fui atrás para saber mais detalhes. As primeiras distopias mais “recentes” que tive contato foram Divergente/Jogos Vorazes. Antes disso não tinha costume de ler, sempre fui mais fã de policial/thriller. Mas hoje já diversifico. Ainda não tive oportunidade de ler a obra mas pela série dá para termos ideia do quanto as Aias sofrem com o novo sistema. Dá até um frio na barriga pensar que algo semelhante poderia acontecer na vida real. É uma reflexão que permite muitas discussões. Um abraço, Érika =^.^=

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  • Lucas buchinger

    Umas das metas para esse ano é ler o conto da Aia, e logo depois ler esse. Parece ser uma história tão boa que trás diversos questionamentos que eu não vejo a hoje de ler para poder assistir a série. Parabéns pelo post, ficou MUITO bom!

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  • Valéria

    Eu ainda tô lendo O conto da aia, apesar de tanta expectativa que eu criei, até o momento o feeling não veio ahhaha talvez não esteja na vibe dele. Mas quero dar continuidade ao livro e inclusive, ler essa sequência… Qnd concluir o primeiro, verei a série e já corro pra esse aqui..
    Küss

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  • RENATA CRISTINA SILVA AVILA

    Karina, primeiro quero agradecer por linkar o video no final do texto, assiste e nao conseguira parar de ver todos os videos do assunto hahah

    Eu demorei muito para ler o conto da aia, porque não estava pronta pra leitura e acho que foi a melhor decisão que tomei.
    O livro é muito forte, denso e com questionamentos bem profundos.
    Pelo que li na sua resenha, mesmo apos tantos anos os testamentos, conseguiu manter a mesma linha e a margaret nao nos decepcionou

    Jaja termino e começo a ler “os testamentos”

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