Vítima de complicações de saúde decorrentes da Aids, o ator norte-americano Anthony Perkins, famoso por sua atuação como Norman Bates, em Psicose, morre em Los Angeles, aos 60 anos, em 12 de setembro de 1992.
Nascido em 1932, ano em que seu pai Osgood Perkins atuou em Scarface, filme de maior sucesso de sua carreira. Cinco anos depois, seu pai morreu e Anthony passou a ser criado pela mãe, a quem ele mesmo definiu como uma pessoa possessiva e problemática.
Mais tarde, no período em que estudava no Rollins Colege, na Flórida, Perkins participou de diversos shows, como “My Sister Eileen” e “Goodbye My Fancy“. Subiu ao palco pela primeira vez aos 14 anos. Em 1953, seguiu para Hollywood, onde estreou no cinema no mesmo ano com o filme “Papai Não Quer”, dirigido por George Cukor. Conseguiu depois um papel coadjuvante no filme “A Atriz” também dirigido por Cukor.
Apesar das críticas favoráveis recebidas por seu desempenho, ele só voltou a receber um novo convite para atuar no cinema três anos depois, quando da realização do filme de William Wyler, “Sublime tentação”.
Durante esse período de espera, no entanto, participou de mais de dez episódios de séries televisivas. Por sua ótima atuação em Sublime Tentação, Perkins foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, perdendo a estatueta para Anthony Quinn por seu desempenho em Sede de Viver.
Entre 1957 e 1960, teve a oportunidade de apresentar outras aclamadas interpretações no cinema e na Broadway. Em 1960, estrelou Psicose, de Alfred Hitchcock, ao lado de Janet Leigh e Vera Miles. Muitos críticos acharam à época que ele merecia ter ganho o Oscar por sua magnífica interpretação, mas não chegou nem a ser indicado ao famoso prêmio.
NULL
NULL
Wikimedia Commons
Apesar disso, entrou para a galeria dos grandes nomes de Hollywood ao interpretar o serial killer Norman Bates.
A partir de Psicose passou a interpretar somente personagens neuróticos ou atormentados, com grandes problemas psicológicos como em Crimes de Paixão, de 1984, ou Dr. Jekyll e Mr. Hyde de 1989.
Entre 1962 e 1971, Perkins desenvolveu uma bela carreira na Europa, tendo oportunidade de atuar sob a direção de cineastas do porte de Claude Chabrol, André Cayate, René Clement, Anatole Litvak, Jules Dassin, Orson Welles, Edouard Molinaro, entre outros.
De volta aos Estados Unidos, continuou sua brilhante carreira. Dando continuidade ao famoso “Psicose”, de Hitchcock, Perkins estrelou em 1983, Psicose II, de Richard Franklin; em 1986, Psicose III, por ele próprio dirigido, e em 1990, para a televisão, Psicose IV – O Começo, de Mick Garris.
Em 1973, co-escreveu o roteiro de O Fim de Sheila, juntamente com Stephen Sondheim, tendo sido agraciado com o Prêmio Edgar Allan Poe. Em 1974, apareceu na Broadway ao lado de Mia Farrow, na peça Romantic Comedy, de Bernard Slade.
Perkins era bissexual, tendo tido casos com o ator Tab Hunter, com o bailarino Rudolf Nureyev e com o dançarino-coreógrafo Grover Dale, com quem teve um relacionamento de seis anos, antes de se casar com Berry Berenson. De sua união com Berry, teve dois filhos: Osgood, que seguiu a carreira de ator, e Elvis Perkins, que se tornou músico. Ele afirmou, certa vez, ter sido exclusivamente homossexual até próximo de seus 40 anos, quando conheceu a atriz Victoria Principal.
Wikimedia Commons
Cenário do filme Psicose onde se localiza o Hotel dos Bates
Diagnosticado com Aids em 1989, manteve sua doença em segredo e continuou a trabalhar até o fim. No ano de sua morte participou de dois filmes, sendo um para a televisão.
Também nesse dia:
1936 – Nascia a Rádio Nacional do Rio de Janeiro
1943 – Comando nazista liberta Mussolini de prisão na Itália