Guia de Trieste, na Itália: o que fazer, onde ficar e mais dicas - Viaja que Passa
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“Guia de Trieste, na Itália: o que fazer, onde ficar e mais dicas”


Está planejando uma viagem pelo nordeste da Itália e quer saber o que fazer em Trieste? Neste artigo, vamos explorar todas as principais atrações dessa cidade, que tem uma história bastante complexa e peculiar.

Influenciada por diversas culturas, Trieste combina heranças italianas, eslovenas e austríacas, visíveis, por exemplo, em sua arquitetura e gastronomia. Isso porque, no passado, a cidade funcionou como uma ponte entre a Europa Central e Meridional.

Muitas vezes considerada apenas uma passagem por quem visita a região da Ístria, na Croácia, ou a Eslovênia, Trieste merece ser vista com mais atenção. Afinal, não foi por acaso que ela exerceu um grande fascínio em diversos artistas e escritores, como James Joyce, Stendhal, Italo Svevo, Rainer Maria Rilke, Boris Pahor, entre outros.

Descubra a seguir o que fazer em Trieste, além de dicas úteis para planejar a sua viagem, como onde ficar, quando ir e como chegar ao destino!

ONDE FICA TRIESTE

Situada no nordeste da Itália, Trieste é a capital da região de Friuli-Venezia Giulia e ocupa uma posição geográfica bastante particular. A cidade fica a poucos quilômetros da fronteira com a Eslovênia e seu território se estende entre uma encosta montanhosa e um golfo do Mar Adriático.

Trieste está a 73 km de Udine e a 158 km de Veneza. Já a capital da Eslovênia, Liubliana, fica a 100 km de Trieste, e algumas deliciosas cidades na Croácia, como Rovinj e Pula, estão a 105 km e 120 km, respectivamente.

QUANDO IR A TRIESTE

Calçadão a beira mar em Trieste, Itália

Foto: Getty Images

Ir a Trieste no verão é uma boa pedida para quem busca curtir as praias da região, já que as temperaturas ultrapassam facilmente os 30ºC entre julho e agosto. Por outro lado, essa é a alta temporada no destino, ou seja, espere encontrar mais pessoas e preços altos.

No inverno, a cidade fica mais tranquila e alterna períodos ensolarados e chuvosos, com temperaturas que dificilmente ficam abaixo de 0ºC. Entusiastas do cinema europeu se reúnem aqui durante o mês de janeiro para o célebre Trieste Film Festival, o mais importante festival italiano de cinema da Europa Central e Oriental.

No entanto, vale saber que Trieste costuma receber a visita do “Bora” no inverno, um forte vento que alcança até 150 km/h. Mas não se assuste, ele atinge a cidade em média apenas 16 dias ao ano.

Por fim, as meias estações, primavera e outono, são os melhores períodos para passear pelos atrativos de Trieste, já que apresentam temperaturas agradáveis e um número menor de turistas. A exceção à regra é o segundo final de semana de outubro, quando a cidade lota para a Barcolana, uma famosa regata de veleiros que reúne equipes e turistas de todo o mundo.

QUANTOS DIAS FICAR EM TRIESTE

Como alguém que já morou e conhece bem a cidade, recomendo uma estadia mínima de 2 a 3 dias para poder conhecer os principais pontos turísticos de Trieste.

Caso sua viagem aconteça no verão e seu objetivo seja aproveitar também as praias da região, estenda para 4 ou 5 dias.

ONDE FICAR EM TRIESTE: MELHORES BAIRROS E HOTÉIS

Edifícios do Borgo Teresiano no Grande Canal

Borgo Teresiano | Foto: Getty Images

Os melhores bairros para se hospedar em Trieste são os centrais. Dentre eles estão Città Vecchia, Borgo Teresiano e Borgo Giuseppino. Eles estão próximos às atrações turísticas e você fará tudo a pé. Além disso, são as áreas com as noites mais animadas.

Mas se a sua intensão é se hospedar em um local tranquilo e próximo à praia, opte por ficar em Barcola.

