“A água é o princípio de todas as coisas”, esta é uma das máximas do filósofo, matemático e cientista Tales de Mileto.
Nascido em Mileto, próspera colônia grega localizada na Ásia Menor, Tales foi um dos “Sete Sábios da Grécia”. Considerado por Aristóteles como o primeiro filósofo, Tales de Mileto é um dos integrantes mais importantes do período Pré-Socrático.
Rompendo com os moldes mitológicos de explicação do mundo, Tales de Mileto apostou na busca por respostas racionais acerca de questões da existência e de fenômenos naturais.
Tendo como princípio fundamental a observação atenta da natureza como base para a explicação das inquietações filosóficas da época, Tales de Mileto fundou a Escola Jônica.
Os filósofos pertencentes a essa escola ficaram conhecidos como “filósofos da natureza”.
A Escola de Mileto, por sua vez, foi fundada após uma viagem de Tales ao Egito, de modo que, daquele lugar, o filósofo pode trazer para Mileto a ciência da Geometria. Anaximandro e Anaxímenes foram outros integrantes dessa escola.
Embora possuíssem diferentes filosofias - enquanto Anaxímenes defendia que o ar era a substância básica da existência, Anaximandro acreditava em uma energia vital a qual denominou apeiron -, a Escola de Mileto reuniu pensadores do século VI a.C. que acreditavam que matéria e vida são inseparáveis.
Esta teoria que os reuniu ficou conhecida como Hilozoísmo (do grego hyle, matéria; e zoe, vida).
Teorias formuladas por Tales de Mileto também contribuíram para outras disciplinas, como a Matemática.
Em uma viagem para o Egito – a mesma que depois daria origem à Escola de Mileto -, Tales conseguiu calcular a altura da pirâmide Quéops, com base na sombra que ela projetava.
O experimento deu origem ao Teorema de Tales, que relaciona segmentos correspondentes de retas transversais a eixos de retas paralelas. Também pode ser aplicado em Triângulos.
A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.
(NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999)
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?