Apesar de sua origem nobre, o arquiduque Francisco Ferdinando não teria ganhado destaque da história da humanidade se não fosse pelo evento que tirou a sua vida. O protagonista do famoso Atentado de Sarajevo foi vítima do evento que é tido como o estopim para o início do maior conflito armado de todos os tempos até aquela época: a Primeira Guerra Mundial, em 1914.
Mas por que a morte de Francisco Ferdinando foi tão importante para que uma guerra tão grandiosa acontecesse? E qual foi o papel do evento que levou a sua morte para a configuração da História Mundial?
Arquiduque Francisco Ferdinando e a sucessão do trono Austríaco
Em um cenário de corrida industrial e armamentista na Europa, o império Austro-Húngaro, que basicamente era comandado pela Áustria, se aliou à Alemanha e à Itália. Essa aliança militar é de suma importância para compreender como estourou a Primeira Guerra. O sucessor do trono, o arquiduque Francisco Ferdinando, tinha orientação política mais progressista, o que aproximou a Áustria da Alemanha e acirrou os ânimos com a Sérvia.
Outro sucessor poderia não ter uma orientação política que alinhasse tanto o Império Austro-Húngaro à Alemanha ou que desenvolvesse tanto o conflito contra a Sérvia. Afinal, foram essas duas razões para o atentado de Saravejo, que assassinou Francisco Ferdinando.
Como foi o assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando
O assassinato ocorreu na Bósnia, em sua capital na época, Sarajevo. O arquiduque, junto de sua esposa, fazia uma visita ao país. É preciso lembrar que naquela época, no ano 1914, as alianças militares já tinham acontecido.
O Império Austro-Húngaro já tinha um tratado militar de mútua proteção com a Alemanha e a Itália, desde 1882. As outras nações que protagonizaram a Primeira Guerra, Inglaterra, França e Rússia também já formaram seu pacto, a Tríplice entende, ainda no ano de 1907.
Neste cenário tenso, onde o conflito era iminente, o arquiduque foi assassinado com sua esposa por um grupo de ativistas sérvios. Um dos ativistas conseguiu superar o comboio que transportava o herdeiro do Império Austro-Húngaro e alvejou o duque e a duquesa. A Europa era um barril de pólvora e o atentado bem-sucedido foi simplesmente o fogo que acendeu o pavio.
A Mão Negra
Mas quem foram os ativistas que fizeram o atentado e por quê? A Mão Negra era uma organização que lutava, em conflitos armados, contra o domínio do Império Austro-Húngaro na Bósnia. Seu maior objetivo era a unificação dos povos eslavos do Sul, o que correspondia aos países atuais da Eslovênia, Bósnia, Sérvia, Croácia, entre outros.
Por isso o arquiduque Francisco Ferdinando foi tão importante neste contexto. O arquiduque desejava aumentar o domínio do Império, e suas políticas colidiam diretamente com os interesses de facções sérvias. Ainda que os responsáveis diretos pelo atentado tenham sido descobertos e julgados, o Império Austro-Húngaro não se contentou.
Políticas de alianças formadas que iniciaram a Primeira Guerra Mundial
Uma das exigências do Império Austro-Húngaro foi de que a Sérvia acabasse com a Mão Negra e grupos ativistas afins. A Sérvia não aceitou e as relações diplomáticas foram cortadas de vez. Finalmente, o Império da Áustria declara guerra. Então, por mais que os protagonistas da guerra sejam as outras grandes nações europeias, tudo começou com o Império Austro-Húngaro e a Sérvia.
As nações europeias, já envolvidas em tensão por conta da competição imperialista e da corrida armamentista, já tinham alianças militares previamente ao atentado. Do lado Austro-Húngaro, a Alemanha e a Itália, que formaram a chamada Tríplice Aliança. Já a Rússia, a França e a Inglaterra formaram o tratado militar da Tríplice Entente, que ficou do lado da Sérvia no conflito.
O efeito dominó da Primeira Guerra Mundial
As alianças militares explicam o efeito dominó que gerou a Primeira Guerra Mundial. A Europa já era um palco para conflitos armados, o que se confirmou na formação das alianças.
O atentado a Francisco Ferdinando foi como a derrubada de um dominó que fez todos os outros caírem. A morte do arquiduque acirrou o conflito da Áustria com a Sérvia, que por sua vez ativou a proteção dos países da Tríplice Aliança e Tríplice Entente.
A melhor forma de entender como se deu a Primeira Guerra através da morte de Francisco Ferdinando é através da compreensão do cenário europeu da época. O continente encontrava-se em uma tensão econômica, política e militar tão ferrenha, que foi questão de um “simples” assassinato para que tudo, literalmente, explodisse.
1 comentário em “Quem foi Francisco Ferdinando e como foi seu assassinato?”