Paolla Oliveira é chamada de gorda em vídeo da Grande Rio; por que incomoda tanto o corpo de uma mulher livre?

Por Camila Cetrone e Paola Churchill, redação Marie Claire — São Paulo


Paolla Oliveira recebe críticas após ensaio geral da Grande Rio — Foto: Reprodução/@paollaoliveirareal/@fbvasconcellos
Paolla Oliveira recebe críticas após ensaio geral da Grande Rio — Foto: Reprodução/@paollaoliveirareal/@fbvasconcellos

Na última semana, o corpo de Paolla Oliveira virou notícia. Ou melhor: o peso da atriz. Quando ela apareceu no ensaio geral da escola de samba Grande Rio, da qual ela é Rainha da Bateria, a reação nas redes sociais se dividiu entre elogios e comentários que a chamavam de "gorda" e "fora de forma". Um deles chegou a usar outro termo: "Braço de merendeira", enquanto outro até mesmo deduziu que o peso de Paolla estaria relacionado ao uso de anticoncepcionais.

Com 41 anos, sendo 20 de uma carreira consolidada na televisão, Paolla Oliveira também foi alvo de comentários etaristas. As pessoas apontaram que a atriz estava mudada. O motivo: está envelhecendo. Esses comentários foram feitos, majoritariamente, por homens.

Por outro lado, mulheres, anônimas e famosas, passaram a exaltar não só o corpo, mas a figura de Paolla nas redes sociais. "Musa", disse Angélica. "Você tem todo o meu apoio, se isso facilitar alguma coisa. Eu sempre acredito que uma mulher apoiando a outra, facilita a encarar. Exista. Exista muito", declarou Suzana Pires.

As reações também levaram a respostas que alfinetam e fazem humor com os homens que teceram os comentários à atriz. O influenciador Gabriel Moraes, por exemplo, postou um vídeo em que dá apelidos aos homens que a criticaram. Ele recebeu resposta de Sasha Meneghel, Camila Pitanga e da própria Paolla, que riu: "Adorei! O bom humor salvando o caos hipócrita que mulheres são obrigadas a viver!", escreveu.

As expressões gordofóbicas, machistas e etaristas usadas pelos homens ao ver o corpo de Paolla Oliveira sambando demonstram o quanto estes mesmos homens – a maioria deles passa longe do próprio padrão de beleza que esperam que as mulheres cumpram – se amedrontam ao ver os corpos de mulheres libertos. “O padrão de beleza nunca basta, nem para mulheres como Paolla Oliveira”, diz Maria Carolina Medeiros, doutora em Comunicação, professora da Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getulio Vargas (EMCI/FGV) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Rio).

Por que o corpo de Paolla Oliveira incomodou?

Medeiros argumenta que parte dessa pressão para o alcance de um padrão de beleza – vindo de homens e mulheres – acaba sendo impulsionada por um mercado, dando a entender que a definição do que conhecemos como ser esteticamente belo pode ser algo adquirível com “esforços, sacrifícios e, claro, dinheiro”. Entram aí desde as “dietas milagrosas” aos procedimentos estéticos.

“Houve um tempo em que beleza era vista como um dom inato. Você tinha ou não. Na medida que é criado um mercado da beleza, essa visão que relaciona beleza ao cuidado faz com que mulheres que destoem, mesmo que minimamente, sejam vistas como ‘as que não se cuidam’, ‘desleixadas’”, explica.

Logo, a beleza (e quem se julga tê-la ou não) acaba se tornando uma questão moral e de virtudes. "Faz crer que se estou fora de algum padrão, o erro é meu, e eu deveria fazer algo para mudar. Ocorre que é uma busca pelo inalcançável - neste mercado, sempre haverá algo que poderia ter sido aperfeiçoado, melhorado, corrigido.."

Também entra nessa soma a forma como os corpos das mulheres são mais objetificados e controlados pelo patriarcado: seja esteticamente ou por meio dos padrões sociais ligados ao cuidado, à subserviência e à inferioridade em relação aos homens. Não só os corpos das mulheres devem se parecer de um determinado jeito – e são cobradas por isso – como devem incorporar esses papéis para que sejam entendidas como belas.

A sociedade, o mercado e as redes sociais incorporam essas noções, que se reproduzem como uma maneira de construir esse padrão. “A representação reducionista das mulheres como meros objetos sexuais tem efeitos prejudiciais, reforçando desigualdades de gênero e contribuindo para uma cultura de misoginia”, explicou a psicóloga Nathalia de Paula em entrevista concedida em junho a Marie Claire, para falar da sexualização precoce dos corpos de meninas.

“Muitos videoclipes e performances musicais apresentam mulheres de forma objetificada, utilizando roupas provocantes, coreografias sensuais e imagens sexualizadas. Essas representações reforçam estereótipos de gênero e criam expectativas irreais sobre como as mulheres devem se apresentar e se comportar para serem consideradas atraentes ou aceitas no contexto musical. Além disso, as letras de músicas também podem conter conteúdo sexualizado, retratando as mulheres como objetos de desejo ou reforçando estereótipos e papéis de gênero prejudiciais”, exemplificou a psicóloga, ilustrando de que maneira esse imaginário é perpetuado.

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