Hannah Montana: O Filme - Cinema com Rapadura

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OPINIÃO   sábado, 13 de junho de 2009

Hannah Montana: O Filme

Baseado na série de TV lançada em 2006, “Hannah Montana: O Filme” é o segundo longa-metragem da série e mostra a vida de uma das artistas jovens de maior sucesso no mundo. Embora seja repleto de clichês e bobagens típicas de filmes do gênero, o filme não é de todo ruim.

Miley Stewart é uma jovem que precisa conciliar a escola, suas amizades e ainda sua personagem secreta pop star, Hannah Montana. Percebendo a grande mudança de personalidade de sua filha, o que está fazendo com que a mesma esteja esquecendo suas origens, o pai da menina decide levá-la para uma cidade do interior onde a ela passou boa parte da infância, o que provoca uma grande mudança na vida da jovem estrela que vai ter que reaprender a gostar de suas origens.

O diretor Peter Chelsom (“Escrito nas Estrelas”) até tenta dar um toque diferente ao filme, mas ele não consegue evitar os clichês, que chegam ao seu ápice nas 12 músicas inéditas prometidas aos fãs. Isso pode até atrair esse público que iria assistir a esse filme de qualquer jeito, mas afasta qualquer outro tipo de espectador que não está interessado em assistir a um show completo da artista. Isso também prejudica a história, uma vez que quando incorporadas as cenas, essas músicas retiram um pouco da seriedade que em muitas situações seria bem mais interessante.

Em um filme como esse, é quase impossível não falar dos clichês que estão presentes durante os 102 minutos do longa. É o galã que aparece do nada e salva a menina, são músicas que surgem o tempo todo até em cenas desnecessárias, são mudanças bruscas de comportamento em um curto espaço de tempo e muitos outros que se fosse destacar tomaria quase todo o espaço destinado a esta crítica. Essa ultilização de clichês não é sempre prejudicial, quando bem dosados podem proporcionar um bom resultado, uma vez que eles ajudam a dar ritmo ao filme. Esse é o ponto que mais prejudica o resultado dessa comédia teen.

Miley Cyrus consegue um razoável trabalho ao interpretar as duas personagens principais do longa. É interessante ver que, mesmo com toda a semelhança física das duas personagens, a intérprete da Hannah Montana faz um trabalho de caracterização em que leva o público, principalmente o infantil, a aceitar a existência das duas personagens. Agora, é impossível aceitar que, mesmo com tamanha fama, ninguém consiga perceber que as duas são a mesma pessoa, uma vez que a estatura, a voz e o rosto são os mesmos.

Mas nem tudo é ruim nesse longa. O clima predominante é bem agradável e ainda proporciona algumas boas gargalhadas. Levando em consideração que é feito a principio para os fãs da série, o filme certamente agradará e muito a essas pessoas que irão aplaudir, cantar e até gritar nas salas onde o filme for exibido.

O trabalho de figurino de Cristopher Lawrence é bem adequado, já que tem que mostrar através do figurino o contraste de uma riquinha da cidade com o figurino modesto usado no interior. Vale destacar a cena em que Hannah Montana tem que se dividir entre um jantar promovido pala prefeitura para receber a ilustre personalidade que irá fazer um show beneficente na cidade, e um encontro em que Miley tem com o rapaz caipira, seu par romântico. Ela tem que mudar de figurino para cada situação, o que pode complicar caso ela erre alguma coisa.

É importante dizer que, ao contrário do que acontece na série de TV em que as personagens são exploradas apenas de forma cômica, no filme as personagens são trabalhadas de forma mais completa. A superficialidade total dá lugar a uma ligeiro aprofundamento, o que pode ser visto como uma adaptação ao cinema. E isso torna a personagem bem mais suportável aos olhos de todos.

“Hannah Montana: O Filme” não é tão ruim quanto se imagina. Embora sem inovações, essa comédia consegue agradar não só aos fãs da série. Mas certamente que para aguentar tanta coisa fantasiosa que acontece no longa é preciso ter, no mínimo, boa vontade.

Marcus Vinicius
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