Contagem decreta situação de emergência após aumento de doenças respiratórias | O Tempo
 
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Contagem decreta situação de emergência após aumento de doenças respiratórias

Município registrou aumento de casos em crianças e adolescentes; decreto é válido por 60 dias e tem objetivo de garantir normalidade nos atendimentos da rede pública

Por Raquel Penaforte
Publicado em 17 de maio de 2024 | 11:03
 
 
 
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Após registrar aumento de 136,9% no número de atendimentos pediátricos de casos de doenças respiratórias na rede pública de saúde, entre dezembro e abril, a Prefeitura de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, decretou nesta sexta-feira (17 de maio), situação de emergência no município. A ideia é desburocratizar a compra de insumos e chegada de profissionais.

"Em dezembro do ano passado foram 5.094 atendimentos voltados para saúde respiratória de crianças e adolescentes, e em abril, saltou para 12.068. A previsão é que tenhamos mais crianças buscando atendimento, além de casos de maior gravidade. São casos de bronquiolite, pneumonia e outras doenças", informou a prefeita da cidade, Marília Campos (PT).

O decreto tem validade de 60 dias e prevê a captação de recursos federais para atender a demanda, estimada em R$ 5 milhões.

"Estamos assinando o decreto hoje, mas já estamos tomando medidas para atender população. Caso contrário, teremos mortes por doenças respiratórias em Contagem. A ideia é garantir a normalidade dos atendimentos, sem gerar um gargalo no sistema de saúde em função dessa demanda", afirmou.

Desde o começo do ano até 4 de maio, foram identificados 5.238 casos de Síndrome Gripal (SG) e 350 de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No mesmo período, foram registrados 14 óbitos por SGRAG.

Medidas

O secretário de saúde do município, Fabrício Simões, detalhou os serviços que foram ampliados e como a população deve proceder em caso de necessidade de atendimento.

"Já temos três UPAs voltadas ao atendimento pediátrico: a Ressaca, Vargem das Flores e Industrial, além do Centro Materno Infantil. Então, criamos uma unidade de apoio ao lado do Centro Materno Infantil, que vai dar suporte aos atendimentos", disse.

A central aberta terá atendimento de porta fechada, ou seja, os casos de menor gravidade serão encaminhados pelos profissionais.

"Também ampliamos os leitos de internação. São mais 26 leitos de enfermaria, passamos para 60 leitos, e de UTI, criamos mais 10, passamos para 20", disse.

Também será aberto um ambulatório na região do bairro Nacional, que funcionará no modelo porta fechada, além da ampliação do horário de atendimento nas UBS's a partir de 19h.

"Temos 10 unidades básicas funcionando até às 19h, e vamos ampliar em mais 10 o número de unidades para este tipo de atendimento. Lembrando que os casos mais graves devem procurar as Upas e o Centro Materno Infantil", pontou.

População deve fazer sua parte

As doenças mais identificadas nos atendimentos segundo o secretário são Influenza, Covid, H1N1 e vírus que não têm cobertura vacinal.

Atualmente, a cobertura vacinal contra a gripe está em 32,5%. A meta é vacinar 90% da população.

Belo Horizonte

Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte disse ter um plano para o enfrentamento das doenças respiratórias por meio do qual "monitora diariamente o cenário epidemiológico e assistencial da cidade com o objetivo de garantir todo o cuidado necessário à população". "Esse acompanhamento é feito, ainda, para avaliar a necessidade ou não de um decreto de emergência em saúde pública. É importante destacar que se tratam de doenças sazonais, ou seja, ocorrem em determinado período do ano, com aumento, normalmente, entre março e junho", informou.

Na capital, a prefeitura disse ter contratado mais de 200 profissionais para reforçar as equipes das unidades de saúde, inclusive das UPAs, além de abrir 70 leitos hospitalares para a internação de crianças, "que é um dos públicos mais vulneráveis a desenvolver formas graves de doenças respiratórias". A vacinação contra doenças como Covid-19 e gripe também são vistas como aliadas. 

Somente neste ano, entre janeiro e abril, foram atendidos mais de 210 mil pacientes nos 152 centros de saúde e nove UPAs da capital com sintomas de quadros respiratórios. O índice equivale a, em média, 1.750 pessoas atendidas por dia. O número total é menor que os 228 mil do mesmo período de 2023.

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