Veja abaixo nossa seleção de bons hotéis para ficar em Trieste para diferentes orçamentos:

Econômico

  • ControVento: com ótima localização em uma praça animada do Borgo Giuseppino e a 500 metros do centro, este hostel possui dormitórios compartilhados em uma atmosfera acolhedora, além de contar com um bar e uma cozinha de uso comum;
  • Zenzero & Cannella Boutique Rooms: esta estrutura oferece quartos com ar-condicionado, chaleira, TV e banheiro privativo, assim como uma cozinha compartilhada entre os hópedes. Já as unidades mais completas têm uma cozinha própria. A localização é excelente, no centro histórico;
  • City Gallery Apartments: é um apart-hotel com pequenos apartamentos completos ideais para quem quer economizar na estadia. Localizado no centro de Trieste, há opções para até 6 pessoas, todos com uma cozinha equipada.

Bom custo-benefício

  • B&B Hotel Trieste: instalado em um elegante edifício neoclássico, este hotel fica nas imediações da estação ferroviária de Trieste e tem quartos modernos. Você pode incluir o café da manhã por um valor extra;
  • Nuovo Albergo Centro: distante apenas 50 metros do Canal Grande, tem instalações novas e suítes com mesa de trabalho bem como TV e ar-condicionado. O café da manhã está incluso;
  • Locanda alla Beccherie: atrás da Piazza Unità d’Italia, ou seja, no coração de Trieste, são pequenos apartamentos confortáveis em que cada unidade conta com uma cama de casal e uma de solteiro, além de uma cozinha equipada.

Conforto

  • Urban Hotel Design: este hotel 4 estrelas tem quartos modernos e elegantes, todos com TV, frigobar e mesa de trabalho. Inclui café da manhã nas diárias e fica a apenas 150 metros do centro da cidade;
  • Savoia Excelsior Palace Trieste: já este hotel tem vista para o golfo de Trieste e fica em um edifício histórico no centro. Possui quartos elegantes com ar-condicionado, TV, máquina de café e frigobar, além de incluir o café da manhã nas diárias. As áreas comuns contam com restaurante, bar e uma academia;
  • DoubleTree by Hilton Trieste: por fim, esta luxuosa acomodação 4 estrelas oferece spa, academia e dois restaurantes em sua infraestrutura. Suas suítes foram todas modernizadas e têm ar-condicionado, TV, máquina de café e frigobar.

O QUE FAZER EM TRIESTE: PRINCIPAIS ATRAÇÕES

Piazza Unità d’Italia

Praça Unità d'Italia em Trieste com Palácio do Município e fonte

Palácio do Município | Foto: Getty Images

A Piazza Unità d’Italia é o símbolo máximo da cidade de Trieste e um excelente ponto de partida para qualquer roteiro pela cidade. Com seus impressionantes 10.000 metros quadrados, ela é simplesmente a maior praça à beira-mar de toda a Europa!

Importantes e imponentes edifícios ficam no seu entorno, como o Palazzo del Lloyd Triestin, atualmente sede do governo regional de Friuli-Venezia Giulia; o Palazzo Pitteri, edifício mais antigo da praça; e o Palazzo del Municipio (Prefeitura), que já foi uma residência real.

É nesta praça também que está a Fontana dei Quattro Continenti, de 1751, e um dos cafés mais famosos da cidade, o Caffè degli Specchi, aberto em 1839 e considerado o “salão de Trieste”.

Uma curiosidade da praça é que seu nome está estritamente relacionado à história da cidade. Até o final da Primeira Guerra Mundial, Trieste fazia parte do Império Austro-Húngaro. Com a queda do império, o território foi reivindicado pela Itália e a praça, que antes se chamava “San Pietro”, passou a se chamar Unità d’Italia.

Mais tarde, o local também marcou outros tristes episódios históricos, como quando Mussolini anunciou, em 18 de setembro de 1938, a promulgação das leis raciais no país. Há inclusive uma placa de bronze que recorda esse triste marco.


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Molo Audace

Vista do Mole Audace ao entardecer

Foto: Idris Kouadri Boudjelthia via Unsplash

Em frente à Piazza Unità d’Italia, o Molo Audace é um píer de 246 metros de comprimento muito frequentado por locais e turistas, principalmente para ver o pôr do sol.

Seu nome é uma homenagem ao primeiro navio da marinha italiana a chegar a Trieste após o fim da Primeira Guerra Mundial, em 3 de novembro de 1918.

