Nas últimas duas noites, auroras boreais pintaram os céus de Portugal e de várias cidades pelo mundo. O fenómeno deve-se a uma tempestade geomagnética de intensidade rara, uma das maiores dos últimos 20 anos.

O aviso de que na Terra se iriam sentir os efeitos de uma das tempestades mais severas de sempre partiu da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos da América (NOAA). Na quarta-feira, o organismo revelava que esta tempestade poderia interferir com as redes elétricas e comunicações do nosso planeta, mas também trazer um espetáculo de luzes em vários países por todo o mundo.

Uma das maiores tempestades eletromagnéticas registadas está a atingir a Terra

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As tempestades geomagnéticas são resultado de atividade nuclear na superfície solar, que emite partículas para o espaço. Quando essas partículas são arrastadas até à Terra criam perturbações no campo eletromagnético do planeta. Acontece numa altura em que o Sol está a atravessar um período de elevada atividade, o chamado máximo de atividade solar, um processo cíclico que se verifica a cada 11 anos.

A tempestade geomagnética, a mais forte desde a que, em 2003, criou cortes de energia na Suécia e danificou transformadores na África do Sul, atingiu o seu pico na sexta-feira, mas prolongou-se durante este fim de semana. Permitiu que fossem vistas auroras boreais em países como os Estados Unidos, Rússia e China. Pela Europa foram também visíveis no Reino Unido, Irlanda, Países Baixos, bem como em Portugal e Espanha, apesar de ser tão raro vê-las em latitudes tão baixas.