Em Origens do totalitarismo, publicado em 1951,Arendt discorreu com dor e indignação sobre os regimes totalitários de Adolf Hitler na Alemanha, derrubado pouco tempo antes, e de Ióssif Stálin na União Soviética, ainda vigente. Em Sobre a revolução, publicado doze anos depois, ela acenou com esperança a um futuro próximo, mas ainda invisívele desconhecido, a saber, a onda de movimentos não violentos que, desde meados dos anos 1970até a data de hoje, tem levado ao poder governos democráticos em dezenas de nações de todos os continentes. da Grécia à África do Sul, ao Chile, à Polônia e, finalmente, à própria União Soviética. Essas revoluções podem ser chamadas de "revoluções arendtianas", embora não no sentido em que as anteriores eram revoluções marxistas. Os novos revolucionários, salvo raras exceções notáveis. não estudaram Arendt como os marxistas haviam estudado Marx; mesmo assim, de certa maneira suas revoluções seguiram em larga medida caminhos que tinham sido inicialmente traçados pelo ll pensamento de Arendt. Sem ambições tvroleticas. ela se revelou uma twrofetisa.A história de seu percurso intelectual de um livm a outro lança certa luz sobre os acontecimentos involunlat'iannenla' previstos em Sobre a revolução. Todas essas revoluções UL'HI'I'('I'¡IIII. é claro, depois que Arendt escreveu a obra, e sugiro aos leitores que talvez prefiram ler o livro antes desta introdução, para evitar impressões prévias. que avancem (liretamente para o texto de Arendt e considerem estas páginas como um epílogo.