Em 19/06: AAGE N. BOHR

ANIVERSARIANTE, JUNHO

★19/06/1922 †08/09/2009
Físico dinamarquês, quarto filho de Niels Bohr e Nobel de Física em 1975 pela descoberta da conexão do movimento coletivo e movimento individual de partículas no núcleo atômico e pelo desenvolvimento da teoria da estrutura do núcleo atômico.

Foi professor da Universidade de Copenhague e ingressou na Pontifícia Academia das Ciências em 17 de abril de 1978.

Morou com seus pais no Instituto de Física Teórica (hoje Instituto Niels Bohr) e, depois, se mudou para Carlsberg em 1932. Quando completou doze anos entrou para o Sortedam Gymnasium e estudou ciências humanas e biologia. Entrou para a Universidade de Copenhague em 1940, antes da ocupação alemã, com o intuito estudar física e acabou tornando-se uma espécie de assistente por correspondência do pai Niels Bohr, em trabalhos sobre física. Em 1943 aconselhado pelo mesmo fugiu do nazismo e se mudou para a Suécia em seguida para a Inglaterra onde estudou energia atômica.

Retornou para a Dinamarca em 1945, mas continuou integrando grupos de pesquisa em física atômica de Londres, Washington e Los Alamos. Na Dinamarca voltou para a Universidade e alcançou o mestrado em 1946. Em 1948 foi nomeado para integrar a equipe do Instituto de Estudos Avançados de Princeton.

Em 1950 se casou com Marietta Soffer em Nova Iorque, o casal teve três filhos: Vilhelm, Tomas e Margrethe.

Escreveu dois importantes livros sobre a estrutura nuclear em cooperação com o físico norte americano Ben Mottelson: Single-Particle Motion (1969) e Nuclear Deformations (1975).

NOBEL
De acordo com a física moderna, um núcleo atômico consiste em núcleons – prótons e nêutrons. Em modelos anteriores, o núcleo era descrito como esférico, mas isso provou ser impreciso. Em 1950, James Rainwater postulou que o núcleo atômico pode ser distorcido. Os núcleons nas porções externas do núcleo atômico se movem em caminhos e interagem com os núcleos internos, fazendo com que o núcleo seja distorcido. Independentemente de Rainwater, Aage Bohr chegou à mesma teoria e a corroborou por meio de experimentos em colaboração com Ben Mottelson em 1952 e 1953.

AUTOBIOGRAFIA NO SITE NOBEL
Nasci em Copenhagen em 19 de junho de 1922, como o quarto filho de Niels Bohr e Margrethe Bohr (nascida Nørlund). Durante minha primeira infância, meus pais moravam no Instituto de Física Teórica (agora Instituto Niels Bohr), e a notável geração de cientistas que veio se juntar a meu pai em seu trabalho tornou-se para nós, filhos, tio Kramers, tio Klein, tio Nishina, Tio Heisenberg, Tio Pauli, etc. Quando eu tinha cerca de dez anos, meus pais se mudaram para a mansão em Carlsberg, onde foram anfitriões de círculos cada vez maiores de acadêmicos, artistas e pessoas na vida pública.

Estudei doze anos na escola no Sortedam Gymnasium (H. Adler’s fæellesskole) e devo a muitos de meus professores, tanto nas ciências humanas quanto nas ciências, por inspiração e incentivo.

Comecei a estudar física na Universidade de Copenhagen em 1940 (alguns meses após a ocupação alemã da Dinamarca). Naquela época, eu já havia começado a auxiliar meu pai com correspondência, com a redação de artigos de caráter epistemológico geral e, gradativamente, também em conexão com seu trabalho em física. Naqueles anos, ele estava preocupado em parte com problemas de física nuclear e em parte com problemas relacionados à penetração de partículas atômicas através da matéria.

Em outubro de 1943, meu pai teve que fugir da Dinamarca para evitar a prisão pelos nazistas, e toda a família conseguiu fugir para a Suécia, onde fomos calorosamente recebidos. Pouco depois, meu pai foi para a Inglaterra e eu o segui. Associou-se ao projeto de energia atômica e, durante os dois anos até nosso retorno à Dinamarca, em agosto de 1945, viajamos juntos passando longos períodos em Londres, Washington e Los Alamos. Eu estava atuando como sua assistente e secretária e tinha a oportunidade diária de compartilhar seu trabalho e pensamentos. Éramos membros da equipe britânica, e minha posição oficial era a de um oficial científico júnior empregado pelo Departamento de Pesquisa Científica e Industrial de Londres. Em outro contexto, tentei descrever alguns dos eventos daqueles anos e os esforços de meu pai relacionados às perspectivas levantadas pelas armas atômicas1.

