Novo tipo de plástico desaparece quando você não precisar mais dele | Ciência | Galileu

Por Redação Galileu

Uma pesquisa publicada na edição de abril da Nature Communications descreve um tipo de bioplástico que pode ajudar a reduzir prejuízos ambientais. Desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, o novo material tem capacidade de biodegradação devido aos esporos bacterianos que estão no seu interior.

Trata-se de uma forma biodegradável de poliuretano termoplástico (TPU), um plástico macio, além de durável, usado em calçados, tapetes, almofadas e espumas viscoelásticas. O novo plástico combina esporos bacterianos de uma cepa Bacillus subtilis com TPU.

TPU (esquerda) e os esporos bacterianos de Bacillus subtilis (direita). — Foto: David Baillot/Escola de Engenharia da Universidade da Califórnia San Diego
TPU (esquerda) e os esporos bacterianos de Bacillus subtilis (direita). — Foto: David Baillot/Escola de Engenharia da Universidade da Califórnia San Diego

Os esporos bacterianos, quando são expostos aos nutrientes dos compostos de TPU, germinam e decompõem o material ao final de seu ciclo de vida. Essas bactérias tiveram que ser projetadas para serem capazes de sobreviver a temperaturas altas envolvidas na produção de plástico.

Logo, os esporos foram expostos a níveis crescentes de calor e a equipe de pesquisa descobriu que as bactérias poderiam lidar com temperaturas de 135°C — o que era necessário para misturar os esporos bacterianos e o TPU.

Outros estudos já tentaram encontrar maneiras de degradar plásticos, recorrendo a enzimas bacterianas, fungos de solo e montes de compostagem. O novo material, no entanto, precisa apenas de esporos bacterianos dentro dele, reativados com alguns nutrientes e umidade para começar a se decompor.

“É provável que a maioria desses plásticos não acabe em instalações de compostagem microbiana rica. Portanto, essa capacidade de autodegradação num ambiente livre de micróbios torna a nossa tecnologia mais versátil”, disse o líder da equipe, Jon Pokorski, cientista de polímeros da Universidade de San Diego, em comunicado.

A bactéria escolhida já foi associada à decomposição de plástico, podendo sobreviver em estado de dormência sem os suprimentos habituais de alimento e energia. Um das etapas da pesquisa foi testar a taxa de degradação do novo plástico.

Como resultado, em condições ideias de compostagem — que despertam as bactérias do seu estado dormente —, 90% do plástico desapareceu em cinco meses. Além disso, sinais positivos de degradação também poderiam ocorrer em condições menos ideais.

A pesquisa demonstra que, nem todos os plásticos de compostagem se decompõem conforme anunciado. A degradação em condições não ideais pode ser fundamental, caso ele seja desenvolvido comercialmente, quando se trata do descarte de plástico.

Descobriu-se ainda que os esporos bacterianos tornaram o material cerca de 30% mais resistente e aumentaram sua elasticidade. “Ambas as propriedades são bastante melhoradas apenas com a adição dos esporos”, relatou Pokorski. “Isso é ótimo porque a adição de esporos leva as propriedades mecânicas além das limitações conhecidas, onde anteriormente havia um compromisso entre resistência à tração e elasticidade."

O estudo abre as portas para que outros, no futuro, possam experimentar diferentes combinações de plásticos e bactérias, a fim de ampliar todo o processo, já que muitos pesquisadores estão tentando fabricar plásticos que não sejam feitos de combustíveis fósseis, como o petróleo e seus derivados.

“Existem muitos tipos diferentes de plásticos comerciais que acabam no meio ambiente – o TPU é apenas um deles”, afirmou Adam Feist, bioengenheiro da Universidade de San Diego. “Um dos nossos próximos passos é ampliar o escopo de materiais biodegradáveis ​​que podemos fabricar com esta tecnologia."

Mais recente Próxima Dormir não ajuda na eliminação de toxinas do cérebro, sugere estudo
Mais de Galileu

Paciente, que chegou a ir ao hospital sete vezes antes do diagnóstico, apresentava sintomas clássicos de embriaguez com recorrência, mesmo sem beber

Devido à síndrome rara, mulher fica bêbada no Canadá sem consumir álcool

Rodrigo Paiva, professor da UFRGS, indicou em ação de acompanhamento das precipitações no Guaíba o risco máximo de inundação dias antes das enchentes acontecerem

Rotina da tragédia anunciada: o trabalho de um hidrólogo nas cheias do RS

DNA desenrolado da samambaia "Tmesipteris oblanceolata" mede mais de 106 metros e é maior do que a torre onde fica o Big Ben, em Londres; saiba mais

Esta pequena (e rara) planta é o ser vivo com o maior genoma do mundo

Causa da morte dos animais ainda não foi identificada, mas análises preliminares indicam similaridade do caso com descobertas arqueológicas em outras regiões francesas

Cavalos de 2 mil anos na França podem ter sido parte de ritual de sacrifício

Neste mês, observadores do céu terão uma visão magnífica da Via Láctea, na direção da constelação de Sagitário; confira o calendário de eventos astronômicos

Junho traz solstício, além de noites longas e estreladas; saiba mais

Estudo utilizou técnica de aproximação facial e conseguiu gerar imagens de como o governante egípcio teria sido tanto em vida quanto logo após o seu brutal assassinato

Brasileiro recria face do faraó egípcio Seqenenre-Taa-II a partir de múmia

Sacrifícios teriam sido a base da construção do edifício da realeza erguido com sangue e trigo; estrutura fica em área considerada patrimônio mundial pela UNESCO

Cientistas detectam sangue humano nas paredes de palácio de rei africano

Lista reúne produtos como lapiseiras, mousepad, canetas, lápis e post-its para abastecer o estoque do escritório ou da sala de estudos; valores estão a partir de R$ 3

Up no escritório: materiais de papelaria com até 78% de desconto na Amazon

O padrão de beleza da Era Regêncial inglesa, período histórico retratado na série da Netlix, prezava principalmente pela naturalidade e a limpeza; entenda

"Bridgerton": como eram os truques de beleza femininos do século 17?

Øyvind Tveitane inicialmente pensou que a peça de ferro era lixo, mas depois descobriu que era um item antigo em bom estado de conservação, conforme destacado por especialistas

Agricultor encontra espada viking rara em fazenda na Noruega