Hip House: 35 anos de rimas no 4×4 - House Mag

Hip House: 35 anos de rimas no 4×4

Coluna Anhanguera

Foto de abertura: divulgação

O hip house é um estilo que, como o próprio nome diz, traz uma fusão entre o hip hop e as batidas e musicalidades do house. E é claro, tudo indica que o estilo como tantos outros dessa provedora chamada house music, foi mais um que nasceu em Chicago, berço não só da mãe como de boa parte das suas ramificações.

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O pai mais assumido dessa fusão é o DJ e produtor Fast Eddie, um dos arquitetos do estilo, que se dizia entediado com a mesmice do que vinha sendo lançado na cidade. Essa afirmação em relação ao som de Chicago era tão forte que estava inclusive disposto, na época, a largar a dance music e produzir literalmente hip hop, porém nenhum selo aos quais estava vinculado queria lançar nada no estilo.

 Neste espírito, o produtor decidiu então unir a métrica, beats e melodias da House com samples e vocais típicos do hip hop. Nesta empreitada se unia a um de seus parceiros mais prolíficos na época – o também DJ, produtor e rapper de boa parte de obras do sub gênero dos primórdios até hoje, Tyree Cooper. O novo sub gênero logo ganhou força pela cidade e outros produtores aderiram à novidade.

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O estilo logo foi ganhando todo país e o Reino Unido. A primeira grande metrópole afetada pelo estilo foi, claro, Nova York. Graças aos DJs e produtores da big apple, o hip house ganhou muito mais força e popularidade. Foi na cidade que surgiu o maior hit histórico do início do estilo – Girl I’ll House You, numa parceria entre os rappers do Jungle Brothers e uma base do famoso produtor de house da época, Todd Terry, intermediada pelo estúdio que havia lançado a versão original.

 

Produtores como o próprio TT, David Morales, entre outros da cidade, começaram a também samplear beats e vocais de hip hop, até inclusive remixarem os próprios artistas do hip hop, trazendo a nova roupagem hip house para nomes de peso como De La Soul.

O hip house então teve seu boom comercial. O estilo foi visto em muitas músicas que se tornaram épicas. MCs eram chamados para trazer seus versos para faixas que já haviam sido lançadas apenas com vocais femininos, e isso se estendeu até o pico da dance music, no movimento italo dance e demais subgêneros, onde era comum rappers destilar suas frases após os versos melódicos de alguma cantora feminina.

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O estilo então já havia invadido a Europa e logo seguindo para o mundo todo. Claro, o apelo comercial foi caindo, o hip house se tornou mais um estilo “vintage”, porém sempre revisitado por produtores da atualidade de diversas cenas ao redor do globo. Desde UK e França à África até aqui, é claro. Nós mesmos do Anhanguera temos sempre usado elementos do hip hop – somos grandes admiradores e entusiastas do estilo desde os 90s e não há como dizer que isso não se deixa claro – até lançamos duas tracks do gênero: uma com o rapper de Dallas (EUA) MC Astro e outra com o conhecido rapper brasileiro Xis (em parceria com o amigo produtor Dudu Marote). A verdade é que o hip house segue vivo, com sua sonoridade que une a voz das ruas com a classe da House Music, e continuamos sempre sendo grandes fãs do estilo.

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