Teatro Romano

Ruínas do Teatro Romano de Trieste

Foto: bepslabor

A poucos quarteirões da Piazza Unità d’Italia está o Teatro Romano, um dos resquícios arqueológicos mais importantes de Trieste.

Construído no século I d.C., durante o reinado do imperador Trajano, o imponente teatro, com capacidade para até seis mil pessoas, chegou a ter vista para o mar, que antigamente chegava até aquele ponto.

As ruínas que podemos visitar hoje são o resultado de escavações e restaurações realizadas após a sua (re)descoberta no século XX, já que o espaço foi aterrado por casas construídas durante a Idade Média.

Embora não seja possível visitar o interior do local, você pode vê-lo inteiramente de fora, da Via del Teatro Romano, a qualquer hora do dia. Também vale a pena passar por ali à noite, quando o teatro fica iluminado.

Canal Grande e Ponte Rosso

Grande Canal de Trieste no Pôr do Sol

Foto: Getty Images

Também na Città Vecchia, o Grande Canal é um braço do mar construído no Século XVIII para facilitar o transporte de mercadorias para o centro de Trieste.

Há três pontes cruzando o canal, mas a mais famosa é Ponte Rosso, que abriga uma estátua do escritor James Joyce. Foi em Trieste que ele passou uma boa parte da sua vida adulta e onde começou a escrever seu aclamado livro Ulysses.

O Canal Grande é um dos locais mais fotografados da cidade, especialmente durante o pôr do sol, quando o lugar fica ainda mais bonito.

Castello di San Giusto

Castello di San Giusto em Trieste

Foto: Getty Images

Localizado no topo de uma colina no centro de Trieste, o Castello di San Giusto é uma impressionante fortaleza construída no século XV.

A história da colina de San Giusto, no entanto, é muito mais antiga, havendo registros de que ela foi povoada desde o final da Idade do Bronze. Durante o período romano, a colina foi novamente um ponto central para a civilização, onde os romanos estabeleceram importantes estruturas, cujas ruínas podem ser vistas até hoje.

A construção do castelo começou de fato em 1468, por ordem de Frederick III da Áustria, mas a fortaleza foi ampliada e reforçada ao longo dos séculos XV e XVII, especialmente durante o domínio dos Habsburgos.

Ao visitar a fortificação, que hoje funciona como um museu, você aprenderá mais sobre a história de Trieste e do castelo em si, bem como verá uma exposição de armas antigas. De quebra, terá uma linda vista da região.

O ingresso custa €6. Na temporada de verão (de 1 de abril a 30 de setembro), o museu abre todos os dias, das 10h às 19h. Já na temporada de inverno (de 1 de outubro a 31 de março), abre de terça a domingo, das 10h às 17h.

Catedral de San Giusto

Fachada da igreja de San Giusto em Trieste

Foto: Getty Images

Dedicada ao santo patrono da cidade, a Catedral de San Giusto é a principal igreja de Trieste. Situada no topo da mesma colina onde está o castelo, a catedral nasceu da união de duas igrejas que existiam no local anteriormente: a igreja de Santa Maria e a de San Giusto.

Seu interior possui resquícios de mosaicos do século V no pavimento, além de afrescos do século XIII que contam a história da vida do santo. A entrada é gratuita.

Dica: vá ao ponto panorâmico em frente à catedral para ter um dos melhores ângulos que a colina de San Giusto oferece.

Castello di Miramare

Castello di Miramare em dia ensolarado

Foto: Getty Images

O Castelo de Miramare é uma atração imperdível de Trieste. Situado em um penhasco de frente para o Golfo de Trieste, a 8km do centro da cidade, ele pode ser avistado de diversos pontos da estrada panorâmica que serpenteia pela costa.

O castelo foi construído entre 1856 e 1860 a mando do arquiduque Maximiliano de Habsburgo para ser sua residência junto a sua esposa, a princesa belga Carlota. 

Ao redor do castelo, há um lindo parque de 22 hectares que abriga o local onde o casal viveu enquanto o castelo estava em construção assim como um pequeno porto. O parque é uma atração à parte, com trilhas, jardins bem cuidados e vistas deslumbrantes do mar.

A visita ao castelo inclui percorrer as salas que guardam móveis originais da época, além de diversos quadros e obras de arte. Existe inclusive um retrato pintado do imperador brasileiro Dom Pedro II, que era primo do arquiduque.

