A lenda que envolve o superastro do basquete Michael Jordan, hexacampeão da NBA com o Chicago Bulls e bicampeão olímpico, foi resgatada e alimentada nesta semana com o lançamento do documentário "O Arremesso Final" ("The Last Dance", em inglês), na Netflix. A série, que terá dez episódios, estreou na segunda-feira (20) e se estenderá até maio, com divulgação de dois capítulos por semana.
Mas os números de Michael Jordan, hoje com 57 anos, e o gigantismo de suas conquistas são apenas uma parte de uma persona mais complexa, que é querida e atribulada, generosa e desafiadora, competitiva e eterna.
Veja abaixo dez curiosidades e fatos pouco conhecidos do maior jogador de basquete da história:
#10 - Além do histórico número 23, ele também vestiu 12 e 45
Jordan eternizou a camisa de número 23, usada inicialmente na Universidade de North Carolina e depois no Chicago Bulls. Mas o astro também usou, temporariamente, dois outros números em sua carreira na NBA.
A primeira vez que ele adotou outra numeração foi em 1990, em uma partida contra o Orlando Magic. Pouco antes de entrar em quadra, ele e o estafe dos Bulls perceberam que a sua de número 23 havia sido roubada. A solução foi jogar com a camisa 12, sem seu nome às costas. Problema? Problema nenhum! Jordan anotou 49 pontos no jogo, mas o time de Chicago perdeu na prorrogação.
Quando voltou da aposentadoria - e de sua passagem pelo beisebol -, em 1995, Jordan deixou a 23 de lado e passou a jogar com o número 45. Nas semifinais da Conferência Leste, contra o Orlando Magic, o ala do Magic Nick Anderson ironizou o astro dizendo que o número 45 não se parecia com o número 23. Orlando ainda venceria aquela série (4 a 2), mas Jordan retomou a camisa 23 e o hábito de demolir os rivais para conquistar três títulos nos anos seguintes.
#9 - Campeão de tudo
São raros os casos de atletas que conseguem ser fenômenos adolescentes e manter isso quando profissionais. Mais difícil ainda é ganhar o que vem pela frente ao longo de toda sua trajetória. Michael Jordan conseguiu isso.
Ele foi campeão universitário com North Carolina em 1982 (com uma vitória sobre Georgetown, de seu futuro rival de NBA, Patrick Ewing), campeão olímpico em Los Angeles 1984 - quando ainda estava entrando na NBA - e em Barcelona 1992 - com o inesquecível Dream Team original -, hexacampeão da NBA, ouro nos Jogos Pan-Americanos de Caracas, em 1983 e da Copa América de 1992.
Maiores atletas olímpicos: Michael Jordan
Só faltou, se é que faltou, um título mundial pelos Estados Unidos. Mas MJ não chegou a disputar o torneio.
Pouquíssimos outros conseguiram vitórias em Olimpíadas, NBA e NCAA: Magic Johnson, KC Jones, Bill Russell, Jerry Lucas, Clyde Lovellette e Quinn Buckner.
#8 - Doação para o 11 de setembro
Em 2001, Michael Jordan anunciou outro retorno à NBA. Daquela vez, a passagem foi menos inesquecível. Ele atuou pelo Washington Wizards e, como não estava mais no auge, não foi aquele trator contra os adversários.
Mas quem é rei nunca perde a majestade, e Jordan brilhou por outros motivos: ele doou seu salário anual inteiro para entidades assistenciais que ajudavam famílias de vítimas do atentado terrorista. O valor de doações de Jordan superou US$ 1 milhão, em valores da época.
#7 - Perfeito dos dois lados da quadra
Que Michael Jordan era uma máquina de fazer pontos, todos sabem. Agora, difícil é acreditar que ele era tão bom na defesa quanto no ataque. Mas era. O superastro foi o primeiro da história da NBA a ser eleito tanto o MVP quando o Melhor Jogador de Defesa de uma mesma temporada, em 1988. Depois dele, Hakeem Olajuwon conseguiu a mesma façanha em 1994.
Jordan ainda foi escolhido nove vezes para o primeiro time de defesa da NBA (entre 1988 e 1993, e depois de 1996 a 1998). Além disso, em três temporadas ele foi o maior ladrão de bolas da liga. Como comparação, ele foi o principal cestinha da NBA em dez temporadas.
#6 - Número aposentado pelo Miami Heat. Oi?
Obviamente, a camisa 23 de Michael Jordan foi aposentada pelo Chicago Bulls e pela Universidade de North Carolina, equipes pelas quais o superastro conquistou títulos importantes. Mas uma outra franquia da NBA também tirou o número de circulação para homenageá-lo.
Quem o fez foi o Miami Heat, que aposentou a camisa em abril de 2003, durante um dos últimos jogos de Jordan na liga - ele nunca atuou pelo time da Flórida. A iniciativa foi do então treinador e gerente-geral do Heat, Pat Riley, que quis prestar um tributo à grandeza de Jordan.
#5 - Medo de água
Michael Jordan é um daqueles seres inatingíveis, que parecem transcender seu tempo, mas também é humano e, por isso, repleto de fragilidades. Uma delas é o medo de água. Embora hoje controlado, ele prefere não andar em barcos e afins.
O motivo para o trauma foi uma situação que envolveu um episódio trágico ainda em sua infância. Ele viu um amigo se afogar e, tempos depois, quase se afogou.
#4 - Primeiro bilionário da NBA
Com tantos números incríveis, natural foi que Jordan acabasse sondado por patrocinadores. E assim foi ao longo de sua carreira. Os salários, valores de patrocínio e bônus por produtos licenciados fizeram com que ele se tornasse o primeiro jogador da NBA a se tornar bilionário.
Com tanto dinheiro em caixa, ele investiu na carreira de dirigente e, desde 2010, é proprietário do Charlotte Hornets. Seu patrimônio é estimado em cerca de US$ 3 bilhões.
#3 - Carreira obscura no beisebol
Outra paixão de Jordan foi o beisebol, em muito influenciada pelo pai, James. Em fevereiro de 1994, ele assinou um contrato com o Birmingham Barons, uma equipe das ligas menores ligada ao Chicago White Sox.
A passagem atraiu muita atenção da mídia e do público, mas Jordan não sobressaiu como fazia com a bola laranja. Pouco mais de um ano depois da assinatura do contrato, ele deixou a equipe. Quinze dias mais tarde, anunciou seu retorno à NBA, mais especificamente para o Chicago Bulls.
#2 - Shorts da universidade é talismã
Michael Jordan lançou moda na NBA com seus shorts de jogo longos, bem abaixo da linha dos joelhos. Mas muitos não sabiam que o motivo de querer usar bermudas tão grandes tinha um motivo.
Jordan colocava debaixo dos shorts dos Bulls um outro da Universidade de North Carolina, por onde passou e foi um fenômeno universitário, em todos os jogos. A tradição se estendeu por toda a carreira do astro. Mais tarde, a NBA delimitou o tamanho dos shorts dos jogadores.
#1 - Super-herói de desenho
Para muitos, Michael Jordan é um herói. Mas ele de fato encarnou um personagem sobre-humano em uma série animada chamada ProStars, na qual virou desenho ao lado de outros astros dos esportes dos EUA, como Wayne Gretzky e Bo Jackson.
Os três salvavam o mundo de malfeitores na animação, que durou duas temporadas no início dos anos 1990.
Veja também