Exposição celebra 60 anos do Movimento de Cultura Popular do Recife
Cultura

Exposição celebra 60 anos do Movimento de Cultura Popular do Recife

Mostra promovida e produzida pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) ocorre entre esta quinta e 3 de novembro

Exposição celebra 60 anos do Movimento de Cultura Popular do Recife  -  (crédito: Divulgação)
Exposição celebra 60 anos do Movimento de Cultura Popular do Recife - (crédito: Divulgação)

Os 60 anos do Movimento de Cultura Popular (MCP) será celebrado com uma exposição no Recife a partir desta semana. Com curadoria de Moacir dos Anjos, coordenador-geral do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), a mostra vai ocupar a Galeria Vicente do Rego Monteiro, campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, no Derby. A abertura é nesta quarta-feira (15/5) e visitação começa na quinta (16/5). 

A Mostra Mutirão reúne mais de 200 itens pertencentes a diversas coleções públicas e particulares, incluindo fotografias, folders, cartazes, documentos, filme, objetos, jornais, livros e obras de artistas de algum modo associados ao Movimento de Cultura Popular, tais como Abelardo da Hora, Francisco Brennand, Guita Charifker, Maria Carmen e Wilton de Souza. “A exposição Mutirão apresenta uma história possível do MCP apoiada em fotografias, documentos e trabalhos de artistas que dele faziam parte. Oferece testemunho da construção de um futuro partilhado que, por breve momento, parecia ter chegado. E que, justamente por sugerir que outros arranjos sociais de vida eram possíveis, foi forçado a recuar”, diz o texto curatorial.

MCP

O Movimento de Cultura Popular, uma sociedade civil autônoma com propósitos culturais e pedagógicos, foi produto de amplo e plural debate promovido pelo então prefeito do Recife, Miguel Arraes, com intelectuais de esquerda, liberais e a igreja católica progressista sobre formas de enfrentar a miséria e o analfabetismo. Inspirado no movimento francês Peuple et Culture, o Movimento tinha o apoio de intelectuais, educadores, artistas, estudantes, representantes da igreja católica e do Partido Comunista Brasileiro.

Na sua formação, o MCP atuava nos subúrbios do Recife. Além de um programa de alfabetização de adultos, o Movimento se estendeu a outros campos, com ações como criação de galeria de arte e treinamento artistas e artesãos, formação de grupo experimental de teatro (colocando em palco questões que antes não eram encenadas), construção de praças, centros de cultura, semanas estudantis, festas dedicadas ao folclore, seminários e congressos sobre temas ligados à cultura.

  • Exposição celebra 60 anos do Movimento de Cultura Popular do Recife
    Exposição celebra 60 anos do Movimento de Cultura Popular do Recife Divulgação
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A metodologia utilizada pelo MCP para alfabetizar adultos deu origem a material didático próprio, baseado na realidade dos alunos, o Livro de Leitura para Adultos. Posteriormente, o educador Paulo Freire revolucionou esse método, abolindo as cartilhas e incorporando a cada grupo de alfabetização os elementos específicos de sua realidade. Assim como novas linguagens de teatro e de cinema, a Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire teve origem no Movimento. Com a eleição de Arraes ao governo de Pernambuco, em 1962, a ideia era expandir o Movimento de Cultura Popular para o interior do estado, ação que foi interrompida com o Golpe Civil-Militar de 1964.


Serviço:

Exposição Mutirão
movimento de cultura popular [1960-1964]
Galeria Vicente do Rego Monteiro
Campus Ulysses Pernambucano
Rua Henrique Dias, 609,
Derby Recife-PE


Abertura: 15 de maio, 18h às 22h
Visitação: 16 de maio a 3 novembro de 2024
Terça a domingo e feriados, das 13h às 17h

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postado em 14/05/2024 10:38
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