Infelizmente, o casal não teve um final feliz no lugar. Após apenas sete anos da construção do castelo, Maximiliano foi morto. Reza a lenda que sua esposa ficou isolada em Trieste até enlouquecer.

O ingresso para o castelo, vendido online e na bilheteria local (que pode reunir longas filas), custa €12, enquanto o acesso ao parque é gratuito. 

Para chegar ao Castelo de Miramare usando transporte público, você pode pegar um trem até a estação Miramare, que está a 15 min de caminhada do castelo, ou pegar um ônibus (linha 6) da estação Trieste Centrale até a parada Bivio di Miramare, também a 15 min de caminhada.

Cafés históricos

Decoração do antigo Caffè degli Specchi

Caffè degli Specchi | Foto: Divulgação

Os cafés históricos são uma marca de Trieste. Isso porque a cidade foi uma das primeiras da Europa a abrir cafeterias ainda no século XVIII. Em resumo, podemos dizer que Veneza foi a porta de entrada do café no continente, uma vez que trouxe a mercadoria via comércio com os árabes. Mas foi Trieste que de fato começou a comercializar a bebida.

Conhecida como “a cidade do café”, Trieste conta até mesmo com uma universidade dedicada inteiramente à bebida, além de ser endereço da famosa Illy Café, marca especialista em expressos. Em outras palavras, visitar um café histórico e apreciar a bebida sem pressa é uma atração de Trieste.

Meu café histórico preferido é o Antico Caffè San Marco, que preserva sua decoração de época e guarda uma curiosidade: durante a Primeira Guerra Mundial, ele era usado clandestinamente para falsificar passaportes por aqueles que queriam sair do país.

Mas outros endereços interessantes são o Caffè degli Specchi, o Caffè Tommaseo, o Caffè Torinese, o Caffè Pasticceria Pirona, o Caffè Urbanis e o Pasticceria La Bomboniera.

Barcola

Calçadão de Barcola com pessoas tomando sol

Foto: Getty Images

Barcola é o lugar mais frequentado pelos locais durante o verão para se bronzear e mergulhar no mar. Porém, não espere uma praia como conhecemos. O local é um calçadão de 3 km com algumas escadas de metal que dão acesso direto à água.

Nos demais meses, a população usa o espaço para fazer agradáveis caminhadas com vista para o golfo de Trieste com o castelo de Miramare ao fundo.

Museo Revoltella

Fachada de edifício histórico que abriga o Museu Revoltella

Foto: Divulgação

Um dos museus mais importantes de Trieste, o Revoltella é uma galeria de arte moderna criada em 1872 onde Pasquale Revoltella viveu, um importante homem de negócios que deixou à cidade alguns dos seus bens, como sua propriedade e todas as suas obras de arte e livros.

As obras datam principalmente do século XIX, mas não faltam obras-primas do século XX com peças de Hayez, De Chirico e Carrà, por exemplo. O ingresso, vendido no local, custa €8.

Chiesa Parrocchiale di Sant’Antonio Taumaturgo

Igreja Sant’Antonio Taumaturgo em Trieste vista de frente

Foto: Robert Katzki via Unsplash

A igreja de Sant’Antonio Taumaturgo fica no centro de Triete e data de 1849. Em estilo neoclássico, ela foi inspirada nos monumentos romanos e tem uma fachada com seis grandes colunas.

As seis estátuas no seu topo representam os santos protetores de Trieste: Giusto, Sergio, Servolo, Mauro, Eufemia e Tecla.

Tempio serbo-ortodosso della Santissima Trinità e di San Spiridione

Templo ortodoxo de Trieste visto de frente

Foto: bepslabor

Trieste, além de multiétnica, é também multi-religiosa. Isso se nota principalmente pelo fato da cidade ter templos religiosos diversos. É o caso, por exemplo, da igreja cristã da comunidade serbo-ortodoxa, situada na movimentada Piazza Sant’Antonio.

Ela possui uma interessante estrutura que lembra o estilo bizantino das igrejas orientais. Seu interior abriga lindos afrescos e pinturas a óleo, bem como objetos de valor provenientes da Rússia, como o grande candelabro de prata doado pelo grã-duque russo Paul Petrovich Romanov durante sua visita a cidade em 1772.