No meu retorno à Dinamarca, retomei meus estudos na Universidade e obtive o título de mestre em 1946. Minha tese estava preocupada com alguns aspectos dos problemas de parada atômica.

No semestre da primavera de 1948, fui membro do Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Em uma visita durante esse período à Universidade de Columbia e por meio de discussões com o professor I.I. Rabi, fiquei interessado em um efeito recém-descoberto na estrutura hiperfina do deutério. Isso levou à minha associação com a Universidade de Columbia de janeiro de 1949 a agosto de 1950. Conforme descrito em minha palestra, esta foi para mim uma associação muito frutífera.

Logo após meu retorno a Copenhagen, comecei uma estreita cooperação com Ben Mottelson, que tem continuado desde então. A direção principal do nosso trabalho é descrita nas palestras incluídas neste volume. Durante os últimos quinze anos, uma grande parte de nossos esforços foi conectada com a tentativa de apresentar o status de nossa compreensão da estrutura nuclear em uma monografia, da qual o Volume I (Single-Particle Motion) apareceu em 1969, e o Volume II ( Nuclear Deformations) em 1975. Sentimos que em nossa cooperação, temos sido capazes de explorar possibilidades que residem em um diálogo entre espíritos afins que foram sintonizados através de um longo período de experiência comum e entendimento desenvolvido em conjunto. Temos a sorte de trabalhar em estreita colaboração com colegas do Instituto Niels Bohr e Nordita, incluindo muitos cientistas notáveis que vieram de todas as partes do mundo e enriqueceram enormemente a atmosfera científica e os contatos pessoais.

Estou ligado ao Instituto Niels Bohr desde a conclusão dos meus estudos universitários, primeiro como bolseiro de investigação e, a partir de 1956, como professor de física na Universidade de Copenhaga. Após a morte de meu pai em 1962, acompanhei-o como diretor do Instituto até 1970.

Para todo o nosso círculo, tem sido um desafio explorar as oportunidades proporcionadas pelas tradições do Instituto, das quais gostaria especialmente de referir dois aspectos. Uma diz respeito à interação fecunda entre investigações experimentais e teóricas. A outra diz respeito à promoção da cooperação internacional como fator vital para o desenvolvimento da própria ciência e também como meio de fortalecer o conhecimento e o entendimento mútuos entre as nações.

Em 1957, Nordita (Nordisk Institut for Teoretisk Atomfysik) foi fundado nas instalações do Niels Bohr Institute, e os dois institutos operam em estreita associação. Fui membro do Conselho da Nordita de 1957 a 1975 e, desde então, diretor deste instituto.

Em março de 1950, na cidade de Nova York, me casei com Marietta Soffer. Temos três filhos, Vilhelm, Tomas e Margrethe. Tanto para minha esposa quanto para mim, o pessoal amizades que surgiram de contatos científicos com colegas de muitos países diferentes têm sido uma parte importante de nossas vidas, e as viagens que fizemos juntos em conexão com a cooperação científica mundial nos deram ricos tesouros de experiências.

TEXTO DA BRITANNICA
Aage N. Bohr, na íntegra Aage Niels Bohr, (nascido em 19 de junho de 1922, Copenhagen, Den. – falecido em 8 de setembro de 2009, Copenhagen), físico dinamarquês que dividiu o Prêmio Nobel de Física de 1975 com Ben R. Mottelson e James James Rainwater pelo trabalho na determinação das formas assimétricas de certos núcleos atômicos.

Bohr foi educado na Universidade de Copenhagen, onde obteve o doutorado em 1954. Durante a década de 1940, trabalhou como assistente de seu pai, Niels Bohr (ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1922), no desenvolvimento da bomba atômica em Los Alamos, NM. A partir de 1946 foi associado ao Niels Bohr Institute of Theoretical Physics, fundado em Copenhagen por seu pai, a quem sucedeu como diretor de 1963 a 1970. De experimentos inspirados nas teorias de James Rainwater e conduzidos em colaboração com Ben R. Mottelson no No início da década de 1950, Bohr descobriu que o movimento das partículas subatômicas pode distorcer a forma do núcleo, desafiando assim a teoria amplamente aceita de que todos os núcleos são perfeitamente esféricos. Esta descoberta foi importante para o entendimento e desenvolvimento da fusão nuclear. Os escritos de Bohr incluem Rotational States of Atomic Nuclei (1954) e Nuclear Structure, 2 vol. (1969, 1975).

LEIA:
https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1975/bohr/facts/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aage_Niels_Bohr

https://www.britannica.com/biography/Aage-Bohr