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Felipe, o rei triste e cansado, que vive dividido entre a coroa e o coração - The Mag - FLASH!
Felipe, o rei triste e cansado, que vive dividido entre a coroa e o coração
Nasceu com o designío de vir a ser rei de Espanha. Foi criado e educado para assumir esse lugar. Mas ninguém o preparou para o que esperava. O monarca vive dias interiormente muito tumultuosos. Tão tumultuosos que já lhe passou pela cabeça desistir. Mas não consegue. O dever fala mais alto. É um patriota e ama o seu país acima de tudo. Só que esse amor - e outros mais - estão a destrui-lo aos poucos.
Quando subiu ao trono no dia 19 de junho de 2014 - já lá vão, portanto, quase nove anos - Felipe assumia a função para o qual foi preparado ao longo de toda a sua vida. Tinha sonhos, projetos, planos e, sobretudo, acreditava. Acreditava que ao lado de Letizia era capaz de fazer esquecer todos os escândalos que estavam a manchar o nome da monarquia - especialmente por culpa de Iñaki Urdangarin e de Juan Carlos - e que levaria a cabo um reinado moderno e à altura das necessidades dos espanhóis. Mas as boas intenções do rei revelam-se cada vez mais difíceis de concretizar. O fardo é, pouco a pouco, mais pesado e já há quem acuse o filho dos reis eméritos, Juan Carlos e Sofia, de ser "fraco" e ter uma "personalidade triste".
Felipe não sai bem quando é comparado ao pai no que toca a iniciativa, pulso e coragem governativa. "Juan Carlos I chegou à chefia do Estado em circunstâncias muito diferentes e a sua capacidade de manobra no mundo político era maior. Tinha uma personalidade diferente, mais ousado, que foi bom para enfrentar problemas mas que acabou por levá-lo a um final pouco brilhante", escreveu Ana Romero, jornalista do 'El Español' especializada em assuntos da realeza. Já sobre Felipe VI, disse ter "uma personalidade mais triste", que está consciente dos defeitos da Constituição, "mas é a que existe e vai cumpri-la".
Embora menos ousado e menos destemido que o seu antecessor, o atual rei de Espanha ganha largamente na comparação ao pai em relação à integridade. O caráter de Felipe é inquestionável. Enquanto o emérito era um mulherengo incorrigível que traiu a mulher ao longo de todo o casamento, o filho apenas tem olhos para Letizia. A paixão pela mulher é imensa e mesmo perante as mais recentes crises conjugais - já lá vamos - o monarca nunca foi apanhado em qualquer situação menos respeitosa para com a mãe das suas filhas. Além disso, leva uma vida discreta, sem grandes luxos ou gastos disparatados, como aconteceu com o pai. Além do mais, Felipe é honesto e difícilmente será relacionado em crimes de fraudes fiscais e crimes de branqueamento de capitais.
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A festa da coroação de Felipe e Letizia
Ao contrário do que aconteceu com Juan Carlos, que se julgou intocável e que pensava acima da lei, Felipe tem consciência de que não pode falhar. Os seus atos são fortemente vigiados. Sabe que nada lhe será perdoado e que qualquer erro não só porá em risco o seu reinado como o reinado da sua filha, a princesa Leonor. Um único deslize e deitará tudo a perder. Um só descuído e isso poderá representar o fim da monarquia. Letizia tem-se revelado a mais zelosa vigilante da conduta do marido. Ela quer tanto que a filha seja rainha que não permite qualquer incorreção por parte do marido. É verdadeiramente obscecada com a integridade. O seu medo de que a monarquia possa cair [o que não deixa de ser estranho vindo de alguém que sempre defendeu os ideais republicanos] que às vezes cai em exageros incompreensíveis. Mas a antiga jornalista não quer que alguém tenha alguma coisa a apontar-lhes. Nunca!
Juan Carlos não quer filho casado com Letizia
AS GUERRAS DE FAMÍLIA
Mas a par de tudo isto - e voltando a Felipe - o rei vê-se enredado em guerras familiares que parecem nunca mais ter fim. Enredos esses que o têm o colocado perante difíceis dilemas. Nos últimos tempos foi obrigado a fazer escolhas deveras espinhosas. Escolhas que acabam por deixar marcas profundas e muitas mágoas. A mais difícil de todas foi ter de renegar publicamente o seu pai. Foi sem dúvida o momento mais doloroso que o monarca teve de enfrentar. Virar costas a Juan Carlos depois dos sucessivos escândalos que envolvem o nome do rei emérito e podiam (e ainda podem) fazer perigrar a monarquia em Espanha, implicou um enorme sacríficio. Uma ferida que continua aberta, especialmente quando é obrigado a olhar nos olhos de Juan Carlos e percebe o quanto sofre longe de casa, num exílio forçado nos Emirados Árabes Unidos.