Sinagoga

Fachada da sinagoga de Trieste

Foto: Daniele via Flickr

Ainda no tema de diversidade religiosa, Trieste abriga uma das maiores sinagogas da Europa, com decoração inspirada no oriente médio e símbolos judaicos estilizados.

Na época da sua construção, a comunidade judaica de Trieste contava com mais de 5 mil pessoas e exercia um importante papel na vida cultural e econômica da cidade.

Para conhecê-la, é preciso comprar um ingresso de €7 que inclui uma visita guiada que acontece às segundas, quartas e quintas às 16h30, terças às 10h e domingos às 10h e às 11h30. Vá com roupas que cubram ombros e pernas.

Risiera di San Sabba

Campo de concentração Risiera di San Sabba

Foto: Pier Luigi Mora via Wikimedia Commons

A Risiera di San Sabba foi construída em 1898 como uma fábrica processadora de arroz. Porém, a partir de 8 de setembro de 1943 com a influência de Hitler na Itália, ela se tornou o primeiro e único campo de concentração nazista do sul da Europa.

Seus prisioneiros – que eram em sua maioria judeus mas também partidários e opositores do regime – ficavam enclausurados na antiga fábrica antes de serem enviados à campos de concentração da Alemanha e da Polônia. Em seguida, os nazistas instalaram no local uma câmara de gás.

Atualmente, a Risiera di San Sabba se tornou um memorial nacional além de um museu, para jamais esquecermos esse período sombrio da nossa história. Ela fica distante do centro de Trieste, mas o ônibus da linha 10 leva à atração facilmente. A entrada é gratuita.

Kleine Berlin

Galerias subterrâneas foram construídas abaixo de Trieste na Segunda Guerra Mundial para abrigar a população em caso de bombardeio bem como para os soldados alemães usarem como depósito. Esses túneis receberam o nome de Kleine Berlin e podem ser visitados.

Porém, eles abrem somente na última sexta-feira do mês com duas visitas guiadas (às 17h30 e às 20h). Para conhecê-las, envei um e-mail para [email protected].

Sentiero Rilke

Trilha no entorno do mar de Trieste com castelo ao fundo

Foto: Getty Images

Gosta de trilhas e quer ter belas vistas do Golfo de Trieste? Então inclua o sentiero Rilke no seu roteiro pela cidade italiana.

Com cerca de 1,7 km, seu nome é uma homenagem ao poeta Rainer Maria Rilke, que viveu durante um período no castelo de Duino em Trieste.

O caminho é quase todo plano e, portanto, adequado para todas as idades. Os diversos pontos panorâmicos espalhados pelo percurso foram construídos com bunkers da Segunda Guerra Mundial.

O início da trilha está a cerca de 20 km do centro de Trieste, próximo ao castelo de Duino que também está aberto para visitas. Construído no século XIV sobre as ruínas de um posto militar romano, o palácio se tornou um centro cultural a partir do século XVIII e segue com a mesma função até hoje. Seu ingresso custa €11.

Grotta Gigante

Interior da Gruta Gigante de Trieste

Foto: Divulgação

Um pouco distante do centro, a Grotta Gigante é uma das atrações de natureza mais visitadas da região. Trata-se de uma gruta de pedra calcária com uma das maiores salas naturais do mundo, onde é possível observar as formações rochosas de milhões de anos.

O percurso, sempre acompanhado de um guia, dura cerca de 1 hora.

Ao visitá-la, tenha em mente que a temperatura no interior da gruta é de 11ºC, portanto vá com roupas apropriadas. Além disso, para acessá-la você deverá encarar 500 degraus para descer e subir. O ingresso custa €15. As reservas são feitas online.

Sistiana

Baía de Sistiana vista de cima com pequeno porto

Foto: Getty Images

Caso você tenha mais dias disponíveis em Trieste, aproveite para tirar um tempo para relaxar em Sistiana. Este pequeno e charmoso vilarejo fica a 19 km ao norte de Trieste. Além de um resort à beira-mar, ele conta com agradáveis praias para curtir o verão.

Bônus: Osmize

Placas de um Osmize em Trieste, na Itália

Foto: inTrieste

Os osmize representam uma das tradições mais autênticas da região de Trieste e não existem em nenhum outro lugar do mundo. 

