Bebê Rena: quem é Fiona Harvey que pediu para ser identificada como a stalker ‘Martha’

Série foi lançada em abril, mas mulher apontada como a 'Martha da vida real' se pronunciou sobre a série há poucos dias; Fiona Harvey diz que criador mentiu

Desde que foi lançada, a série Bebê Rena (Baby Reindeer) surpreendeu o público em vários cantos do mundo. A produção, que conta a história de Richard Gadd e sua perseguidora ‘Martha’, ganhou um novo desdobramento nos últimos dias depois que a suposta stalker da vida real pediu para sair do anonimato.

Fotomontagem tem duas fotos. À esquerda, uma mulher branca com fundo de pele rosa com a boca aberta como se estivesse falando. Ela tem cabelos pretos e curtos na altura dos ombros e uma franjinha na testa. Ela usa blusa estampada e blazer amarelo claro. Na foto à esquerda uma mulher branca, gorda, de cabelos castanhos claros e curtos na altura dos ombros sorri enquanto está sentada em um banco de bar. Ela usa blusa rosa claro, um relógio preto de tiras finas e o fundo aparece desfocado. Fotomontagem é usada para ilustrar matéria sobre a série Bebê RenaFiona Harvey afirmou que quer ser identificada como Martha, que inspirou a série – Foto: Reprodução/ND

A saga começou quando Richard Gadd que é o criador, produtor, roteirista e também o protagonista da série Bebê Rena escolheu nomes fictícios para representar as pessoas que conviveram com ele nos momentos retratados na telinha.

A estratégia, no entanto, começou a desandar quando o público passou a se dedicar a descobrir a real identidade da mulher apontada como a stalker de Gadd.

Na quinta-feira (9), Fiona Harvey, que se identificou como sendo a verdadeira Martha, falou pela primeira vez sobre a série em entrevista ao apresentador Piers Morgan. Dias antes, ela pediu ao jornal escocês Daily Record para ser nomeada e identificada – já que os veículos não a citavam.

“Os detetives da internet me perseguiram e me fizeram ameaças de morte. Então, não foi realmente uma escolha, fui forçada a esta situação”, disse Harvey ao ser questionada sobre se pronunciar.

Fiona afirmou durante a entrevista que não acompanhou à série e que “ficaria doente” caso assistisse: “já está dominando o suficiente minha vida. Eu acho isso bastante obsceno, acho isso horrível, misógino”, completou.

A advogada disse que descobriu sobre a série há cerca de cinco anos – momento em que a produção existia apenas no formato teatro – mas que nunca chegou a cogitar a possibilidade de que o enredo fosse sobre ela, já que chegou a ver Richard só “duas ou três vezes”.

Cartaz da série Bebê Rena. Imagem mostra mulher branca e gorda com as mãos unidas como se estivesse rezando, em frente a um copo virado para baixo com um homem dentro. O homem é branco, tem cabelos escuros e curtos, segura uma das mãos no vidro do copo enquanto usa camisa azul e calça pretaCartaz divulgação mostra Martha ‘protegendo’ Donny, o bebê rena – Foto: Divulgação

Fiona acusou Gadd de ter “problemas psiquiátricos extremos” e que a série não passa de um conteúdo de ficção.

“Absolutamente horrível. Eu não pude acreditar que ele tinha feito isso e tanto tempo depois do primeiro encontro. Estou falando de 10 a 12 anos atrás. É realmente horrível, eu não sabia em quem confiar”, desabafou.

Para a Netflix, streaming que lançou o roteiro, Richard contou que “nenhum enredo da série foi completamente inventado”. Apesar de Fiona ter negado persegui-lo, Gadd afirmou que ela chegou a mandar exatos 744 tweets, 41.071 emails, 46 mensagens no Facebook, 106 páginas de cartas e pelo menos 350 horas de mensagens de voz na caixa postal.

“Só há dois fatos verdadeiros: o nome dele é Richard Gadd e ele trabalhou como barman […] Por favor, me deixe em paz. Tenha uma vida, tenha um trabalho decente. Estou horrorizada com o que você fez!”, completou Fiona.

Fotomontagem mostra homem branco de cabelos grisalhos na foto à esquerda; ele usa camisa social branca e blazer azul escuro. Na foto à direita, mulher branca e gorda de cabelos curtos e franjinha de boca semiaberta como se estivesse falando. Os cabelos dela são pretos e ela usa blusa estampada com blazer amarelo claro por cimaFiona Harvey em entrevista sobre a série Bebê Rena – Foto: Youtube/Reprodução

Sobre a série Bebê Rena

Na série Bebê Rena, Richard vive o comediante Donny Dunn – que nada mais é do que ele mesmo – um jovem que enfrenta diversos obstáculos para conseguir uma carreira de sucesso no mundo artístico, mas tem como principal emprego a função de atendente em um pub em Londres.

A história ganha uma virada quando Martha (Jessica Gunning) entra no caminho de Donny. Ao chegar no bar, Martha se vende como uma grande advogada cheia de contatos importantes – mas que na realidade não possui dinheiro nem mesmo para pagar a própria bebida.

Foto mostra homem branco magro com barba e bigode sentado em banco usando um casaco amarelo com gola marrom. Ele tem cabelos curtos e castanhos escuros e no vidro atrás dele aparece um desenho de chifre de renaBebê Rena é uma produção da Netflix lançada em abril deste ano – Foto: Divulgação

Depois de oferecer um chá como cortesia da casa, o atendente – mesmo sem saber – alimenta o início de um vínculo nada convencional com sua perseguidora.

A série gerou grande repercussão justamente por contar episódios da história de Richard Gadd com a sua ‘stalker’. Na série ele explica que ela sempre enviava emails a ele com erros ortográficos em palavras simples e assinava ao final como se a mensagem tivesse sido mandada de um dispositivo iPhone – mesmo ela utilizando o computador.

Um dos grandes pontos da trama é o fato do protagonista, mesmo incomodado com a perseguição feita por Martha, se compadecer e considerá-la uma pessoa gentil.

De onde veio o nome ‘Bebê Rena’?

Além de sofrer com a perseguição da mulher na série, Donny também sofre episódios de abuso sexual de um roteirista com quem trabalhava na época, que o influencia ao consumo de drogas e excesso de álcool.

No último episódio, Donny ouve uma das inúmeras mensagens deixadas por Martha em sua caixa postal. Nela, a perseguidora conta o motivo de chamá-lo de ‘bebê rena’.

No áudio, Martha lembra que, quando era criança, ganhou uma rena bebê de pelúcia dos pais e sempre que eles brigavam, ela se apegava ao objeto como forma de conforto e que ele era uma espécie de companheiro dela em momentos difíceis.

Para Martha, Donny era igual ao brinquedo que ela tinha na infância, “fofo” e que inspirava segurança.

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