Jaime Peñafiel, jornalista e cronista de assuntos da realeza, revelou em abril de 2020 que o comunicado que Felipe VI se viu obrigado a fazer foi "obra" deLetiziaque viu nesta situação a oportunidade única de se livrar do sogro, o membro da família real que mais a enfrentou e afrontou. O rei emérito nunca escondeu que não gostava da nora e a nora vingou-se do sogro à custa do sofrimento e dos sentimentos de Felipe, acusa o amigo pessoal de Juan Carlos. "Tudo aponta que foi Letizia quem, numa acalorada e violenta discussão com Felipe, e numa total falta de respeito, o forçou, obrigou mesmo a romper definitivamente com o seu pai", escreveu Peñafiel na sua coluna de 'LOC'.
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Rei de Espanha deixa Letizia de boca aberta ao aventurar-se a tocar cajón numa praça
O PODER DE LETIZIA
O jornalista avançou ainda: "A rainha nem sequer recuou perante as lágrimas do marido nem quando ele tentou argumentar de forma razoável. Não há a menor dúvida, e segundo testemunhas, que Letizia saiu fortalecida desta crise. Felipe, é o grande derrotado". Concluiu Peñafiel: "No Palácio da Zarzuelanão há mais voz para além da dela que para além de rainha consorte o que realmente quer ser é rainha-mãe", conclui Jaime Peñafiel, que nunca escondeu a sua antipatia para com a ex-jornalista da TVE.
Com a rainha a ganhar força e a conseguir impôr-se, Felipe começou a ser alvo de muitas críticas. Vozes que se fazem ouvir perante a incapacidade do rei em impôr-se à mulher. Ainda no início deste ano, o monarca dava a imagem de um homem incapaz de resolver os muitos problemas que "corroem" a paz e harmonia familiar dos Borbón. Ele não terá coragem para pôr ordem nos pais, nas irmãs e nos sobrinhos. Quem o garantiu foi Pilar Eyre, uma conhecida jornalista catalã e especialista em assuntos da realeza, que explicou tudo na sua coluna na revista 'Lecturas'.
Família real espanhola junta no funeral de Isabel II
FAMÍLIA DESAVINDA Diz Eyre que a prova de quea família real de Espanha está "rota" ficou evidente no funeral de Constantino da Grécia, onde os Borbón se reuniram em peso, à excepção das duas filhas de Felipe e Letizia, a princesa Leonor e a infanta Sofia. "Rota, definitivamente rota, a Família Real está partida em duas. Os 10 [Juan Carlos, Sofia, a infanta Elena, Froilán, Victoria Federica, a infanta Cristina e Juan, Pablo, Miguel e Irene Urdangarin" estão desapartados. Cansaram-se de mendigar atenção e que Felipe e Letizia lhes respondam com indiferença e desprezo. É uma guerra de quatro [Felipe, Letizia, Leonor e Sofia] contra 10", opina a jornalista.
"As infantas Elena e Cristina foram a Atenas sem avisar o palácio da Zarzuela, como faz parte da cortesia real. Lá não se preocuparam nem em fingir uma relação amistosa com o irmão e com a cunhada. Próximas entre elas e frias com os reis de Espanha", analisou a jornalista que disse ainda que não haverá qualquer aproximação entre pai e filho. Juan Carlos respondeu com indiferença ao abraço pouco caloroso que o filho lhe foi obrigado a dar. Felipe terá, segundo a jornalista, saudando o pai como saudou a rainha que estava a seu lado, Noor de Jordania. Eyre não acredita em "reconciliações" entre os Borbón. Longe disso, diz ela. Cristina e Elena, por sua vez, não disfarçaram como se sentem desapontadas com o irmão que não as tem apoiado em nada. Pelo contrário, tem até ajudado a cavar um fosso ainda maior entre eles. Consideram-no um fraco e um incapaz, diz Pilar Eyre.
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As novas imagens da rainha de Espanha com a sogra não calam os rumores de tensão na família real.
CASAMENTO EM CRISE
Sentindo-se encurralado contra a espada e a parede, o rei de Espanha tenta contrariar a mulher. Chamá-la à razão. Convencê-la de que está na hora de esquecer a vingança contra os Borbón que a rainha quer levar até às últimas consequências. Quer que ela aceite abrir as portas do Palácio da Zarzuela às irmãos, aos sobrinhos e que concorde com o regresso de Juan Carlos a Espanha. Felipe entende que o pai está velho e doente e que está na hora de voltar a casa para poder morrer com dignidade na sua pátria. Mas Letizia não está pelos ajustes. Opõe-se às vontades do marido, sem perceber que isto não é um capricho do monarca, mas algo que lhe vem do coração.
As mais belas imagens do casamento de Felipe e Letizia
Perante esta intransigência da antiga jornalista da TVE a relação do casal vai-se deteriorando. Nunca como agora se falou tanto em crise conjugal. Há notícias de que os reis passam longas temporadas sem se falar. Haverá fortes discussões na Zarzuela. Uma situação que derruba Felipe. Sente-se sozinho e sem ter a quem recorrer. Com a família é o que se sabe. O pai está longe, as irmãs magoadas e a mãe desiludida com ele. Os amigos foram-se afastando depois de se ter casado com Letizia. Ela será a responsável por esse afastamento e ele permitiu que acontecesse. Agora, sofre as consequências da sua passividade. E sim, Felipe começa a dar sinais do seu cansaço, da sua tristeza e do seu isolamento.