São pequenas propriedades rurais espalhadas pelo território do Carso (entre a Itália e a Eslovênia) que abrem suas portas para visitantes apenas alguns dias no ano.

O nome osmiza significa “oito” em esloveno, que era o número de dias do ano que o então Imperador José II da Áustria permitia que os agricultores vendessem seus produtos diretamente em suas casas. Daí a origem do nome.

Em uma osmiza você encontra ovos, embutidos, queijos e vinhos, por exemplo, sempre de produção totalmente local. A ideia é que você consuma os produtos ali mesmo, na casa dos proprietários, que instalam pequenos restaurantes familiares nas suas residências. A atmosfera é simples e acolhedora, e revela uma das mais antigas tradições do Carso.

Reconhecer uma osmiza, porém, é tarefa difícil, já que elas não colocam grandes placas de identificação. Você encontrará algumas sinalizações ao rodar pelas estradas da região e, nas portas das propriedades abertas à visita, você verá um pequeno ramo de hera.

Além disso, neste site você encontra o calendário de abertura de algumas osmize.

ONDE COMER EM TRIESTE

Prato de goulash

Goulash | Foto: Getty Images

Os muitos pratos com carnes, batatas e verduras dos menus dos restaurantes de Trieste são a prova concreta da herança austríaca da região. E claro, o toque de frutos do mar e peixes vem do fato de a cidade estar no litoral.

Por isso, encontrar pratos como o goulash (da culinária autro-húngara) no cardápio bem como o bacalhau amanteigado (baccalà mantecato) é comum em Trieste. Outros pratos típicos do destino são a jota (sopa de feijão, repolho, batata, linguiça e especiarias), o nhoque de pão e a buzara (caldo espesso de tomate, pimenta e peixe).

Abaixo está a lista dos restaurantes que visitei em Trieste e que recomendo a visita:

  • Buffet da Pepi: aberto em 1897, é considerado uma instituição em Trieste e serve pratos da tradição austro-húngara;

  • Osteria Marise: ótimo restaurante sem frescura com menu que varia entre pratos típicos e outros mais elaborados;

  • Trattoria Nerodiseppia: o foco aqui são pratos com pescados e frutos do mar, todos servidos com requinte;

  • Mimì e Cocotte: este pequeno restaurante serve café da manhã, brunch, almoço e jantar. Ou seja, vale para qualquer momento do dia. Os produtos são fresquíssimos e o ambiente é rústico e descontraído;

  • Hops Beerstrò: mistura de bistrô com cervejaria, serve ótimos pratos fusion com influência asiática;

  • Cemût: serve almoço mas seu forte é o aperitivo no final da tarde. Os vinhos são típicos da região do Friuli;

  • Da Angelina: outra boa opção sem frescura para comer excelentes pratos com peixe;

  • Ristorante Pizzeria Bianco: para o dia que quiser comer uma boa pizza napolitana ou pratos italianos tradicionais;

  • Taverna Ai Mastri D’Arme: sanduíches elaborados e cervejas artesanais servidos dentro de uma taverna.

COMO CHEGAR EM TRIESTE

Pôr do sol na beira-mar de Trieste, na Itália

Foto: Getty Images

Apesar de estar ‘espremida’ entre o mar e as montanhas, Trieste conta com uma boa infraestrutura de transporte, o que facilita o acesso aos visitantes que chegam das mais diversas formas, seja de avião, de trem, de ônibus ou de carro.

Confira a seguir todas as formas de chegar em Trieste:

De avião

Trieste tem um aeroporto que, apesar de ficar em outra cidade (em Ronchi dei Legionari), leva o seu nome. O Aeroporto de Trieste (TRS) fica a 40 km da cidade e, mesmo que pequeno, oferece voos diretos para algumas cidades europeias como Barcelona, Frankfurt, Berlim, Dublin, Bruxelas e Londres, por exemplo. Além disso, conecta a região com cidades de toda a Itália.

Quem desembarca neste aeroporto tem a vantagem de ter fácil acesso a um trem que parte do próprio aeroporto com destino ao centro da cidade de Trieste em um trajeto de 30 minutos.

Os bilhetes custam €4,60 e estão disponíveis nas máquinas de autoatendimento nas plataformas de embarque ou através do site da Trenitalia, companhia ferroviária italiana.

De trem

Para quem chega em Trieste de outra cidade italiana, viajar de trem pode ser uma alternativa prática. A estação da cidade fica a apenas 15 minutos de caminhada do centro e é muito bem conectada com o restante do país.

Uma passagem entre Veneza e Trieste, por exemplo, custa a partir de €12,90, enquanto de Udine há bilhetes por €8,55.

Pesquise as rotas e compre as passagens pelo site da Trenitalia ou da Italo Treno. Caso não esteja familiarizado com o sistema ferroviário italiano, leia o nosso artigo sobre os tipos de trem na Itália.

De ônibus

Viajar de ônibus pela Europa é uma boa alternativa para quem quer economizar nos deslocamentos.

A companhia Flixbus, por exemplo, é conhecida pelas suas passagens a baixo custo e atendem muito bem Trieste, conectando-a a diversas cidades não apenas da Itália como também de outros países europeus.

Por exemplo, há passagens de Veneza para Trieste por €7,98 e de Liubliana, na Eslovênia, por €9,98.

De carro

Por fim, viajar de carro é sempre a melhor opção para aqueles que gostam de ter a liberdade de se deslocar no próprio ritmo. Além disso, com ele você visita áreas que o transporte público não chega, como as diversas praias da região ou as pequenas vilas situadas nas colinas ao redor de Trieste.

A autoestrada A4 Torino – Trieste liga Trieste ao norte da Itália como Turim, Milão e Veneza. Para alugar um carro na Europa, recomendamos o site de Rentalcars, que compara as melhores ofertas em diversas locadoras.

Apenas tenha em mente que o carro não é a melhor opção para circular dentro da cidade de Trieste. Primeiro porque as ruas são um contínuo sobe e desce e encontrar um lugar para estacionar é difícil. Segundo, boa parte do centro histórico está em uma Zona de Tráfego Limitado (ZTL), onde apenas veículos autorizados podem circular.

COMO SE LOCOMOVER EM TRIESTE

Imagem panorâmica de Trieste, na Itália

Foto: Getty Images

O meio de locomoção número um do turista em Trieste são os próprios pés. Caminhar pelo centro histórico, onde estão suas principais atrações, é a melhor forma de conhecer a cidade.

Para sair das imediações do centro, você pode contar com o sistema de transporte público de Trieste já que o serviço de ônibus tem linhas que conectam o centro aos bairros mais afastados. O bilhete custa €1,45 e vale por 60 minutos a partir da validação.

Você pode comprá-lo em cafés, bancas e tabacarias autorizadas, além das máquinas de autoatendimento instaladas em alguns pontos da cidade. Outra opção é pagar com cartões de crédito ou débito por aproximação dentro do próprio ônibus.

Salvo quando o famoso vento Bora sopra com força, circular na cidade de bicicleta pode ser agradável. A prefeitura disponibilizou um serviço de compartilhamento de bicicletas chamado BiTS que oferece bicicletas tradicionais e elétricas. Para utilizar o serviço, basta baixar o aplicativo weelo.

Por fim, por ser uma cidade à beira mar, Trieste conta ainda com linhas de transporte marítimo. A companhia de navegação Delfino Verde conecta o centro da cidade com Muggia durante todo o ano bem como Barcola, Grignano e Sistiana (essas apenas durante a temporada de verão).

Os barcos partem do píer dei Bersaglieri, quase em frente à Piazza Unità d’Italia, e as tarifas variam. Por exemplo, o trajeto até Barcola sai por €3,10 (ida) ou €5,80 (ida e volta). Os bilhetes são comprados a bordo.

BAIXE O MAPA DE O QUE FAZER EM TRIESTE 

Gostou das dicas de o que fazer em Trieste? Abra o nosso mapa no Google Maps do seu celular e não perca nada durante a sua viagem!

Trieste vale muito mais do que uma visita rápida durante sua viagem. Apenas didicando alguns dias na cidade que você entenderá de fato a essência deste desino italiano tão autêntico.

Com uma história peculiar que sua posição geográfica privilegiada a proporcinou, espere uma riqueza cultural única, culinária tradicional e lindas paisagens naturais. Trieste irá te surpreender.

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